O Festival de Angoulême, o maior festival de quadrinhos do mundo, foi criado em 1974 e, pela primeira vez, corre o risco de não acontecer. Segundo o site Todo Alicante (*que pegou as informações do Le Monde, do Libération e de outros veículos de mídia franceses*), sindicatos e editoras de quadrinhos e mesmo ganhadores do grande prêmio do festival pedem um boicote ao renomado festival de quadrinhos devido à insatisfação com a gestão da empresa organizadora desde 2007.
"As editoras de quadrinhos (...) compreendem a posição dos sindicatos de autores, bem como o manifesto de 285 ilustradores e a mensagem dos vencedores do Grande Prêmio, de não participarem na edição de 2026. Perante este movimento significativo, as editoras acreditam que a próxima edição não poderá realizar-se", afirmou o comunicado do Sindicato Nacional dos Editores, a principal organização das empresas do setor. Os principais jornais franceses estão apontando como quase certo o cancelamento da edição de 2026. Seria a primeira vez desde a criação do evento. Os organizadores negam o cancelamento e afirmam que tudo será resolvido.
Citando a matéria: "Apesar de ser realizado em uma pequena cidade distante de Paris, o Festival de Angoulême atrai mais de 200.000 visitantes anualmente e é o evento de quadrinhos mais importante da Europa. Seu cancelamento não seria apenas um duro golpe para a poderosa indústria francófona de quadrinhos, mas também para o prestígio da cultura francesa em geral. Contudo, essa possibilidade parece plausível, considerando o intenso impasse que se arrasta há meses entre ilustradores e organizadores. (...)
A controvérsia começou em janeiro, durante a 51ª edição. Os quatro dias do festival de quadrinhos foram marcados pela polêmica desencadeada por uma reportagem do jornal 'L'Humanité'. O jornal revelou o caso de uma funcionária que foi violentada durante uma festa em Angoulême, em 2024, e que a empresa organizadora a demitiu após ela apresentar queixa. Na sequência da divulgação da má gestão deste caso de violência de gênero, surgiram outras críticas contra o grupo 9eArt+, responsável pela organização do festival desde 2007. O seu presidente, Franck Bondoux, tem sido criticado pela sua gestão pouco transparente, abordagem excessivamente hierárquica, falta de rigor no que diz respeito aos direitos laborais e falta de resposta aos pedidos dos ilustradores.
Devido à pressão de sindicatos e outros grupos de artistas de quadrinhos, tanto Bondoux quanto Delphine Groux, presidente da Associação do Festival, renunciaram. Os organizadores se comprometeram a realizar um concurso público em 2028, abrindo caminho para que outra empresa o organize. No entanto, essas medidas não convenceram totalmente os ilustradores. Eles acreditam que seja uma forma da 9eArt+ ganhar tempo, já que manifestou o desejo de obter a concessão novamente.".
Enfim, pelo que está na matéria, acredito que não haverá festival em 2026. São muitos eixos da indústria de quadrinhos se articulando para pressionar a organização, que não parece disposta, pelo menos nesse momento, a recuar. A empresa administradora do evento ganha muito dinheiro e, claro, quer continuar lucrando. É esperar para ver como a coisa vai se resolver.

















































0 pessoas comentaram:
Postar um comentário