Mangá Lésbico e a Arte de Embelezar

A matéria que segue está no Mainichi Shinbum. A seção Wai Wai é sempre um tanto sensacionalista, então, dêem um desconto. O título original é Lesbian manga and the art of gilding the lily. A a expressão "gilding de lily" eu não conhecia e quer dizer enfeita, embelezar, tornar agradável além da conta, pode ser sinônimo de "dourar a pílula", também. De qualquer forma, acho que nem o editor da revista, a Yuri Hime, nem quem fez a matéria e as notas entre colchetes entende patavinas de yuri.

Dizer que em Maria-sama ga Miteru uma aluna tem visões da Virgem ou que o sucesso do yuri mangá depende dos homens quando estes já são grande parte dos leitores e produtores dessas histórias é risível. Falar em mulheres dominando o Japão como "sexo forte" chega até a ser ofensivo, quando os índices de igualdade de gênero do país são dos piores do mundo (*vide post sobre Hataraki-Man*).

Acredito que o editor deve estar falando de shoujo-yuri, afinal, Maria-sama, o mangá, sai na Margaret, mas esqueceu que há o shounen-yuri e o hentai-yuri. Sim, pessoal, é preciso diferenciar, como também não se pode achar que todo mangá yuri/shoujo-ai é pornográfico e que toda pornografia em mangá e anime é hentai, há pornografia feita por mulheres para mulheres. Enfim, é como o Matt Thorn diz, a revolução que precisa acontecer agora é entre os editores... Leiam e, quem quiser, comente. Traduzi rapidinho, sem grande cuidado, confesso.

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Mangá Lésbico e a Arte de Embelezar

Há um lírio-branco chamado yuri, que é a palavra japonesa para "lírio", o nome dado ao gênero sensual de quadrinhos agora provocando muito interesse entre os fãs manga, de acordo com a revista Cyzo (Março). Mangás Yuri trazem contos de lésbicas amor, e histórias sobre irmandades sáficas que parecem estar tocando no ponto certo levando a estabilização do mercado do lírio.

Simbolizando o crescimento do gênero é a recente criação da Comic Yuri Hime, a primeira revista japonesa dedicada inteiramente a manga sobre mulheres que amam umas as outras.

"Na verdade, as vendas dos quadrinhos não são melhores do que a da sua antecessora (a extinta) 'Yuri Shimai' (que também trazia outros tipos de mangá), mas faz três anos que o gênero yuri surgiu e as vendas são estáveis. Os mangás Yuri podem sobreviver como um gênero independente, por isso, decidimos criar uma revista somente com yuri histórias", diz Seitaro Nakamura, editor-chefe da Comic em Yuri Hime, para a Cyzo.

Mesmo que mais e mais lojas mangá estejam criando seções dedicadas ao gênero yuri, ele ainda pode não vir a ser uma força dominante no mercado que alguns esperam que ele seja. Nakamura diz que o sucesso futuro dos mangás yuri vai depender da atração que as histórias sobre os rompoantes românticos entre meninas possam exercer sobre os leitores do sexo masculino.

"Tudo depende de conseguirmos uma outra 'Maria Sama ga Miteiru' (a história de amor em uma escola feminina onde uma aluna tem visões da Virgem Maria). Ela é famosa porque um monte de caras lê. 30% dos nossos leitores são sexo masculino ", diz Nakamura à Cyzo.

"É dito que as mulheres estão tão ligadas aos mangás BL, porque eles são histórias de romance entre os homens em situação de igualdade. Neste momento da História em que as mulheres são, provavelmente, o sexo forte, penso que há um monte de caras que têm dúvidas acerca das exigências da sociedade sobre virilidade. Penso que talvez esses rapazes obter algum tipo de cura terapêutica do mundo do yuri, onde se pode olhar para o mundo da fantasia onde as mulheres se amem em condições de igualdade. "