Por causa de um comentário que deixaram em um de meus posts, cheguei ao site Vitamina B. Achei um blog muito bem feito e interessante. Lá encontrei uma matéria sobre a última edição da Neo Tokyo. Não me aborreceria tanto se não tivesse tropeçado nisso aqui:
"E ainda tem matérias com conteúdo copiado da Internet, o grande erro desses tipos de revista. Porém, dessa vez, pelo que percebo, de sites interessantes e aprofundados, além de ter o conhecimento, participação e créditos do autor original. Isso tudo fica evidente na matéria de Shoujo Kakumei Utena (toda "chupada" desse link). Fora que é um perigo constante com seus spoilers a cada parágrafo."
Ora, como o autor do texto parece ser uma pessoa bem informada e tem ciência de que a equipe da Anime-Pró está envolvida na revista e que eu, Valéria Fernandes, sou autora da matéria sobre Utena, deve saber, também que o texto é meu, pois vem da Shoujo House, a minha página principal. Ou seja, eu não chupei o texto (*e chupar aqui soa quase como roubar, não é mesmo?*), eu adaptei um texto que é MEU, fruto das minhas pesquisas e meu esforço pessoal. Será que eu precisava creditar nominalmente a mim mesma? Colocar as coisas naqueles termos é desqualificar meu trabalho e passar a mensagem de que eu copio textos alheios. Diga que não gosta do texto, que o texto é ruim, dê os motivos, mas insinuar roubo/cópia/plágio/chupada é injusto e ofensivo. E mais, até sinalizar spoilers eu sinalizo. Será que a pessoa não leu a advertência?
Mas, talvez, o grande problema seja o fato de eu não ser jornalista, já que isso é colocado como fundamental para a qualidade dos textos da Neo Tokyo:
"Vale lembrar que boa parte da equipe dessa revista não é formada por jornalistas, acredito eu. Isso é uma pena, mas é algo comum e de certa forma explica insucessos anteriores nesse meio. Mas felizmente, isso está mudando. O número de jornalistas especializados em quadrinhos está crescendo também! É tudo uma questão de tempo, afinal. ^^"
Assim, bons escritores de textos informativos, devem ser sempre jornalistas e o único redator da revista citado por nome (*eu que chupei o texto, nem isso mereço, claro*) e elogiado é jornalista. Defender seu feudo sempre é interessante, mas desqualificar o trabalho dos outros para isso, é mesquinharia. Se algum jornalista puder me substituir na Neo Tokyo, escrevendo sobre o que eu escrevo com qualidade, eu não reclamaria, até porque minha agenda é muito cheia e estou com uma série de tarefas importantes atrasadas, mas esse tipo de argumento não cola.
Qualquer pessoa, que não tenha complexos de inferioridade, sabe que escrever bem não é apanágio dos jornalistas, que esta profissão não tem o monopólio do bem escrever ou da idoneidade. E, claro, não vou escrever como jornalista nunca, vou escrever bem como alguém que curte o que está fazendo, leva a sério o que faz e escreve bem, porque faz isso há muito tempo, e pode provar. E quem quiser que insinue que roubei textos, sei a qualidade do meu trabalho e quem me conhece sabe muito bem disso, também.
4 pessoas comentaram:
Obrigado pelos elogios!
Sobre o que disse, ou melhor, eu disse...
Sua matéria de Shoujo Kakumei Utena está muito parecida com o material original. Material esse que, como eu disse, é bom e, dessa vez, foi reproduzido (mesmo qe adaptado) na revista pelo próprio autor original, no caso, você mesma.
Eu também percebi isso na matéria sobre A Viagem de Chihiro, só não tenho certeza se foi pego de algum site ou se era o mesmo autor, então melhor nem afirmar nada.
Sobre se o seu site copiou alguma fonte, eu não citei isso no post, ou sequer insinuei, visto que a intenção não era avaliar o site, e sim a revista. Nem sequer acredito na possibilidade de plágio. Inclusive chamei o site de aprofundado e interessante.
Sobre os spoilers. Não há como negar, são muuuuuuitos! Principalmente na parte em que descreve os personagens!!
E é claro que não-jornalistas podem escrever bem. Há muitos bons escritores, advogados, publicitários e tudo o mais bons de escrita. Mas uma coisa é certa: escrever um texto jornalístico é diferente e não se aprende sozinho facilmente.
Vez ou outra a polêmica sobre a obrigatoriedade do diploma do curso superior de jornalismo vem à tona. Ele já chegou a vigorar e até ser suspenso. No final de 2005, conseguiram fazer valer com que o diploma fosse obrigatório (http://vestibular.uol.com.br/ultnot/2005/10/31/ult798u12312.jhtm).
E eu concordo com essa lei. Se para trabalhar como historiador, tradutor, advogado precisa, porque não jornalista?
E não disse que você escrevia mau, se achasse isso não visitaria seu blog nem leria sua coluna no Anime Pró!
Então, sem perseguições, oquei?
Tudo o que você disse aqui, inclusive que o site em questão era meu, você não disse em seu texto original (*a não ser que tenha sido mudado de ontem para hoje*). Logo, não se trata de perseguição, aé porque, não tenho poder para perseguir ninguém, e, sim, de uma reclamação bem fundamentada de alguém que fui acusada de chupar/roubar um texto, simplesmente porque citou a fonte. E você só citou nominalmente a minha matéria, sem citar meu nome, o que é no mínimo descortês, já que você confirmou - como eu deduzi - conhecer meu trabalho.
Historiadores são obrigados a fazer isso, citar de onde retiraram coisas, porque na nossa profissão, fonte oculta não existe. Aqui neste blog sempre cito de onde tiro qualquer notícia. Não vejo isso em outros lugares, mas depois de graduação, mestrado e um doutorado em andamento, fora a experiência como professora, não posso esquecer de fazer isso. É meu dever. Se esqueço, me odeio.
Outra coisa, a parte das personagens continha advertência quanto a spoilers. Está escrito, logo, está sinalizado. A acusação do tropeçar em spoilers, ainda mais agora que você esclareceu onde, não se aplica. Ou foi lapso seu, ou foi maldade mesmo.
Você, sim, condicionou o escrever bem ao ser jornalista, está escrito no seu texto. Ficou claro que você defende a sua classe e nesse caso cometeu uma injustiça. Tentou me excluir, como diria Michel Foucault, da "ordem do discurso", me negando o direito - e a outros - de "um lugar de fala" porque não sou jornalista. Muito provavelmene citarei a ofensa em minha coluna, sim, porque você desdisse ou explicou o que disse, mas manteve vários pontos em contradição. O caso do spoiler é um dele. E se lê minha coluna sabe que o site é meu? Por que então a crítica não foi melhor elaborda?
Quanto a querela de diplomas, minha profissão não é reconhecida também. Qualquer um, inclusive jornalistas, podem assinar como historiadores e muitos fazem isso, para o bem ou para o mal. Aliás, digo isso, principalmente para frisar que nunca assinei como jornalista, até porque o ato de escrever não é apanágio desta ou daquela profissão. Nem a cadeira de História nos é assegurada, pois quem se forma em Filosofia, Sociologia e outros, pode lecionar História, também. Injusto, não? Pois é, o problema não é somente com sua profissão.
Também defendo que as profisões sejam regulamentadas, a sua e a minha, mas escrever sobre anime e mangá não pode ser direito somente dos jornalistas, pois o primeiro critério para escrever sobre o assunto é conhecê-lo. Existem jornalistas de quadrinhos. Mas quais quadrinhos eles conhecem? Normalmente, não são mangás, ainda mais shoujo mangá. Mas é como disse, se alguém quiser ocupar meu lugar, não tenho vínculos empregatícios. Escrevo porque gosto, porque sou fã. Minha profissão é outra e me sinto feliz com ela. Sonho em escrever um livro sobre mangá um dia; exatamente porque não preciso ser jornalista para isso, simplesmente preciso ter algo importante a dizer e tempo para elaborar um texto. Agora, o lugar na Neo Tokyo pode ser ocupado somente por jornalistas, se houver gente para isso, é só entrar em contato com o editor-chefe. Aliás, isso seria especialmente necessário, se é fundamental ser jornalistas para escrever sobre anime e mangá, só duvido que a maioria deles poderia escrever sobre shoujo mangá.
Valéria, acho que vc não devia ficar tão perturbada. Fique segura, todos te adoram, todos adoram seu site, o tomodachi e o que vc representa para o cenário anime/manga brasileiro. Sua importância é indiscutível. E sobre vc não ser jornalista formada... poxa!!! Vc é professora de História pela UnB!!! Isso é ser melhor que muito jornalista hoje em dia! Annime-se! Estamos do seu lado
Obrigada, Aline. Mas eu sei que nem todos me adoram. E isso é positivo, ninguém pode ser amado por todos o tempo todo. Só não gosto de jogo sujo, só isso.
Mas uma correção, eu sou formada pela UFRJ, foi lá que me formataram, a UnB é só a cereja do bolo. ^_^
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