Tentei traduzir da forma mais fiel possível, mas algumas frases, ou pensamentos da autora me pareceram confusos, ou meu inglês anda mal das pernas. Percebi, também, que ela evita respostas diretas sempre que possível. No caso do que é mangá, ela se saiu muito bem, mas de resto parecia tergiversação, fuga mesmo. Achei interessante que ela não respondeu a pergunta de que tipo de mangá ou livro ela lê. Quando inquirida sobre leitura, ela disse que assiste CSI... Um... Enfim, leiam a entrevista, fiz a tradução porque sei que tem gente que não lê inglês. O original está aqui.
UM POUCO DE SHOUJO
Entrevista: O mangá para garotas e adolescentes de Natsuki Takaya está deixando os norte-americanos completamente apaixonados
Postado quinta-feira, 10 de agosto de 2006.
Uma aura de cultura pop, talento e exclusividade tornam os artistas de mangá quase como estrelas de rock no Japão, e a manga-ka Natsuki Takaya pode agora se gabar de possuir toda uma nova geração de devotos ao redor do mundo. A criadora de Fruits Basket, um best-seller na América do Norte, estreou no início dos anos 90 na revista japonesa Hana to Yume (Flores e Sonhos) para se tornar nos anos seguintes uma das autoras mais importantes da indústria de shoujo mangá, criando quadrinhos para mulheres que vendem em livrarias ao redor do mundo com o selo de editoras como a Tokyopop. Na primeira entrevista da autora para a mídia norte-americana, Coco Masters da Time conversa com Takaya (pseudônimo) sobre suas experiências como autora de mangá, da série de TV CSI e o que faz do mangá mais do que desenhar personagens em uma página de papel.
TIME: O que te fez começar a se interessar por mangá?
NT: Não foi nada específico, por si. Quando criança, porque os mangás estavam sempre a minha volta, eu lia e naturalmente pensava, “Ei, Eu gostaria de desenhar mangá – Eu quero ser manga-ka!”
TIME: Você já desenhou “doujinshi” (fanzine) ou trabalhou como assistente de algum manga-ka?
NT: Antes e depois da minha estréia, eu ajudei outros manga-kas de tempos em tempos, mas nunca tive a experiência de ser exclusivamente assistente. Nem nunca publiquei doujinshi sozinha ou em grupo.
TIME: Como você define o mangá em termos de roteiro, personagens e estilo visual?
NT: Eu tento fazer mangá de forma que eu não tenha que me guiar por uma definição fechada. Ao invés de me fechar em torno dela e tornar meus trabalhos rígidos e pouco criativos, eu prefiro que tudo tenha fluência – uma certa liberdade.
TIME: O que você acha das tentativas de não-japoneses em fazer mangá? Você considera esses trabalhos como mangá ou outra coisa?
NT: Colocando de forma simples e direta, eu fico feliz que o mangá seja uma forma de expressão em expansão. Eu não acho que a nacionalidade tenha algo a ver com o que fez a ascensão do mangá possível. Mesmo no Japão, os manga-kas estão fazendo suas séries todos os dias e elas exprimem a sua própria individualidade, e uma obra não é igual a outra. O que importa não são as diferenças entre os autores, mas seu amor pelo mangá.
TIME: o que inspirou o roteiro de Fruits Basket?
NT: Me perguntaram isso várias vezes no passado, mas ainda hoje eu não tenho uma resposta muito clara para dar. Foi simplesmente alguma coisa que me ocorreu, durante o processo de viver por mim mesma (Sozinha? Longe da família? Ficou confuso para mim) – como “eu mesma”.
TIME: por quanto tempo mais você pretende continuar com Fruits Basket? Você está pronta para partir para outra coisa?
NT: Eu planejo concluir a série este ano. Eu não vou dizer que estou particularmente triste em ver que a série caminha para o seu fechamento. Se eu não conseguir levar um projeto até o final, meu trabalho não vai se destacar por suas qualidades. Eu sempre quero ser capaz de desenhar novos projetos.
TIME: O que você mais gosta no trabalho de desenhar mangás?
NT: Criar o plot, dar movimento às personagens e dividir os quadros. O storyboard é o que eu mais gosto de fazer.
TIME: Que tipo de livros e mangás você lê, e de onde você tira inspiração?
NT: Eu gosto de dar uma olhada em trabalhos que eu nunca seria capaz de desenhar. Eu realmente gosto da série CSI, Las Vegas em especial. Ela é realmente interessante. Eu estou em um ponto em que estou considerando a possibilidade de comprar todos os episódios em DVD. Eu sou do tipo de pessoa que realmente não tem uma fonte específica de “inspiração”. Ela provavelmente vem das minhas dúvidas e desejos.
TIME: Você tem assistentes? E se tiver, diga se você tem que treiná-las em seu estilo de desenho e colorização?
TIME: Do you have assistants? And if so, do you have to train them in your style of drawing and inking?
NT: Eu tenho duas. Não há nada em particular que eu ensine a elas, mas elas sempre são de grande auxílio para mim.
TIME: Fruits Basket tem um grande número de fãs nos EUA. Quais é a razão dessa popularidade em sua opinião?
NT: Isso definitivamente me lisonjeia e agrada. Muito obrigada. Quanto a razão, eu não consigo distinguir uma claramente, mas as pessoas lêem o mangá e pensam “Eu gosto disso”, então isso somente é capaz de me alegrar.
TIME: Por que você que a popularidade do mangá vem crescendo fora do Japão?
NT: Eu imagino se é somente porque o mangá está circulando mais pelo mundo do que antes? Se o mangá está sendo reconhecido por seus méritos como um meio capaz de expressão, então eu estou feliz como alguém que ama o mangá.
TIME: Como você acha que tem influenciado uma geração de garotas japonesas?
NT: Como eu posso colocar, eu acho que meu trabalho em um forte sentido de “tocar” muito mais do que “influenciar”.
TIME: O que você quer que seus leitores sintam ou compreendam da leitura do seu mangá?
NT: Acima e além de desenhar minhas criações, eu tento incorporar algum tipo de mensagem. Eu tento não terminar com uma questão em aberto, mas oferecer uma conclusão para o meu trabalho. Além disso, eu tento não suplementar a compreensão com questões fora da própria série (outra frase difícil). Isso porque eu acredito que as leitoras são livres para responder ao trabalho da sua própria maneira e que isto é parte do prazer... Claro, que existem mal-entendidos sem intenção e que há coisas que ocasionalmente são confusas, mas sempre que possível, eu tento valorizar a sensibilidade de todas as leitoras.
1 pessoas comentaram:
Amei a entrevista :D
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