segunda-feira, 14 de abril de 2008

Garotos desenham shounen; meninas preferem shoujo 2



Entrando na página do jornal de novo, descobri que não precisava ter comprado... Os “mangás” estavam lá. A categoria até 18 anos, foi vencida por uma garota. Não sei se chamaria de shoujo, porque a inspiração dela foi muito mais Kenshin (*a foto da menina com o mangá de Samurai X só está no jornal impresso*), mas um dos quadros é visivelmente uma cópia da Chi de Chobits. O cara que ganhou na categoria adulto é muito fraco... E o pior é que eles colocaram no jornal impresso os vários mangás enviados como fundo, ao que parece, havia coisa melhor... De qualquer forma, é importante citar que ambos os vencedores citaram Holly Avenger como influência. Veja só que legal! Eu não lia HA, mas fez com que muita gente tivesse mais interesse por desenhar em estilo mangá. Parabéns Cassaro e Erica Awano, queria muito que vocês criassem uma nova série de sucesso. Eis o que deixei de enviar:
Vencedora na categoria abaixo de 18 anos
Fernanda de Nobrega Gonçalves, 15
São Paulo, SP

Fernanda misturou ação e amor

Quando Fernanda de Nobrega Gonçalves, 15, decidiu participar do concurso de mangás da Folha, não sabia o que desenhar. Perguntou às suas amigas o que preferiam - ação ou romance. A sugestão que recebeu foi de que fizesse os dois ao mesmo tempo. Boa! Seu mangá, "Sweet Revenge" (doce vingança, em inglês), traz a história de dois jovens apaixonados. Eles pertencem a clãs rivais e, por isso, não podem concretizar seu amor.

A influência de "Romeu e Julieta" está bem clara. Também a de "Samurai X" -"por mais que o Kenshin e a Kaoru [personagens de "Samurai X'] se gostem, eles não podem se esquecer do passado de assassino dele", explica a autora do desenho vencedor. Também é possível encontrar influências, na história dela, de outros mangás já publicados no Brasil. As flores de cerejeira caindo das árvores, no primeiro e último quadrinhos, são uma marca registrada do mangá "Sakura Card Captors", do qual ela se diz fã.

Já a ombreira do personagem masculino é bastante parecida com a de Lisandra, personagem principal do mangá brasileiro "Holy Avenger", sucesso do final da década de 90.

Gonçalves pretende estudar veterinária. "Adoro animais, quase coloquei uma raposinha no desenho", conta. Enquanto ainda está no ensino médio, diverte-se lendo sua coleção de mangás e bolando histórias com sua amiga Thamiê.

O próximo passo na sua carreira de mangaká (quem desenha mangás) é vencer o concurso de desenho do evento "Anime Friends", que deve acontecer em julho deste ano.
"É meu sonho", confessa. "Há pessoas muito talentosas concorrendo. Por isso faço bastante esforço para atingir o nível delas", diz a vencedora que, além de talentosa, é modesta. (DIOGO BERCITO)

Vencedor na categoria 18 anos ou mais
Carlos Roberto Ribeiro de Sousa Santos, 29
Ferraz de Vasconcelos, SP

Carlos apostou no preconceito

"Você não consegue dizer se uma pessoa é boa ou má apenas olhando para uma imagem." Foi partindo dessa premissa que Carlos Roberto Santos, 29, fez o desenho vencedor da categoria acima de 17 anos. Para ilustrar a idéia, desenhou dois guerreiros bastante diferentes - um bonito, outro feio. Apesar de, segundo o autor, o leitor tender a achar que o bem afeiçoado é bonzinho, esse julgamento é somente baseado em preconceitos.

Dentre os mangás preferidos de Santos estão "Death Note", "Astro Boy", "Lodoss War" e o clássico "Akira". A próxima aquisição deve ser "Full Metal Alchemist". Sua coleção já tem quase 300 mangás -número insuficiente para ele. "É pouco. Quero ter muito mais", declara. Santos aponta como referências para seu trabalho os mangás "Ranma «" e "Holy Avenger".

Apesar das facilidades tecnológicas, ele prefere comprar a baixar na internet. "Prefiro ter o mangá na mão", diz o vencedor, que desenha desde 1998. O traço limpo do desenho de Santos cabe bem na sua carreira -trabalha como decorador. E os gibis japoneses muitas vezes servem a ele de inspiração -"você acaba conhecendo ambientes diferentes, vê as coisas de uma perspectiva nova", diz. Santos vai pelo menos duas vezes por mês ao bairro da Liberdade. Lá, compra os animes que não são exibidos na TV.

Aprender a língua japonesa, para alguém tão ligado à cultura oriental, é um passo que não surpreende. Santos conta que está estudando por conta própria porque não tem tempo para freqüentar aulas. "Já decorei um dos alfabetos", diz. O autor do desenho enviado à Folha acreditava em seu sucesso. "Eu estava confiante na idéia, e minha mulher me incentivou bastante", conta o vencedor. (DB)

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