Continuei a leitura de Hoshifuru Oukoku no Nina (星降る王国のニナ), ou Nina the Starry Bride, série da mangá-ka Rikachi, que é publicada na revista Be Love e já passou do volume #15. O anime está no ar desde o início de outubro e eu estou fazendo Shoujocasts para cada episódio, ou pares deles. Enfim, há duas outras resenhas do mangá, uma do volume #1 e outra pegando os volumes #2 até o #4. Estou no volume #11, mas como o anime está exatamente no volume #5 (*episódios #9 e #10*), eu vou comentar
Já havia começado a comentar o volume #5 na resenha passada. Mensageiros chegam de Fortuna junto com a notícia de que Azure foi coroado rei. Nina acaba se comportando de forma impensada e se aproxima dos mensageiros, só para descobrir que um deles é Azure, que finge não conhecê-la. Ela fica arrasada e imagina que o rapaz está com raiva dela.
Já Sett, lê a tristeza da garota como sinal de que ela sente saudades de casa e tenta animá-la com comidas de Fortuna e outros mimos. Anne chega a dizer que Sett não consegue mais viver sem Nina. Acho importante ressaltar a pressão que a qual a menina é exposta. Um tipo de coerção que é da estrutura da história, Nina tem uma missão a cumprir, ela está no escuro sobre o que aconteceu em Fortuna, e é algo ligado a papéis de gênero, ao dispositivo amoroso, que exige o sacrifício das mulheres, que devem amar e fazer tudo pelo homem que precisa ser o centro de sua vida. E ela está nesse dilema, foi para Galgada por Azure, precisa ficar com Sett para "reformá-lo" e proteger Fortuna. E por ela, o que ela faz?
No final do capítulo, há o primeiro enfrentamento entre Sett e Azure, na verdade, o príncipe de Galgada se comporta de forma muito possessiva em relação à Nina, que está se agindo de forma suspeita. Azure se abaixa para retirar um fragmento de vidro da sandália de Nina e Sett saca da espada e diz para o rei de Fortuna que o mataria se ele tocasse novamente em algo que lhe pertence. Para piorar, ela intima Azure a participar de um torneio que ocorrerá em alguns dias.
O segundo capítulo começa com Hikami repreendendo Nina pelo seu comportamento, que poderia atrair suspeitas e desgraças e continua com Bidoh, o terceiro príncipe, explicando para Nina como funciona o torneio. Nenhum dos príncipes pode participar diretamente e quem vencer pode pedir o que desejar, o que é um negócio bem absurdo, diga-se de passagem, é preciso algum limite.
Nina pergunta se ela pode entrar e ele lhe entrega uma espada que ela não consegue erguer. Bidoh sugere que ela se aperfeiçoe nas prendas femininas e diz que ainda pretende tentar se casar com ela. E Bidoh ainda assedia Anne, aliás, mais lá para frente, lá no volume #10, ele vai se lembrar da dama de companhia de Nina por considerá-la uma possível aquisição para o seu harém.
A cena muda e vemos Yoh, que é bem burrinho, mandando vir de uma prisão de segurança máxima um prisioneiro perigoso, o general Holt. Ele lutaria em seu nome no torneio. Depois, veremos que o sujeito não é o general (*no momento em que estou do mangá, Holt é uma personagem importante*), pior, é um assassino perigoso e sem limites. Hikami, disfarçada, ouve a conversa. Já Nina, continua interessada em aprender a usar uma espada. Nenhum dos soldados está disposto a lhe ensinar, mas Sett aceita a ser seu professor.
Sett explica para Nina que o segredo não é ser mais forte que o oponente, mas ser capaz de ler seus movimentos, se antecipar a eles e agir com rapidez. Nina irá usar esse ensinamento mais de uma vez no futuro, aliás, quando Hikami lhe ensinou os fundamentos de defesa pessoal, ela deu orientações semelhantes. Sett diz que ela é um enigma e não consegue lê-la e que isso se torna mais difícil, porque não há amor envolvido.
Nina fica abalada e, no outro dia, Sett treina com ela como se nada tivesse acontecido. Nina se mostra uma boa aluna e os soldados a elogiam. Depois do treino, ela fica absorvida pelos sentimentos que estão crescendo dentro dela. Ela aprendeu a amar Galgada e seu povo, ela está começando a amar Sett, mas ela ama Fortuna e se preocupa com todos que deixou para lá. Ela se lembra de Muhulum, que a tomou como irmã.
É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? A Valéria de 15 anos diria que não; a de 48 anos, tem certeza que é possível, sim. Agora, como conciliar as coisas é outra história. O problema é que em material feminino maisntream, como Nina e tantos outros, esse arranjo é sempre apresentado como impossível. Naquela mesma noite, Hikami a tira da cama e pede que ela fique em silêncio e seja discreta. Azure está na janela de Nina.
Azure se desculpa por ter fingido que não a conhecia, renova suas juras de amor e diz que irá livrá-la de Galgada. Nina chora quando ela vai embora. Esse é um dos momentos mais dramáticos do mangá até esse momento. E Ela não queria se lembrar do quanto ama o agora rei de Fortuna. u até esperava um Azure rancoroso, afinal, Nina partiu sem lhe avisar, impedindo o rapaz de evitar seu casamento, conforme prometera, mas, pelo menos até onde li (*volume #11*), se ele tem essa faceta, ela não apareceu. Fora isso, ele não mostra ciúmes. A autora vai ter que destruir muito o Azure para que eu torça pelo Sett. Muito mesmo.
No capítulo seguinte, Nina quer interrogar Hikami para saber como Azure se tornou rei. Ela diz não saber, afirma que deve ter sido um acordo. Depois disso, Hikami conta a origem lendária de Fortuna, que é ligada ao povo das estrelas. Como em muitos mitos de origem, uma mulher desse povo capaz de controlar a natureza (*Animais? Fertilidade? Eventos Cósmicos?*) com o monarca de um reino muito pobre. Adivinhem? Fortuna, claro, que prosperou por causa disso.
Nina conhece muito por alto essas lendas. Hikami diz que crianças com olhos azuis nasciam na família real de tempos em tempos, subentendendo que esses escolhidos tinham poderes, ou eram simbolicamente importantes. Por isso mesmo, querer levar a princesa de volta era algo mais do que natural, afinal, ela é uma dádiva dos deuses. Vocês já entenderam que nossa Nina tem poderes. Eles até já apareceram na história, mas nem ela, nem as pessoas ao seu redor compreenderam ainda. No volume #11, que é onte estou, tudo ainda é um mistério.
O capítulo segue com Sett preocupado com a tristeza de Nina e se tornando cada vez mais amoroso com ela. Ele tenta beijá-la e Nina o afasta e tenta estabelecer limites. "Um abraço seria aceitável?", ele pergunta. E ela permite que ele se aproxime. Sett está belíssimo nesta parte do volume #5. Coisa linda mesmo. Por qual motivo a autora o apresentou de forma tão pesada? Ela poderia ter evitado apresentá-lo como um abusador de mulheres. Poderia ter marcado somente que ele era um guerreiro sanguinário. Seria suficiente. Sett quando entra na história, parece um homem sexualmente experiente; o Sett que se mostra depois, parece alguém que não entende somente o amor, mas, também, o sexo. Inocente até, infantil.
Nessa cena que é muito terna, mas que se mescla com o turbilhão de sentimentos que vão dentro de Nina, a protagonista pede por Fortuna. Sett diz que o destino do reino de Fortuna já está traçado, ele será anexado. Nina pensa em Fortuna e como já ama o povo de Galgada. Sett deixa claro que é uma decisão do rei, logo, Nina pensa que precisa influenciar o rei e irá se vestir de uma forma espetacular para causar uma impressão muito boa. E Hikachi se esmera em desenhar as roupas, aqui, ela se excede na beleza e detalhamento. Nina está linda.
Antes disso, porém, Nina se sente impotente, um fantoche. Hikachi e Azure dizem que ela nada precisa fazer, por outro lado, Sett diz que ela deve aceitar o que já está determinado. Lembrem que nossa mocinha não Depois de muito choro, ela sobre na torre mais alta do palácio, mira a cidade e decide que não quer se submeter a isso. Ela jura que irá proteger a todos, em Fortuna e em Galgada.
O capítulo corre com os quatro príncipes, Hikami, o povo comum cuidando de seus afazeres. Começa o torneio. Um grande estádio lotado. O povo comum se perguntando sobre como será a princesa de Fortuna. Sett e seus conselheiros se perguntando sobre os planos de Yor, que confia que irá vencer o torneio. Sett acredita que a sua torre, a Branca, irá vencer de novo. Seus conselheiros se perguntam sobre o atraso da princesa, afinal, o rei já havia chegado. Eis que Nina aparece belíssima, encantando a todos. O objetivo de Nina-Alisha é encantar o rei, ela se prostra diante do soberano, que está atrás de cortinas, e pede Fortuna para si. O rei se mostra e é uma mulher. Um mulher bem hetero, ao que parece, e incapaz de se deixar enredar pelo jogo de sedução montada por Nina.
Sim, essa regência do "rei" Noah é estranha e a autora não explicou direito ainda. Os príncipes já cresceram e a irmão do rei deveria ter deixado o poder. Aliás, baseado em quais premissas ela assumiu? E como morreu o rei de Galgada? E suas esposas? Muitas perguntas mesmo. E o visual de Noah com sue tapa-olho me fez lembrar de Lady Catherine De Burgh de Orgulho & Preconceito & Zumbis em que Mrs. Bennet pergunta "Function or fashion?" (*Função ou moda?*), em inglês, soa engraçado.
A rainha meio que debocha do pedido e os emissários de Fortuna, em especial, Azure, ficam meio que chocados. Azure não sabe o que esperar de Nina, ele sabe que sempre foi assim, ele sabe, também, que a ama por causa de sua imprevisibilidade. Ele já disse isso e irá dizer de novo. A partir daí, temos um flashback mostrando como Azure convenceu o vagabundo do rei de Fortuna a lhe ceder o trono e permitir que ele busque Aliha: ela pode ter poderes. O rei duvida, mas Azure insiste que o antigo rei, o já falecido, o avô de Azure, Alisha e Muhulum, pode ter mentido sobre isso, ou sido enganado pelos sacerdotes e sacerdotisas da ilha santuário.
O rei vagabundo cede todo pimpão, exigindo que Azure morra depois do um ano de prazo que ele lhe dá. Além disso, ele ri dizendo que a princesa Alisha, assim que recuperada, será para sempre enclausurada na ilha santuário. O que ele não sabe, é que Azure acabou de dar um golpe de estado, se nada mudar, acabou o jogo para esse rei que é uma das personagens mais detestáveis da história.
Voltamos para o torneio, Noah convida Nina para se sentar ao seu lado e lhe explica o funcionamento do torneio, inclusive, que uma vez, um príncipe herdeiro morreu nesse festival. A proibição de que os príncipes participem é um desdobramento dessem evento do passado. Para seguir adiante no torneio, um cavaleiro deve derrotar dez oponentes. É muito, eu acredito, mas é a regra que é descrita. Noah explica que seu irmão, o rei, morreu oito anos antes, é seu dever preparar o próximo rei.
Nina diz sem pensar que todos eles, os príncipes, têm deficiências. Ela se desculpa, mas Noah diz que está tudo bem e ela diz que Bidoh tem falta de ambição, Yor falta de inteligência, Sett falta de coração e Toat não tem as características necessárias para ser um rei. Acredito que a ordem em que aparecem os príncipes no quadro é sua ordem de nascimento: Bidoh, Yor, Sett e Toat. Nina diz que pode dar um coração para Sett e fica admirada de como Noah sorri, até concorda, mas parece enigmática.
Depois, passamos para o desespero de Yor. Ele pediu o general Holt, lhe trouxeram um criminoso sanguinário, Dogra Kett. Ele quer tirá-lo do torneio, seus homens dizem que é impossível. Yor se desespera. Na arena, Dogra Kett vai derrotando seus oponentes de forma rápida e os mata no final. Não há nada nas regras que lhe obrigue a ser magnânimo com que se submete, é a resposta de Noah para a pergunta de Nina. Todos ficam chocados na audiência com a selvageria de Dogra Kett. Noah diz que será um torneio com muitas mortes, mas que, em Galgada, eles celebram o mais forte. Nina fica chocada, nauseada e se pergunta como continuar sorrindo. Bidoh ordena que sua campeã perca antes de chegar até Dogra Kett. Yor está alucinando. Um dos conselheiros de Toat lhe conta que vinte homens foram mortos tentando prender Dogra Kett.
E Nina decide intervir. É um dos momentos mais loucos do mangá, porque, bem, o que ela poderia fazer? Ela pergunta se pode parar o torneio. Noah diz que não. Ela argumenta que a carnificina é absurda. Noah diz que ela não parece ser digna de ser uma princesa de Galgada. Nina dá uma resposta enviesada e desce para a arena. Hikami fica desesperada do lugar onde está assistindo o torneio. Sett não estava na audiência, ele está conversando com seus conselheiros e com um dos emissários de Fortuna. Ele descobre que em Fortuna não existem nomes de infância. 😉 Sett decide falar com o rei sobre a história de trazer o general Holt e acabar colocando um assassino sanguinário na arena.
Dogra Kett quer matar Nina. Noah parece se divertir. A princesa morta precipitaria a guerra de conquista de Fortuna. Quanto mais cedo, melhor. Será que ele não foi colocado em cena para isso? Nina decide usar o que Sett e Hikami lhe ensinaram, mas é complicado. Azure pula na arena. Ele é um excelente guerreiro, mas tem dificuldades. Fora isso, Dogra Kett não está interessado nele, mas em matar Nina. Os emissários de Fortuna ficam nervosos, Azure iria lutar, Sett o intimou, mas não nessas condições, ou para vencer. Hikami está em agonia, ela não pode revelar que não é uma simples dama de companhia. Há um momento de humor, com Nina pensando que Dogra Kett vai destruir sua manga (*de vestido*) favorita.
Sett entra na arena. Ele tem uma arma de fogo, ele resolve o caso. Azure toca de leve os dedos de Nina e pergunta se ela está bem. Sett o confronta. Ela tinha avisado que ele não deveria tocar naquilo que lhe pertence. Fim do volume. A autora oferece uma batalha dinâmica, coloca os dois homens da vida de Nina tentando ajudá-la, e nos deixa em um gancho emocionante. Eis o que deve aparecer nos episódios #9 e #10 do anime. E, bem, não há como terminarem de forma decente com mais dois episódios. Logo, espero que anunciem uma segunda temporada. Seria o mínimo.