quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Flamengo corta verbas e deixa Diego Hypólito e Jade Barbosa sem salário ou condições de treinar


Esse zum-zumzum já estava na mídia faz tempo. Jade eu entrevista, quando eu estava no Rio, dizendo que estava sem salário e trocando camisas do Flamengo autografadas por remédios caros, ou mesmo recebendo os medicamentos por bondade de donos de farmácia que admiram seu trabalho.

Enfim, primeiro os clubes, e o Flamengo era o de maior peso, fizeram de tudo para acabar com a equipe de ginástica e seu centro de treinamento. A alegação era que as estrelas eram dos clubes e que ele não estavam lucrando com elas. Que não valia investir em formaçao com uma estrutura assim. Conseguido o intento, com ajuda do COB e atitudes de membros da equipe (*como obrigar a Jade a competir lesionada*), eis o presentão. O Flamengo corta as verbas da ginástica. Patrocnio privado ou de empresas estatais parece que não exite, também. É o castigo por ão terem trazido meaha de ouro, porque outra medalha não serve.

Eu que vivi os anos 80, quando o Brasil nem poderia imaginar estar entre os grandes da ginástica e viveu para ver esta geração, o centro de formação, uma equipe inteira em duas Olimpíadas seguidas, tenho vontade de chorar. É o fim, vamos voltar ao limbo e voltar a acompanhar russas, romenas, ucranianas, chinesas, americanas. Mas é assim, tudo pelo futebol masculino e só por ele. Eu tenho vergonha deste país. E depois querem sedia Olimpíada... Segue a matéria da UOL.

21/01/2009 - 21h00
Flamengo corta verbas e deixa Diego, Jade e cia. sem clube
Bruno Império
Em São Paulo

O Flamengo anunciou na noite desta quarta-feira que não irá renovar os contratos dos ginastas Diego Hypólito, Daniele Hypólito e Jade Barbosa. Alegando não ter verba para dar continuidade aos esportes olímpicos, o clube também cortou investimentos nas demais modalidades consideradas "amadoras". Somente o remo, uma obrigação estatutária, e o basquete, que conta com verba da Petrobras, serão mantidos.

"Não quero falar de casos específicos. Estamos atarefados e envolto a enormes problemas com o futebol. O que posso dizer é que, no campo dos esportes olímpicos, nenhum contrato vai ser renovado. Não temos dinheiro. Só poderemos fazer isso quando o Governo Federal passar a investir nos clubes para fomentar essas modalidades. Até lá, o clube só continuará investindo em basquete e remo", afirmou o presidente Márcio Braga em entrevista ao UOL Esporte.

O vice-presidente Delair Dumbrosck também confirmou o corte. "Não temos mais dinheiro para manter investimentos tão altos. Não vamos renovar os contratos dos ginastas. É uma decisão que tivemos que tomar, já que não temos qualquer apoio do Governo Federal ou do Comitê Olímpico Brasileiro para manter esses esportes", disse o dirigente à reportagem.

Por meio de nota, o clube fez questão de transferir a responsabilidade do corte para o COB. Braga, assim como outros presidentes de clube, defende que suas entidades também recebam uma fatia da lei Agnelo-Piva.

"Segundo a Folha de São Paulo, além dos recursos da Lei Agnelo Piva, o COB gastou 10 milhões de dinheiro público em consultoria para a candidatura Rio 2016, um montante de 6,7 milhões para a equipe de elaboração do dossiê, 7 milhões para a visita do COI ao Rio, enquanto a FIFA visita 18 cidades para a Copa e não gasta um centavo público. Se qualquer uma dessas verbas tivesse chegado ao Flamengo o clube não estaria passando por esta situação nos esportes olímpicos", afirmou Braga.

A crise dos esportes olímpicos no Flamengo já vem de longa data. Os próprios ginastas já amargavam dois meses de salários atrasados. Basquete e outras modalidades, como o judô, também enfrentavam o mesmo problema. Segundo Delair, os atrasos atestam que o clube não tinha mais condições de manter os esportes olímpicos.

"Não podemos continuar investindo um dinheiro que a gente não tem. Utilizando recursos que vem do futebol para manter um monte de outros esportes. É preferível investir em um jogador, que futuramente pode ser vendido e trazer recursos para o clube", finalizou o vice-presidente.

P.S.: Aqui o Hypólito diz ainda ter esperança no clube. Eu não seria tão otimista.

1 pessoas comentaram:

Eu lembro quando vc comentou isso logo após os jogos.

Eu não entendo nada de administração de esportes, nem de cotas de patrocinio, etc.

Mas, não sei pq, desconfio que sem investimento, sem estrutura, não se conseguem vitorias seguidas, não se tem um time campeão.

Todo mundo sabe disse no caso do futebol, mas essa ideia parece desaparecer nos outros esportes.

Lembram do Tenis? Depois das vitorias do Guga, o rapaz foi bajulado até dizer chega, todo mundo comemoroum elogiou, mas oq aconteceu depois?

Qual a situação do Tenis no pais atualmente? O mesmo vale p/a ginastica, o futebol feminino, e tantos outros esportes.

Como disse um comentarista esportivo na cerimonia de encerramento: os brasileiros adoram as historias de superação, adoram quando nossos atletas vencem contra todas as expectativas,quando surgem do nada nomes desconhecidos e fazem frente aos "profissionais" estrangeiros.

Ou seja adoramos ve-los como "herois", mas esquecemos que sem investimentos esses herois nunca vão ser verdadeiros atletas olimpicos e só vão viver de vitorias esparsas.

Vai ser triste e vergonhoso quando o Brasil sediar uma olimpiada e só tiver meia duzia de esportes serios p/mostrar.

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