segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 8)


Você deve ter lido a parte anterior deste capítulo. Agora, você está na oitava parte. Se caiu aqui por engano, clique para retornar para a parte anterior, se você clicar na tag Rosas, poderá acessar todos as partes que coloquei no blog até aqui. Qualquer comentário, sugestão ou crítica será lida e desde já agradeço pela atenção.

Agradeço aos que têm lido e comentado, como o Anderson e a Sett. Quando chegar em casa eu vou fazer o character design básico para que as pessoa stenham uma idéia de como imagino as persoangens. Pode deixar, Sett. Mas se vocês foem até o meu Deviantart, há alguns desenhos antigos por lá. Eu não queria colocá-los aqui, por isso não passei os links.

Ventos de Mudança
Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 8)

— Você entendeu bem a mensagem, não é? — Insistiu Haroldo.

— Claro que, sim. — Alan falou com certa impaciência. — Eu estarei lá esta noite, pode ter certeza.

— Eu espero, então. Agora, eu tenho que cair fora daqui, antes que alguém me note com você por muito tempo. — Este último comentário deixou Alan furioso. Será que todos ali sempre iam fazer questão de lembrar-lhe de quem era filho? Só que Haroldo estava mais preocupado consigo mesmo e nem se lembrava do pai de Alan ou de qualquer coisa referente ao passado infame do rapaz. Só não queria ser punido. Era pura estratégia de sobrevivência. O rapaz foi em direção ao castelo quando avistou Konrad de braço com Flora e parou:

— Alan! Por onde você andou? — Flora perguntou. — Junte-se a nós, Konrad está me mostrando o castelo! — Convidou e os dois se entreolharam ressabiados, mas era Flora que estava pedindo. Que importava o resto da humanidade, então? Não eram amigos, afinal? Alan pegou o braço que Flora lhe oferecia e Konrad se dispôs a mostrar o resto do castelo sem dar à mínima aos olhares daqueles que sabiam quem era o rapaz que estava com ele.

Os três jovens se aproximaram de um cercado onde um grupo de rapazes se exercitava. Konrad parou a uma distância segura e comentou:

— Alguns deles serão armados cavaleiros amanhã, como eu. Estão treinando para o torneio. — Fez pausa e continuou com desdém. — Parte deles não tem chance alguma...

— Você acha que vai ganhar o torneio, Kon? — Perguntou Flora, enquanto Alan observava e ouvia.

— Estou entre os mais fortes candidatos, sem dúvida, mas não posso contar com a vitória por antecipação. Ouvi dizer que um cavaleiro muito forte irá competir também. E há outros que merecem respeito. — Neste momento um dos rapazes que estava treinando, fez sinal para Konrad que o saudou. — Sir Martin, como está?

O cavaleiro se aproximou. Ele era mais baixo que Konrad e tão alto quanto Alan. Tinha uma barba bem aparada e parecia pelo menos uns cinco anos mais velho que os dois rapazes. Era um homem adulto, não um adolescente. Seu cabelo e olhos eram castanhos e ele caminhava com elegância. Ao se aproximar fez uma mesura para Flora e ignorou Alan.

— Sir Martin é um dos candidatos à vitória amanhã. — Disse Konrad. — Sir Martin, esta é Flora, minha prima, e... — Ele titubeou, mas se forçou a continuar. — Alan De Brier, protegido de meu pai e meu amigo. — Os ombros de Alan relaxaram. “Deve ser difícil para ele, também...”, pensou.

— Eu sei quem ele é, Konrad. E sei que ele só está aqui, porque é protegido de seu pai. — Falava ignorando completamente Alan. — Seu pai deveria ter cuidado...

— Cuidado, Senhor? — Alan decidiu falar. — Por que me considera tão perigoso?

— Perigoso, não. — Fez pausa. — Não pretendo dizer o que eu acredito que você e os da sua raça são. Há uma dama presente.

— Sir Martin, ele está aqui sob a proteção de meu pai. Infamá-lo é infamar o meu pai, também... — Fez pausa e sentiu o olhar de Alan e Flora sobre ele. — E a mim.

— Só tenho a lamentar por você, Konrad. Pensei que a estadia na corte tinha lhe ensinado alguma coisa. — Respirou fundo e continuou. — O filho de um traidor é um traidor.

— E quem compactua com mentiras o que é? — Alan perguntou alto e os outros rapazes pararam de treinar e começaram a se aproximar. Konrad ficou rígido, teria problemas. — Pensa que eu não sei a qual família pertence? Que seu pai foi um os traidores que vendeu o meu? Deveria ter vergonha de andar por aí ofendendo as pessoas, quando a sua família...

— Alan, já chega! — Konrad falou. — Não fale nada do que possa se arrepender depois.

— Alan, por favor... Lembre-se do que Titio disse. — Flora sussurrou.

— Mas eu não quero falar coisa alguma! Eu quero uma satisfação desse sujeito. Ele me deve um duelo.

— Sujeito?! Duelo?! — O outro riu. — E sou um cavaleiro, coisa que nunca você irá ser. Eu tenho um nome do qual me orgulhar, já você... — Ele não terminou, porque Alan lhe deu um soco tão forte que o outro cambaleou, mas se recuperou rápido e sacou da espada. — Você é um homem morto!

— Não tão cedo. Não ainda. — Era a voz de Sir Richard, clara e nítida, ouvida sem problema por cima da balbúrdia das vozes dos outros rapazes. — Muito embora já tenha dado motivos, não cabe a você, Sir Martin, decidir quanto tempo de vida este rapazinho ainda tem. Aliás, um cavaleiro não deveria se misturar com alguém que sequer escudeiro é ou jamais será. — O outro cavaleiro ficou lívido, mas não se moveu. — Guarde a espada. Não me obrigue a mostrar o que um cavaleiro de verdade é capaz de fazer.

— Mestre, eu... — Konrad começou a balbuciar vacilante, o que aborreceu ainda mais Richard.

— Cale-se, Konrad! Vá se trocar, pois logo, logo deverá iniciar sua vigília d’armas. E vocês outros, também. Não há mais nada a se aprender na véspera de um torneio ou como compensar a preguiça ou a incompetência. — E voltando-se para Konrad outra vez e só para ele. — Leve o protegido de seu pai daqui, já tive contato demais com os De Brier para um só dia. Além disso, deveria zelar por sua prima, ela corria risco no meio dessa altercação. — Richard não se preocupava de fato com Flora, mas a menina o intrigava. Ela não lhe parecia ser uma moça comum como todas as outras. — Pensei que fosse mais maduro, bem mais maduro e prudente.

Konrad puxou Alan pela manga. Ele estava envergonhado e dividido. Não culpava Alan, mas se sentia humilhado, pois seu Mestre o considerava menos agora. Já Alan estava ferido, mil vezes ferido, ofendido, e não sabia se queria ficar e entrar em uma luta suicida contra tudo e todos ou fugir daquele lugar, se esconder, sair do reino.

1 pessoas comentaram:

Pobre Alan.

Não tinha simpatizado muito com ele até agora, mas essa sensação de raiva e impotência (ainda tem acento?) é o tipo de coisa que mata por dentro.

E eu gosto de duelos de cavaleiros ^^.

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