quarta-feira, 1 de março de 2006

Compreendendo o mangá


Mais uma matéria norte americana sobre o fenômeno do mangá. Desta vez não é sobre shoujo em si, mas, claro, que como o fenômeno passa diretamente pelo fenômeno das mulheres enquanto consumidoras de quadrinho, eles se vêem obrigados a comentar. Traduzi três parágrafos que achei interessnates, mas toda a matéria vale a pena. Quem quiser, basta clicar no link. Eis os trechos e meus comentários:

"No Japão, os quadrinhos são considerados como gênero literário legítimo e como arte. Enquanto nos EUA os lucros estimados com mangá serão de 300 milhões este ano, no Japão as vendas vão atingir mais de 1 bilhão de dólares. Isto é muito em termos de livros se você compara o tamanho da população dos dois países."

Imagino que aqui no Brasil, as cifras sejam ridículas se comparadas aos EUA, por exemplo. Fora, claro, que parece vergonha para as empresas nacionais revelarem suas vendas. Ninguém sabe o quanto a sua revista favorita vende, daí, ninguém pode tentar salvar um título em perigo. Mesmo quando a editora cisma de avisar, como no caso da Panini em Peach Girl, é sempre de forma tímida e chantagista, do tipo "veja que estamos fazendo um favor para vocês", ou seja, o mercado não vai para a frente nunca!

"Os mangás foram publicados aqui por muitos anos, mas foi somente quando a Tokyopop entrou em cena no final dos anos 90 que o gênero começou a chamar a atenção dos fãs de quadrinhos americanos. O foco da Tokyopop foi as garotas adolescentes, que tradicionalmente não tinham interesse em ler histórias sobre homens com calças colantes e capas. Nos últimos cinco anos, as livrarias tem dedicado cada vez mais espaço nas prateleiras aos quadrinhos, e os mangás representam 75% de todas as vendas de graphic novels nos EUA."

Outra vez a percepção da importância do público feminino e da estratégia da Tokyopop em atraí-lo. Só perde alguns pontos porque dá a entender que as meninas não liam quadrinhos porque não se interessavam e não deixa claro que foram as editoras que lhes viraram as costas em termos de temáticas e personagens lá nos anos 60.

"Os gêneros [de mangá] variam muito, de ficção científica à fantasia, de Western ao romance. As duas editoras de maior impacto são a Tokyopop e a Viz. Seus consumidores transcendem as barreiras etárias – a Marvel e a DC Comics adorariam ter um apelo tão grande. Tanto que a DC entrou recentemente na arena do mangá com seu próprio selo, CMX."

Uma pequena retratação aqui, ao deixar claro - talvez sem querer - que o mangá ganha espaço por ser universal, não no sentido de escolher um modelo e empurrar goela abaixo dos consumidores, mas por abrir o leque de opções e admitir a diversidade. Muito bom também a cutucada na Marvel e na DC. Aliás, a DC está correndo atrás... provavelmente o selo CMX deve ajudar a fazer caixa para continuar a publicar histórias de supers com tranqüilidade.

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