sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 4)


Eu trouxe a minha historinha no pendrive, então, já que tive a chance, estou postando mais dois pedaços. Acredito que, se tudo correr bem, coloco mais coisas na próxima semana. Agora, olhando o texto original, percebi que mudei a ordem de algumas coisas, nada que perturbe a leitura, foi mesmo para montar o trabalho final do curso de roteiro. Criei uma tag "Rosas" que puxa todas as partes da história até agora. Isso vai facilitar para quem quiser lr. Desde já agradeço pelos comentários e opiniões.

Ventos de Mudança
Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 4)

— Haroldo, Haroldo! Meu irmão, Alan está chegando!

A menina que gritava era Elaine que vinha dos lados das cozinhas do castelo e entrara correndo nas cavalariças, onde sabia que ia encontrar seu único amigo. Haroldo virou-se, deixando de lado o que estava fazendo, mesmo que corresse o risco de ser castigado mais tarde.

— O que, Elaine? — Perguntou um rapaz franzino e até um pouco esquálido largando o feno no chão e respirando fundo, pois toda a vez que havia uma festividade, seu trabalho era dobrado. Seus olhos, porém eram bem vivos e transmitiam segurança e inteligência.

— Eu ouvi as mulheres comentando. O Conde De Sayers está a caminho e Alan está vindo, também.

— Quando eles chegam? — Não foi Haroldo quem fez a pergunta, mas, sim, Konrad, filho do Conde de Sayers, que se aproximara silenciosamente, como era seu costume. Os dois se espantaram, pois o rapaz não costumava dirigir a palavra a quem não pertencesse ao se círculo de relações e eles eram tudo menos membros do círculo de realções de Konrad.

— Hoje... e-eu creio. — Gaguejou Elaine fazendo uma mesura, um tanto desastrada, e deixando com que seus cabelos castanhos bem cheios encobrissem seu rosto. Estava assustada e sem conseguir encarar os olhos severos do rapaz mais bonito de toda a Corte.

— Bom saber disso. — Disse isso e depois tentou ser gentil ao perceber a expressão de Elaine. — Deve se alegrar em rever seu irmão... Eu, com certeza, me alegrarei. — E se foi, sem mais palavras. “Não é correto reduzir uma moça nobre a essa condição... Se alguém errou, não foi ela. Daria uma boa companhia para minha prima. Pena que meu pai não conseguiu levá-la daqui.” Mas Elaine não ficou muito tempo em sua imaginação, afinal, era a vontade da Rainha, foi a informação sobre Alan que o deixou bem preocupado. “Meu pai deve estar fora de si, trazer Alan até aqui, é expô-lo sem necessidade. Além disso, esta atitude pode comprometê-lo junto à Rainha e toda a Corte!”

— Ele me assusta, Haroldo. — Às vezes, Elaine assumia um ar estranho, quase mágico, ao falar. — Não sei, mas é como se houvesse algo de maligno nele. — Depois continuou com seu jeito de sempre. — E viu como ele se lembrou de que eu era irmã de Alan? Sabe, foi a primeira vez que falou comigo.

— É o pai dele, afinal, é por isso que está curioso. — Falou e depois completou em voz baixa. — Ele também me assusta um pouco, Elaine. Mas só o fato de ele não me notar já é um alívio. Aliás, comparado com os outros por aqui, até que ele me parece um bom sujeito... — Suspirou pensativo e ficou olhando para Elaine.

— Posso vir aqui está noite? — Fez pausa. — Eu estou tão ansiosa que acho que vou explodir se não puder falar com alguém. — Os olhos dela brilhavam e o rapaz sentiu-se nas nuvens. — Além disso, você é meu único amigo.

— Claro, Elaine. A hora que quiser! — “Ah, Elaine, se não fosse por você eu já teria partido daqui faz muito tempo!” E pegando a menina pelos ombros. — Eu juro que, se seu irmão chegar neste castelo hoje, custe o que custar, ele estará aqui para ver você, mais rápido que um raio. Confie em mim!

— Eu sempre confio! — Elaine disse isso lhe deu um beijo no rosto e os dois se abraçaram. Durante todo o tempo que passaram no castelo, o único consolo que tinham era a presença um do outro, nada mais.

— Ei, vocês dois! — Alguém gritou com autoridade. — Onde acham que estão? Mexam-se se não quiserem levar umas bastonadas!

Os dois se separaram e Elaine correu de volta ao castelo, mas antes virou-se:
— Esta noite, então!

— Ele estará lá, Elaine! Ai!!!! — Haroldo não falou mais nada, pois sentiu uma forte pancada em sua cabeça, devia voltar ao trabalho, este sinal era inequívoco. Mas a Rainha que não cansasse de esperar, porque ainda ouviria falar muito dele.

XXX

— Veja, Palma! — Ádina, Rainha das Fadas, mal conseguia conter a excitação. — O momento se aproxima. Todos estarão reunidos na Corte Real. — Fez pausa enquanto olhava o lago prateado. — Tenho seis dos meus guerreiros reunidos. Agora só me falta um.

— Quem é ele, Senhora? — Perguntou a mulher loura e pálida que todos chamavam Palma.

— Este é o único problema, eu não sei. Sempre que o consulto, o espelho me mostra uma sombra... Talvez seja um estrangeiro, ou alguém que esteja sob o efeito de uma poderosa magia... — Balançou a cabeça e olhou para a porta que dava para a sala das armas que não era aberta há mais de quatro séculos. — Uma das armas mágicas, além da própria Espada de Rosas, é claro, não está aqui. Minha Mãe, a grande Silena, nunca me contou onde ela estava... Ela sempre tinha tudo sob controle, logo, eu creio que deve algum motivo secreto. — Suspirou. Às vezes imaginava-se terrivelmente inferior ao que sua mãe fora. — Este é o grande problema, ela não teve tempo de me transferir todo o seu poder e os seus segredos! Eu sou a Rainha das Fadas e não tenho como cumprir minha missão na sua totalidade. — Suspirou outra vez. — Você é meu braço direito, se não confiar minha dúvidas a você, a quem mais?

— Senhora, eu temo ser impertinente, mas...

— Eu sei. Marina não lhe inspira confiança, não consegue imaginá-la cumprindo tão alta missão, não é? — Respirou fundo enquanto admirava a imagem de uma moça loura que apareceu de repente no Lago. — Mas ela é a figura das profecias, não há dúvida. Com certeza, guarda mais dentro de si do que podemos ver agora, Palma. — Fez pausa. — Além disso, há um longo caminho a ser percorrido antes do fim.


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2 pessoas comentaram:

Mais personagens. Uma fada. Um prenúncio de ação... e com mistério.

A história caminha.


Paulo Fabian

Bem, bem... Gente é o que não falta nesa história... Obrigada por ter lido.

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