quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Comentando Gabriela, Mais uma Vez



Acho que chegou a hora de fazer mais um texto sobre a novela Gabriela. Atualmente, é a única telenovela que assisto, apesar do horário ingrato em que é exibida. Mesmo tomando como referencia a novela anterior em alguns momentos, Walcyr Carrasco está fazendo um trabalho independente e de qualidade, introduzindo algumas discussões que não estavam presentes na novela de 1975, ainda que possam estar presentes no livro original. Nunca li Gabriela, mas entrou em minha lista de leituras futuras. Enfim, tudo parece tão bem cuidado na novela e o texto – que acredito deve muito mais ao autor original, Jorge Amado, do que ao adaptador – é tão delicioso em alguns momentos que é um prazer assistir cada capítulo. E quem é que tem as melhores falas? A protagonista, Gabriela.

Quando vi o compacto da versão anterior, pouca atenção prestei à protagonista. Agora, é impossível não admirar duas coisas, primeiro, o caráter livre da personagem, segundo, o fato de Gabriela não monopolizar a narrativa. Há quem reclame no Twitter que é como se ela não fosse a protagonista, como se ela não tivesse um drama se desenrolando em torno dela. Engraçado é que o drama dela é gigantesco. Gabriela é livre em uma sociedade na qual as mulheres não são livres. Não há melhor definição para ela. Por isso mesmo, querem colocar a moça em uma gaiola, o espaço da “mulher casada”, da “mulher de bem”, da infeliz castrada, apertada em sapatos de salto e paramentada para exibição pública. Nacib a ama, mas não consegue compreender Gabriela. A personagem é um enigma em sua recusa em aceitar aquilo que ele e a maioria das personagens acreditam que é o melhor para “qualquer mulher”.

Cada fala de Gabriela pontua o absurdo da situação, do processo civilizador, por assim dizer. Casar é bom, dizem para a protagonista. Alguns pontuam, claro, que Gabriela “não é para casar”, afinal, ela se deita com Nacib sem pedir nada em troca, sem neuras e sem culpa. Gabriela sempre pergunta “por que”. Nada é inquestionável, natural, definitivo para ela, salvo a necessidade de liberdade e a busca da felicidade. Ela precisa se sentir honrada e grata por Nacib querer casar com ela. A moça pergunta “por quê”? Ora, porque um homem vai te dar um nome. Gabriela simplesmente retruca “Mas eu já tenho nome, sou Gabriela!”. Ela não entende a necessidade de nomes, de posição, de tanta coisa que parece só tornar a vida, algo tão simples e prazeroso, em um peso. Há quem veja Gabriela como um fetiche, vide o furor por causa da cena do telhado, mas acredito que a mensagem passada pela personagem é que sexo é algo bom, precisa ser feito com quem se ama e/ou deseja, e livremente.


Tal coisa é escândalo ainda hoje, ainda mais vindo de uma mulher. Nossa sociedade se preocupa demais com sexo e o seu controle, tornando algo que deveria ser muito bom para ambas (*ou mais*) partes em algo sujo, carregado de culpas, ou um exercício de posse e dominação. Tanto a busca sem limite do prazer sexual, quanto repressão abraçada (*geralmente*) por motivos religiosos, são parametradas pela pressão de uma sociedade que colocou o sexo como eixo maior da vida das pessoas. Mas Gabriela é o bom selvagem e filosofa sobre a vida sem amarras morais. E, bem, estou curtindo muito as falas dela. São a melhores da novela. Eu diria que a personagem é instintivamente feminista na sua simplicidade. O drama, aquele mais novelesco que o povo quer ver, começará daqui a pouco, quando se casar com Nacib e ele quiser – orientado pelo traste do Tonico Bastos – torná-la uma “senhora de respeito”. Aliás, a morte de D. Sinhazinha fez com que Gabriela esboçasse o primeiro sinal de preocupação. Afinal, Nacib diz, muito sem convicção, verdade, que lavaria sua honra com sangue em caso de traição.

Pois é, ontem, o Coronel Jesuíno matou D. Sinhazinha e o amante, o dentista Osmundo. Era uma das cenas mais esperadas da novela, anunciada desde o início. A burrice do casal, cuja lerdeza me angustiava e enervava, fazia com que fossem bandeirosos demais. Fora, claro, a empregada chantagista de D. Sinhazinha que parecia não conhecer o conto da gansa dos ovos de ouro... Para quem não está entendendo muito, o Coronel, uma das personagens mais detestadas da novela, executou à sangue frio e recebeu cumprimentos de todos, dos homens, que temem que lhes coloquem os chifres, e das mulheres, que foram adestradas para dividir-se entre santas e putas. A crítica à hipocrisia da sociedade é uma das tônicas de Gabriela. O incidente de D. Sinhazinha colocou em evidência o que havia de pior nas personagens. Os códigos machistas que regem a Ilhéus de 1925 obrigavam o Coronel a matar. Sim, ele não tinha escolha nesse caso, era isso, ou a morte em vida. Os mesmos códigos obrigam as mulheres a condenar a companheira de sofrimento, afinal, um dos temas da novela são os casamentos arranjados, e repetir a ladainha que “mulher que trai, precisa morrer”.

Vendo as cenas, lembrei-me de imediato do caso Robert Pattinson/Kristen Stewart. Ela traiu o namorado com um homem casado. O homem casado, diretor de seu último filme adolescente, parece mero detalhe, já que a mídia foca nos dois. Ela – a atriz – é obrigada para tentar salvar a carreira a assumir a postura de “madalena arrependida”, enquanto é apedrejada pelos (*antigos*) fãs. Um dos mais importantes sites sobre a atriz fechou, porque as fãs ficaram muito decepcionadas com ela. Já o moço, vítima da traição, é tratado abertamente em várias mídias como “o corno”. No discurso de outros machos fica explícito o desprezo pelo sujeito. Sei que há um misto de inveja, já que ele é (*inexplicavelmente*) desejado por 8 entre 10 adolescentes e mesmo balzaquianas, mas parece ficar subentendido que ele precisa fazer alguma coisa para “lavar sua honra”. Aliás, crimes de honra acontecem até hoje. Mais em comunidades islâmicas, verdade, mas acontecem por aqui, também. Afinal, como escreveu o historiador Renato Janine Ribeiro, a honra dos homens é frágil e depende da honra das mulheres. Não estou defendendo a traição, mas tentando evidenciar que a leitura machista do caso continua a mesma. Estou com pena tanto do Pattinson, quanto da Stewart, que não deve ter imaginado o estrago que poderia causar. Ela não vai ser morta (*espero*), mas eu apostaria que sua carreira está por um fio...


Voltando para Gabriela, Laura Cardoso está se desenhando como a grande vilã da novela, irretocável no papel da velha, que liberta do marido e de suas obrigações procriativas, se dedica a manter a ordem e a moral, atormentando principalmente as outras mulheres. Ela assume a posição de guardiã do patriarcado, justificando todo e qualquer abuso contra as demais mulheres. O papel da mulher idosa como reprodutora do sistema já foi estudado várias vezes, ela é a repressora das mulheres mais jovens, defensora dos “direitos” dos homens de quem depende para a sua subsistência, em muitos casos. Aliás, faz parte do jogo de manutenção das estruturas cooptar as mulheres, sem nossa ajuda o sistema não se mantém, o que não quer dizer que elas sejam as maiores beneficiadas por eles. Simplesmente, somos adestradas a ver valor, respeito e importância onde eles não estão e identificarmos as outras mulheres como nossas inimigas.

As mulheres dentro de nossa cultura têm um papel de destaque na educação das crianças. E em sociedades tradicionais, com suas famílias estendidas, a velha não raro exerce domínio sobre as mulheres mais jovens da casa. Mas não se enganem, a idosa de hoje, amarga e perseguidora das outras mulheres, um dia foi a jovem perseguida por outra mulher, a sogra/a mãe/a avó/a tia. Assim, o ciclo se repete e a filha/neta/nora tem a esperança de estarem no mesmo lugar e sendo louvadas pelos filhos e netos, porque, afinal, elas, as mulheres, não valem nada. O que não quer dizer que eu releve o que D. Dorotéia faz. De novo, o interessante é desnudar os mecanismos de manutenção de uma ordem misógina.

D. Dorotéia não teve somente papel privilegiado na desgraça de D. Sinhazinha, mas, também, na da pobre Lindinalva, até agora a personagem mais trágica da novela. Desconfio que ela não exista no livro original, não lembro dela na novela anterior. Gostei muito da forma como Walcyr Carrasco trabalhou a “queda” da moça. Primeiro, colocou como estupro o que Berto fez com ela. Não houve sedução, não houve deslumbramento por parte dela, Berto forçou o sexo se aproveitando da condição da moça pobre e órfã. Usou-a da pior forma possível e, claro, a descartou. A avó apoiou integralmente o neto, afinal, Lindinalva além de pobre, não era mais casta. Se houve sexo a culpa foi dela, afinal, a vítima de estupro só tem uma chance de ser vítima quando morre no processo. Interessante é perceber a mesquinhez das outras mulheres também neste caso. Só que mesmo os bons homens da trama, pessoas que poderiam ajudar a impedir a desgraça da moça, não se moveram. Malvina, claro, falou em alto e bom tom o que pensava do caso, mas ela não tem o poder de um Mundinho Falcão, por exemplo.

Outro ponto positivo é que o autor não mostra a vida de prostituta como uma vida alegre e cor de rosa. Muito pelo contrário! As mulheres que estão no Bataclã, mesmo quando tarimbadas em seu ofício e capazes de retirar o máximo de proveito dele, são vítimas de uma sociedade hipócrita. Santo Agostinho no “De Ordine” defendia a prostituição como um “mal necessário”, da mesma forma que os esgotos eram necessários para levar embora excrementos e líquidos. Homens são insaciáveis, sexo conjugal precisa ser somente para procriação (*ou ”O homem que tem prazer com sua esposa a torna uma prostituta”*), e se não houver a prostituta, as mulheres, moças e mesmo meninos “de família” sofrerão as consequências. E quem é a prostituta? A moça pobre que foi empurrada para o ofício, a seduzida pelo noivo ou amante e abandonada pela família, a violentada que não foi capaz de defender sua honra com a vida. Raramente, é a mulher que escolheu vender seu corpo. A própria Maria Machadão – dona do bordel – disse isso sem rodeios para Lindinalva. As mulheres do Bataclã são desprezadas pelas matronas e moças “de família”, que fecham os olhos para o seu drama, essas mesmas mulheres “de bem” são igualmente usadas para fornecer herdeiros aos seus “donos”, outros homens, de preferência, que serão educados para imitar seus pais. E são usadas (*como latrina*) pelos homens que igualmente fingem desprezá-las em público.


Trata-se de um jogo perverso e que só traz infelicidade para as mulheres divididas entre as “para casar”, abominando o sexo como forma de ressaltar sua imagem de castidade, e as outras. O próprio Berto, a personagem mais abjeta da novela, deixou claro isso. Se Lindinalva deitou-se com ele, que era seu noivo, sem resistência (*na opinião dele, claro*), seria capaz de deitar com qualquer um. Ele não quer ser corno. Ou seja, era esperado que ele forçasse, era esperado que ela dissesse “não”, era esperado que ele interpretasse como “sim” e, independente do que ocorresse, a culpa seria dela. Aliás, que trabalho está fazendo a menina, Giovanna Lancellotti, uma atriz muito jovem, mas que conseguiu dar o tom certo à triste personagem. Outra personagem que entra nessa história é Juvenal, irmão de Berto. No início, não sabia para que ele tinha aparecido. Disputar e perder a Jerusa para o Mundinho Falcão? Pois bem, Juvenal é o moço que não compartilha dos mesmos códigos de masculinidade dos outros homens de Ilhéus. Ele quer casar por amor e guardar a castidade até o casamento. Vejam que ele sofre tanta pressão para transar, quanto as moças para se manterem virgens. São papéis de gênero impostos, impiedosamente e o autor da novela vem deixando isso muito bem marcado na sua trama.

Não vejo a personagem como problema, afinal, ele é exceção e, não, regra. Faria, aliás, um belo par com Malvina... Enfim, o fato de terem explicado que ele pensou em ser padre e chegou a ser seminarista ajuda a dar mais consistência à personagem. O problema é que Marco Pigossi não tem lá tantos recursos dramáticos... Ele precisa melhorar muito como ator e a personagem pede muito dele. De qualquer forma, é interessante ver como Juvenal tenta fingir que é um homem como qualquer outro e enganar o pai e o nojento do irmão. Aliás, eu sou partidária da morte mais violenta para o Berto. Queria muito que Negro Fagundes – que ontem deixou que Berto fosse quebrado de pancadas – terminasse com Lindinalva, que sangrasse o Berto e a colocasse na garupa e fosse embora. Só que, pelo jeito, a moça vai terminar com o Juvenal. Para quem gosta de grande drama temos aí uma mistura boa. Juvenal é neto de D. Dorotéia, Lindinalva é a noiva desonrada de Berto, e, claro, não é “moça para casar”. Lindinalva odeia toda a família de Berto, inclusive o bonzinho (*e lerdo*) do Juvenal. Há, também, Teodora, a prostituta que ajuda o virgem Juvenal a manter a farsa de que ele é seu frequentador assíduo. Para fechar o círculo, Juvenal está comprometido com Jerusa, a neta do todo poderoso Coronel da cidade... Isso tem tudo para render e muito!


Falando em Jerusa, finalmente, o romance dela com o Mundinho Falcão deslanchou. Já não era sem tempo. Já escrevi que acho os dois umas gracinhas. Mateus Solano deu um tom muito interessante ao seu Mundinho Falcão. Ele é firme, corajoso e não tem vergonha de dizer que, sim, é poderoso, tem dinheiro e vai usar de todos os recursos para chegar ao poder e trazer “o progresso”. Se seguirem a novela anterior, o resultado será como em Il Gattopardo, de Visconti, “que tudo mude para que tudo continue a mesma coisa”. Ele não é bonzinho, ele não é passivo, e, depois de um início meio desastrado do interesse dele por Jerusa, a coisa se ajeitou. Ele quer a moça, por ela mesma e para afrontar o avô dela, o poderoso Coronel Ramiro Bastos. :) Mas, por ora, eu quero é ver Jerusa e Mundinho juntos. Gosto dos dois atores, acho que ficam lindos juntos e trata-se de um romance realmente cheio de obstáculos. Claro, que Malvina dá uma mãozinha, aliás, o que seria da novela sem essa personagem?

Se Gabriela é uma personagem libertária e feminista por “instinto”, por assim dizer, Malvina é a voz questionadora da hipocrisia e das desigualdades de gênero. Ela é feminista de verdade, por assim dizer, e disposta a pagar o preço pela sua ousadia. Ela tem menos recursos que Juvenal, que, afinal, é homem, e pode inclusive cursar Direito e se afastar da família por um tempo, mas tem a coragem de dizer o que precisa ser dito. Despachou o Prof. Josué sem dó quando ele começou a tentar posar de namorado ciumento e mandão, querendo controlar roupa e comportamento da moça, e, ao mesmo tempo, covarde e incapaz de lhe dar um mísero beijo. Malvina não brincou em serviço. Até agora, ao contrário do que eu esperava, ela não apanhou do pai, só da mãe. Uma das coisas que eu mais me lembro da novela original eram as surras que Malvina levou. Se seguirem o original, ela deve apanhar hoje, ou amanhã, já que foi a única mulher da cidade que foi ao velório de D. Sinhazinha.

O ingrediente novo, porém, é que lhe arranjaram um noivo. Berto – que eu detesto com todas as forças – foi escolhido pelo Coronel Melk para casar com sua filha. O pai troglodita da moça, interpretado com brilhantismo por Chico Diaz, vê no casamento a única forma de manter a filha sob controle. Obviamente, Malvina não vai casar com ele, mas vamos ter aí um bom conflito. Malvina despreza Berto, ele é tudo o que de pior existe em um homem: machista, canalha, burro, preguiçoso e, provavelmente, violento com as mulheres. Certamente, ele tentará seduzir Malvina em um primeiro momento e vai fracassar. Nesse interim, chegará na cidade o engenheiro que se tornará o amor da moça... Espero que Malvina apronte das boas com esse babaca. E sorte dela que a coisa não funciona como no Japão da época, quando a jovem noiva era enviada para viver um tempo na casa do prometido antes do casamento para conhecer a dinâmica da sua nova família. Por mais forte e questionadora que Malvina seja, acho que ela não ia ser capaz de enfrentar a D. Dorotéia.


É isso, daqui a pouco começa a novela. Devo fazer outros textos sobre Gabriela. Textos melhores, espero, já que este aqui foi uma grande bagunça. De qualquer forma, é bom ter uma novela tão instigante e capaz de fornecer tantos tópicos para discussão. Espero que a qualidade do material se mantenha, mas tenho medo dessa história de que a audiência está abaixo do esperado. Aliás, passando tão tarde e em horários tão instáveis, é praticamente impossível manter uma audiência constante. Poderia criticar algumas coisas, mas seria repetir o que disse no primeiro texto. Só espero que não decidam desnudar todas as atrizes. Aliás, é muito complicada a exploração excessiva da nudez feminina, rendendo discussões absurdas como a do implante de pêlos pubianos de Juliana Paes, quando a nudez masculina é muito pouco explorada na trama. Mas nem tudo é positivo na novela e nem espero que seja, isso seria exigir demais mesmo...
P.S.: Não me agrada muito a humanização do Coronel Jesuíno, do pessoal dizendo que está com pena dele, mas, efetivamente, José Wilker deu um show no capítulo de hoje. Ele e Malvina - detonando Berto - foram o auge do capítulo. Mas deixo outros comentários para um próximo texto... Ele virá, tenham certeza.

15 pessoas comentaram:

Lindinalva, assim como outras personagens, foi criada por Walcyr Carrasco.
Lavar a honra com sangue ainda persiste em acontecer nos dias de hoje, qualquer coisa já é motivo para alguns homens torturarem o que um dia foram suas companheiras.

Lindinalva me soou muito bem inserida na trama, mas creio que se dê pelo fato de uma outra obra de Jorge Amado levar este nome e o mesmo drama. Em Jubiabá a filha de um comendador traz este nome, objeto de amor da personagem principal Antonio Balduíno. O drama é o mesmo, após a morte do pai a moça sede as investidas do noivo entregando "sua honra" o resultado é o abandono da mulher grávida. É auxiliada por uma ex-empregada que cria seu filho e ela, sem dinheiro e sem ninguém é obrigada a entrar na prostituição para sobreviver passando por todos os níveis da profissão começando em um bordel renomado e chique e acabando como umas das mais "baratas quengas" da cidade.
Parabéns adorei teu texto!

Cheguei aqui através do blog da Lola e adorei seus comentários. Não acompanho a novela e não sabia detalhes sobre esse capítulo (todos estão comentando). Enfim, seu post clareou muita coisa. :)
Deu vontade de acompanhar por causa dos posicionamentos da Malvina e da Gabriela, mas o horário compromete (e os estupros também).

Este comentário foi removido pelo autor.

Texto realmente fenomenal Valéria.

Honra - estou para ver a cultura em que a defesa da honra, seja de uma pessoa, família, grupo ou nação tenha servido para algo além de ceifar vidas que podiam ter sido melhor vividas.

E quanto a Gabriela e o horário - eu me pergunto a anos que retardado mental acha que colocar as minisséries DEPOIS da porcaria ou programa pós-novela da vez é uma boa idéia. Como idiotas assim viram executivos de sucesso? Não, não respondam! :D

caramba! eu adoro essa novela e você disse, brilhantemente, muita coisa do que eu penso!

Tou bem assim!

Essa novela me angustia por demais.
E os fatos ainda se repetem.
Feminismo deve ser pregado como igualdade e não como um contraposto ao machismo.
Muitos homens querem se ver livres dessa praga.

Obrigado, V.

Léli, obrigada! Eu desconfiava que o Walcyr Carrasco poderia estar bebendo em outras obras de Jorge Amado. Aliás, é muito comum que se faça esse tipo de coisa, costurando várias histórias em uma só. A diferença é que o Carrasco fez vários ajustes na Lindinalva. Pelo que você contou, é possível que o final da Lindinalva seja trágico... Eu espero que não, vamos ver. Comecei a ler Gabriela hoje.

Carolina, obrigada pela visita. Não entendi a história dos estupros.

Se eu for levar ao extremo, acredito que quase todas as relações sexuais na novela são estupros.

Marcel, eu acho que com a história de classificação indicativa, certos materiais precisam mesmo passar mais tarde. O grande problema é a inconstância do horário. Eu perdi vários capítulos por conta disso. Assisto on line no dia seguinte. É a alternativa.

Francyne, não entendi. Em nenhum momento eu escrevi que feminismo é o contrário de machismo. A novela também não caminha nesta linha.

Bem, eu assisto uns episódios aleatoriamente da novela.
E comentando da lerdeza do casal, minha mãe comentou que estavam enrolando a trama,já que a D. Sinhazinha e o Dentista morrem logo no início do livro.
É bem possível que essa "enrolação" foi para o publico ter mais empatia pelo casal.

Rodrigo, não é desse tipo de lerdeza que eu falo, não. Desde a primeira novela optaram por deixar Sinhazinha e Osmundo na história para criar empatia com o público. Acho coerente, já que é a morte deles está no livro, mas eles só são lembrados pelas outras personagens e pelo narrador. Eu falo deles serem burrinhos mesmo, imprevidentes, sem malícia.

Texto bastante abrangente. Tenho sentido cada vez mais vontade de assistir essa novela e conferir o livro.

Gostei muito dos seus comentários, concordo com eles.

Infelizmente ainda não tive o prazer de ler Gabriela, até hoje o único livro que li do autor foi capitães da areia ainda na adolescência.

Mas acho que a novela em si, faz qualquer um pensar. pensar como era a vida antigamente, como muito dos papéis de genero horrendos que vemos em Gabriela tem parentes próximos perpetuados por nós, e como podemos ser felizes se formos nós mesmos, como é a protagonista da trama!

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