domingo, 26 de março de 2023

Saiu novo trailer de Sailor Moon Cosmos

O último longa metragem de Sailor Moon para o cinema, Sailor Moon Cosmos (美少女戦士セーラームーンコスモス), estreia em 9 de junho (primeira parte) e 30 de junho (segunda parte).  A ideia é fechar com chave de ouro a nova versão da animação que nunca conseguiu nem de longe o sucesso da série dos anos 1990.   Além do trailer, o ANN trouxe imagens de vários itens do filme que serão lançados em breve, dentre eles, a trilha sonora da película, que sai no dia 30 de junho.  

Amor Perfeito e Perdida: Apagamento do racismo e da escravidão é nova tendência na ficção brasileira

Estreou esta semana a novela Amor Perfeito na rede Globo.  Em condições normais, sendo uma novela de época, eu pararia para olhar.  Não parei, estou assistindo três novelas no momento (Vai na Fé, Força de um Desejo e Bambolê) e simplesmente não cabe nos meus horários.  Eu li, porém, as matérias antes da estreia da novela e algumas críticas feitas depois que Amor Perfeito entrou na grade.  Enfim, a coautora, Duca Rachid, que escreveu uma das minhas novelas favoritas, Cordel Encantado, disse que iria colocar em cena um grupo normalmente esquecido, a elite negra que existia no Brasil dos anos 1930 e 1940.  Não é classe média, é elite.

Ora, seu mocinho é negro e médico  (Diogo Almeida), assim como são negros a dona da butique (Juliana Alves) e o promotor (Bukassa Kabengelle) da cidade fictícia mineira da trama.  Não sei se existem outras personagens negras na trama para além deles e dos frades, além do menino Marcelino (Levi Asaf), o filho perdido do médico e da mocinha (Camila Queiroz).  Colocar negros bem posicionados em uma novela é algo importante e uma das críticas feitas em A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo, que analisa a representação dos negros nas telenovelas (*há o livro derivado da tese de doutorado do autor e o documentário*), assim como ele pontuava como os negros nas tramas normalmente são elementos isolados, sem família, conectados somente aos protagonistas brancos da trama.  

Fato, no entanto, é que negros bem posicionados na vida não estavam livres de sofrer racismo, discriminação racial não é somente para os pobres, o racismo, assim como a misoginia, o antissemitismo, a homofobia, não estão condicionados ao econômico.  E eis que a autora, mulher socialmente branca, solta o seguinte "A gente quer mostrar um Brasil como ele é, com os problemas todos, mas os personagens não estão lá para serem afetados pelo racismo, eles estão vivendo a vida deles.".  Essas coisas me dão nervoso e já fazem com que o meu sensor vai-dar-merda comece a apitar.  Será que a Globo não aprendeu nada com Nos Tempos do Imperador?  Aparentemente, não.

Eis que estreou a novela e li o seguinte tuíte do jornalista Nilson Xavier "#AmorPerfeito é tipo a série #Bridgerton É de época, mas não se questiona a raça, todos convivem em harmonia. Uma realidade paralela, um metaverso."  Eu não veria grande problema algum se a novela, assim como Cordel Encantado, estivesse em um universo paralelo no qual o racismo não existe, nunca houve escravidão no Brasil e os cursos de Administração foram fundados em nosso país antes dos anos 1950.  Só que, diferentemente de Bridgerton, que se passa em um mundo que não é um nosso (*no qual um casamento real acabou com o racismo no mundo*) e eu consigo lidar com isso, ou Cordel Encantado, Amor Perfeito está no nosso Brasil mesmo.  

E não adianta ser bonitinho, é negar a História do Brasil e fugir de discussões que deveriam ser feitas.  Negar que o racismo existe, que a escravidão existe, vejam, não existiu, EXISTE, e ainda continua vitimando muito mais negros (82% dos resgatados) e mulheres, que isso tudo vai desaparecer.  Uma novela pode oferecer diversão de qualidade, escapismo, e, ainda assim, ser socialmente consciente.   Aliás, por tudo o que li, elogios a escolha de não falar de racismo e o link com Bridgerton, o que mais me deixou assustada foi o texto do UOL de autoria de Thiago Stivaletti (Na estreia, 'Amor Perfeito' acerta ao não sublinhar o racismo) e cito "É uma decisão acertada, após décadas em que o negro aparecia somente como vítima de racismo nas novelas, seja como escravizado em novelas de época ou vivendo situações de preconceito no presente. A representatividade passa pela afirmação de imagens positivas, não apenas ligadas a racismo e preconceito.". Acertada?  Será que não é algo que se presta mais ao alívio da consciência de quem se beneficia do racismo estrutural do que daqueles que ainda hoje sofrem com ele?

O Brasil da disparada das células neonazistas e do recorde, porque o governo anterior sucateou os órgãos de controle e policiamento de trabalho análogo à escravidão, precisa de representações positivas dos negros que neguem o mundo no qual vivemos e, talvez, louvem o talento fora do comum, a força de vontade, o trabalho duro e o empreendedorismo.  Qualquer um pode se dar bem nesse mundo, basta se esforçar.  "Você está na m****?  Desempregado ou em um trabalho precarizado?  Já pensou em mudar o seu mindset?" E vou repetir (*e o farei de novo e de novo*), Bridgerton se passa em uma linha de tempo alternativa, não é nosso mundo, não precisa ter compromisso com a realidade, mas ao colocar Amor Perfeito no Brasil real, a novela não pode se eximir de discutir racismo e isso não significa colocar as personagens negras vivendo em função da discriminação que sofrem.  

Aliás, Vai na Fé, novela contemporânea, vem acertando ao tratar o tema; as personagens negras tem sua vida, suas questões profissionais, amorosas, religiosas, mas o racismo continua lá como algo que não pode ser ignorado.  De qualquer forma, segundo o diretor da trama, Amor Perfeito não fugirá de tocar no tema do racismo.  Dada a empolgação da maioria da crítica especializada, eu não sei, não.  E passo para o segundo ponto desse texto.  Saiu o teaser-trailer do filme baseado em Perdida, livro da brasileira Carina Rissi.  Segue o vídeo:

Não conhecia a série Perdida até ver o trailer, o que mais me saltou aos olhos foi a semelhança (*a cena da porta, em especial*) com Lost in Austen da ITV.  A série britânica é de 2008, a primeira edição do livro da brasileira é de 2013.  Assim como Amanda (Jemima Rooper), a protagonista de Perdida, Sofia (Giovanna Grigio, no filme) é uma jovem contemporânea que vai parar no Período da Regência na Inglaterra, que a rigor se estende de 1811 até 1820, mas em termos estéticos e de moda termina sendo estendido de 1795 até 1837 (*discuti isso em outro post*).  A protagonista de Perdida vai parar em 1830 (*a data está no texto da UOL, que usei de referência*); Amanda entra no livro Orgulho & Preconceito, lançado em 1813, e bagunça tudo lá dentro.

Segundo já me informaram, apesar de eu acreditar olhando o trailer (*e é mostrada a capa de uma edição de Orgulho & Preconceito nele*) que a protagonista ia parar na Inglaterra, já me disseram que é Brasil (!!!), é no interior (!!!), que o fato do interesse romântico da mocinha ter sobrenome britânico é mero detalhe  (!!!), e que, não há racismo, nem escravidão naquele mundo, mas que, aparentemente, não é assumido, assim como em Bridgerton, como um universo paralelo, ou Lost in Auten como um livro, que se trata de outra linha temporal.  A autora foi criticada por isso, já me explicaram, e eu achei uma matéria com ela do ano passado.  A explicação para não tocar em escravidão e racismo é a seguinte: "Talvez você tenha percebido que eu ocultei um fato importante desse período da história. Em 1830, ainda havia escravos no Brasil (a escravidão terminou oficialmente em 13 de maio de 1888). [...] Além de hediondo, é muito vergonho."

Olha, Rui Barbosa também achava vergonhoso e hediondo e, para limpar a nossa história, mandou destruir documentos que, hoje, poderiam ajudar a mapear a linhagem familiar de muitas pessoas negras e embasar pedidos de indenização ao Estado, que foi conivente com o tráfico ilegal e a regularização de gente que entrou no Brasil após a sua proibição com a lei Feijó de 1831.  Sim, a tia é historiadora e leva essas coisas de "vamos esquecer", "vamos apagar" muito a sério, porque, normalmente, quem é apagado e quem é esquecido tem cor, tem gênero, tem orientação sexual que não é a de quem detém o poder e, por isso, é bom que deles e delas nada se fale, ou, se falarem, que seja mais do mesmo, ou, na versão que está na moda, que se fale como se todos fossem felizes e integrados, são esses militantes chatos que tentam bagunçar nosso passado de unicórnios e nuvens de algodão doce.  

Mas o texto do UOL explica o seguinte sobre a obra de Carina Rissi "Em seus romances, Carina costuma detalhar como são os olhos, cabelos e até alguns atributos físicos das heroínas, heróis e coadjuvantes. Mas nem sempre ela deixa claro qual a cor da pele dos personagens."  É curioso que o que não é descrito fica subentendido.  Há um princípio na literatura que é, não descreveu a cor das pessoas, ela é branca; não falou de orientação sexual, ela é hetero.  Por isso, a controvérsia em torno de Hermione Granger.  Há quem veja indícios nos livros de que a menina seria uma pessoa de cor (*porque branco não é cor, é o universal da humanidade*), mas escolheram uma menina branca para interpretá-la nos filmes e quando escalaram uma atriz negra para ser a personagem no teatro, gerou-se uma grita entre os fãs que se acreditam como puristas, mas que, na verdade, só são racistas mesmo e não se assumem, ou sabem que são.

J.K. Rowling nunca se pronunciou claramente (*e isso é comum, no caso dela*) sobre a cor de pele de Hermione, aliás, essa nebulosidade é meio que uma escusa para o que foi feito nas adaptações para o cinema.  E, claro, vale a regra que eu citei, se não descreve a cor da pele, a pessoa é branca.  Eu fiquei feliz quando lendo um conto em um livro Harlequin-like (NSFW/+18), a mocinha, que é haitiana, de repente é descrita e descubro que ela é uma mulher negra, ou, pelo menos, descrita de forma clara como com sangue africano.  Já li montes desses livros e NUNCA me deparei com caso semelhante, não sem prévio anúncio de que um dos protagonistas, ou os dois, seria negro. 

Enfim, assim como Rowling, Carina Rissi me saiu com uma desculpa sem pé ne cabeça para o caso "Nas adaptações é exatamente como eu idealizei a série: pessoas brancas e negras todas convivendo ali na vila. É que, muitas vezes, eu não coloquei uma descrição. Automaticamente, o racismo estrutural leva as pessoas a pensar que é uma pessoa branca se você não a descreve de outra maneira". E não colocou por qual motivo, minha senhora? Por que se omitiu em seus livros se o Brasil da sua série é uma democracia racial?  No fim das contas, o hediondo, a vergonha, é somente a escravidão, ou a presença de pessoas não-brancas na trama?  E, sim, o filme vai tentar corrigir isso, basta ver o trailer.

Uma amiga que leu os livros me passou uma informação curiosa, a melhor amiga da protagonista de Perdida é uma moça negra.  Curiosamente, é assim em Lost in Austen, também.  A "amiga" é aquela que fica para trás e não tem importância na história, é outra regra meio que subentendida nesse tipo de narrativa ficcional.  Em Lost in Austen, porém, quando Amanda vem para a Londres do presente trazendo Mr. Darcy (Elliot Cowan) com ela, porque precisa mandar Elizabeth Bennet (Gemma Arterton) de volta para o livro.  O mocinho se comporta de forma racista, porque, bem, ele é um homem do início do século XIX e não consegue não dizer certas coisas, ou olhar assustado para as pessoas no metrô.  Já amiga de Amanda, Pirhana (Gugu Mbatha-Raw), se recusa a ir passear no livro, dai, vem um diálogo mais ou menos assim:  "É rapidinho" "Não, Amanda!" "Você vai gostar." "Amanda, eu sou NEGRA.", ela diz o óbvio. "Ah, mas vem comigo." "Não, Amanda, eu não vou a nenhum lugar que não tenha papel higiênico e chocolate."  Enfim, é o que temos de racismo em Lost in Austen e funciona muito bem e é uma série escapista, divertida e que não tem o objetivo de discutir questões sociais profundas.

Escrito tudo isso, não estou torcendo contra Amor Perfeito, ou Perdida, aliás, neste segundo caso, é muito importante ver o sucesso que Carina Carissi alcançou, porque, além do livro da viajante no tempo pela Disney, há dois outros livros dela sendo adaptados pela HBO, Procura-se um Marido e No Mundo da Luna.  O que eu lamento é essa opção por não tocar em questões importantes, por apagá-las de forma proposital e ainda acreditar que está se prestando um bem para a sociedade.

De resto, acho uma delicinha esses mundos ficcionais nos quais o racismo não existe, a escravidão nunca existiu, mas as questões de gênero estão lá, com mulheres oprimidas e discriminadas das mais diferentes maneiras, além das questões de classe, claro.  Como todas essas variantes (racismo-patriarcado-capitalismo) se entrelaçam, me parece curioso esquecerem de uma variante, esvaziando as discussões sobre direitos dos negros e estimulando um falso empoderamento, porque baseado em fantasias.  Será que chegará o tempo em que a ficção irá representar as mulheres libertas em sociedades de séculos passados, ou relações igualitárias de classe?  Um... Acho que não.  E, sim, se Amor Perfeito, ou Perdida, estivessem em um Brasil alternativo e, não, supostamente, no nosso, tudo, ou quase tudo, estaria OK.

sábado, 25 de março de 2023

Netflix anuncia o anime de Ōoku e minhas considerações sobre isso

Olha, foi uma surpresa ver o anúncio ontem, mas já era quase meia noite e eu não tinha ânimo para postar, mas é isso, entre os anúncios feitos pela Netflix no evento chamado Anime Japan, a plataforma de streaming anunciou que Ōoku (大奥), série de ficção científica (História Alternativa) de Fumi Yoshinaga vai virar anime.  Eu fiquei entre soltar rojões e virar os olhos, porque até onde sei, a maioria dos animes da Netflix tem uma produção abaixo da média, vide Seven Seeds, e Ōoku tem 19 volumes.

Vamos ao resumo, porque sei que há quem não conheça a história.  Estamos no início do século XVII e uma terrível doença se abate sobre o Japão.  4/5 masculina do país, especialmente, os jovens, morre da horrível varíola vermelha. Para evitar que o país seja invadido, o Japão se fecha para o contato com os estrangeiros, para que ninguém saiba da situação. Com a falta de homens, as mulheres assumem suas funções e mesmo o shogun é uma mulher.  Como forma de distinção, a shogun tem um harém, o Ōoku, onde ela tem somente para si uma quantidade obscena de homens, seja para dividirem a sua cama, ou fazerem outros serviços.  Mas, com o tempo, a doença começa a recuar, até ser extinta definitivamente, e o balanço de poder entre homens e mulheres será revertido.

Pelos frames no Comic Natalie, a adaptação, ou, pelo menos, as amostras que eles ofereceram, vai focar no início do mangá (*Vol. 1-3*).  Essa parte, aliás, foi adaptada em um filme de 2010, um dorama em 2012, e na adaptação live action que estreou neste janeiro na TV Tokyo.  Eu fiz resenha do primeiro capítulo da nova versão (*ainda estou aguardando que legendem o resto da primeira temporada, porque haverá uma segunda*) e ainda que considere o resultado bom, para que o primeiro volume caiba em uma hora, e no filme ele foi adaptado no dobro de tempo, sacrificaram muita coisa, as subtramas, o que Yoshinaga coloca de humor.  Vejam bem, se essas adaptações levarem as pessoas ao mangá, eu comemoro, mas o sacrifício que está sendo feito nessa conversão atual para dorama me deixou bem decepcionada.  Será que o anime irá fazer diferente?  

Sobre a informação, o que temos é o seguinte, o diretor será Abe Noriyuki, o Estúdio será o Deen, que fez muita coisa boa.  O roteiro será de Takasugi Rika e o character design de Sato Yoko.  Pelos frames a arte está muito diferente da série original, está meio morta, sem a beleza do original, genérica até.  Fumi Yoshinaga merecia uma série que, pelo menos, preservasse o seu traço, ou o espírito dele.  Pelas frames, vejam bem, pelo pouco que liberaram até o momento, não será assim, não.  Ainda não há data de estreia.  

Outra coisa, no anúncio, houve a dúvida de se a série é shoujo, ou josei.  Bem, sai na revista Melody.  Na wikipedia em inglês, está escrito que a revista era shoujo e, agora (*DESDE QUANDO? Nas notas do artigo, há links externos, não da Hakusensha, do mesmo ano, 2021, chamando a Melody de josei e shoujo*), é josei.  No entanto, Na Wikipedia japonesa continua como shoujo, eu fui checar para ver se tinha mudado.  Considerarei como válida a informação da página em japonês, até porque, a Melody, a Cookie, mesmo a Cheese, são aquelas revistas shoujo limítrofes, isto é, elas almejam um público mais velho e oferecem mangás que são mais sérios, mais dramáticos, o que, claro, não representa o todo da revista.  No fim das contas, as japonesas querem é ler bons  mangás e, às vezes, se apegam a uma revista, ou autora e, neste caso, a seguem para onde ela for.  De resto, para fechar o caixão, na conta do Twitter da revista, está que ela é shoujo.

Fora, claro, que virou quase moda entre alguns fãs de mangá tentarem tirar material shoujo da sua demografia original para mostrar que são pessoas maduras e que não leem material juvenil, isto é, shoujo, quando está cheio de shoujo muito mais complexo do que muita série que tem como alvo o público adulto mesmo. Eu até relevo esse tipo de atitude, quando ela é fruto da imaturidade, tipo o/a adolescente que quer mostrar que cresceu, agora, quando é coisa de gente supostamente bem informada, não.  É a mesma coisa que empurrar material shounen e seinen com romance como shoujo, ou josei, porque, bem, macho não gosta dessas coisas, então, tem que ser para menininha. 

quinta-feira, 23 de março de 2023

E o Shoujo Café chegou na maioridade!

E chegamos aos 18 anos, sim, o blog completou a maioridade.  Não sei se pensava em quanto tempo o Shoujo Café ficaria no ar quando o criei.  No início, bem no início mesmo, a ideia era traduzir matérias sobre mangás shoujo, depois, com o tempo, apareceram resenhas e textos de opinião.  Não foi o meu primeiro site, antes dele, houve o Shoujo House.  O foco de interesse era o mesmo, o ponto de vista é feminista e sempre me espanto quando aparece algum comentário sobre um post mais antigo, às vezes, questionando notícias ou opiniões (*elas podem mudar, eu não morri, estou viva*) de mais de uma década atrás.  

Neste momento, aliás, talvez porque meus posts atuais não sejam mais tão interessantes, estão em evidências postagens bem antigas.  Uma delas, a da Patrulha Canina, fez um sucesso indevido simplesmente porque as pessoas estão zumbizadas pelos discursos de extrema-direita.  É a única postagem do blog na qual aceito TODOS os comentários, é como um murinho da vergonha mesmo.  Aliás, já houve uma seção chamada "Murinho da Vergonha" no blog.  Nos últimos tempos, a frequência do blog tem caído, seja porque blogs saíram de moda, seja porque o que eu faço aqui não é mais tão interessante, ou necessário.

Enfim, assim como no ano passado, não preparei nada de especial para marcar a data.  Não consegui.  Carga de trabalho dentro e fora de casa muito grande, as demandas da Júlia (*ter uma criança exige dedicação e eu quero ser uma mãe o mais presente possível*), e dois dos meus gatos adoeceram nas últimas semanas, Sussu morreu ontem e isso me deixou muito triste.  Se não bastasse o geral que lhes dei, meu pai estava para fazer um exame e sob suspeita de câncer, isso me fez ter vários pesadelos por noites seguidas, felizmente, mais um rebate falso.  Meu pai a cada década nos dá um susto desses, como os pais dele morreram de câncer, eu sei que a coisa sempre pode ser séria.  De resto, euzinha aqui estou para fazer um exame, que já foi desmarcado duas vezes, porque há uma remotíssima possibilidade de que eu esteja com câncer.  Remotíssima ainda é uma possibilidade e eu tenho uma criança pequena, eu estou angustiada.  Então, desculpem pelo marasmo do blog, há dias em que não dá para pensar em coisas muito mirabolantes e até as notícias banais atrasam.

É isso, continuaremos aqui enquanto der e enquanto acreditar que vale a pena.  Obviamente, em uma marcha mais lenta.  Obrigada por continuarem visitando e comentando.  Obrigada por valorizarem o Shoujo Café e o Shoujocast, aliás, espero voltar com ele em breve.  Espero poder postar com mais frequência em breve. E estou em outros lugares, no Instagram e no Tik Tok, não, claro, que esteja muito mais movimentado por lá, também.

quarta-feira, 22 de março de 2023

Estou de Luto, porque uma das minhas gatinhas se foi.

E a Sookie, ou Sussu, como a chamávamos, se foi. O nome é por causa da série True Blood.    Ela estava conosco desde 2009, as fotos que estou postando não são recentes, sei que há mais novas, mas eu não consegui encontrar.  Quando ela chegou e enquanto era jovenzinha, ela costumava pegar as bolinhas que atirávamos e trazer de volta, como se fosse um cachorrinho.   Mais tarde, tomou ódio mortal pelo nosso primeiro cachorro, o Oluparum, e tentou matá-lo várias vezes.  Infernizou a vida dele.  Com o Meteoro, nunca se criou, porque ele é grande demais, imagino.  

Quando Julia chegou e começou a andar e sassaricar pela casa, Sookie passou a nutrir um ciúme muito grande por ela e chegou uma vez a caçar a Júlia pela casa, entre outras coisas, meu marido chegou a ameaçar mandá-la embora (*para outra casa*) e ela pareceu entender e nunca mais agrediu a filhinha, aliás, passou a tratá-la muito bem.  Sookie se tornou uma velha senhora um tanto rabugenta e obesa, mas era capaz de demonstrar afeto pelos gatinhos mais novinhos que chegaram por aqui.

Seu fim foi um tanto sofrido, tumores benignos, uma gravidez em idade avançada (*nós nem sabíamos que ela ainda tinha condições de engravidar*) que terminou em um parto que a gente nem viu e um filhotinho morto encontrado escondido.  Só vimos o sangue.  Depois veio uma cirurgia grande e muito sofrimento, além de um dinheirão gasto para tentar salvá-la.  Ainda assim, pensei que ela sobreviveria.  Não foi o caso.  Estamos todos bem tristes por aqui, Júlia teve crise de choro na escola e até voltou mais cedo.  Não terei mais uma gata me seguindo até o banheiro para pedir carinho e conversar comigo, porque ela era bem conversadeira, enfim.  Dos nossos gatinhos idosos, só sobra o Kalil agora. 🙁

Não teve post hoje, esses dias foram bem complicados, mas haverá amanhã.  Afinal, é aniversário do Shoujo Café e preciso mostrar que o blog segue vivo, mesmo que não tão ativo.

terça-feira, 21 de março de 2023

Carol Ito é a primeira cartunista a participar do Roda Viva

Carol Ito é uma cartunista brasileira especializada em jornalismo em quadrinhos e ela foi a primeira mulher a sentar na bancada do programa Roda Viva e desenhar, neste caso, a entrevistada, Sônia Guajajara.  A ministra dos Povos Indígenas.  O cartunista oficial do programa, Paulo Caruso, faleceu recentemente e a direção do programa decidiu que não teria mais um único artista na função, mas haveria um rodízio de convidados.  O Roda Viva, o mais tradicional programa de entrevistas da TV brasileira, está no ar desde 29 de setembro de 1986 e nunca houve uma mulher cartunista na função.  Espero que ela seja SOMENTE a primeira.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Mai Nishikata retoma o mangá GAME depois de dois anos em hiato

E é só isso mesmo, o mangá Game ~Suit no Sukima~ (GAME~スーツの隙間~), de Mai Nishikata é publicado pela Panini no Brasil e sai na revista Love Jossie.  Foi na página da revista que o retorno foi anunciado.  A série é publicada na revista desde 2015 e a autora fica publicando e parando, além de se dedicar a outras obras.  Enfim, eu não gosto da série que é o josei mais próximo do TL que já saiu por aqui.  Dito isso, se você acha que a Panini é culpada pelo atraso, não é, não, é a autora da série mesmo.

Mangá josei da autora de Full Metal Alchemist terá anime em breve

Hiromu Arakawa é conhecida por suas obras shounen, mas ela tem um mangá josei que está em publicação faz muitos anos chamado Hyakushou Kizoku (百姓貴族).  Publicada desde 2008, a série mostra a experiência de sete anos da autora, que se desenha como um boizinho, em Hokkaido, onde sua família é dona de uma propriedade rural, cria vacas, tem plantações, enfim, tudo aquilo que a autora colocou em seu mangá Gin no Saji (銀の匙), que fala de uma escola técnica rural.

O anime foi anunciado na conta da revista Wings, onde a série é publicada, e estreará em julho nos canais Tokyo MX e BS Asahi.  Ao que me parece, a série poderá ser episódica e seu último volume publicado, o sétimo, saiu lá em 2021.  Vi a informação sobre o anúncio no ANN.