Eu tinha me prometido que não iria assistir esse novo filme dos Três Mosqueteiros, mas movida pela curiosidade mórbida lá fui eu ao cinema hoje para conferir essa bomba. É ruim, muito mesmo, e é até difícil conseguir resenhar aquele negócio. Consegui rir em um ou dois momentos pelo extremo ridículo da coisa, ou de nervoso boa parte do tempo. E o filme já abriu falando que Richilieu, malvadão, estava tentando arrastar a França para a guerra e assumir o poder. Mexi na cadeira, afinal, quem escreveu esse prólogo consegue juntar duas informações antagônicas que o rei, pai de Luís XIII, foi assassinado e que a França vinha de um longo período de paz. E as Guerras de Religião que dilaceraram o país? Alguém esqueceu de pagar um consultor de história ou de dar uma olhadinha na Wikipedia. Mas o surpreendente era ver gente vibrando, especialmente duas velhinhas que estavam umas duas fileiras na frente. Aliás, acho que segunda-feira é o dia em que há mais idosas nas sessões. Semana passada foi a mesma coisa. OK, vamos deixar de embromação e comentar o filme.
O filme começa com uma apresentação bem pulp dos mosqueteiros. Mistura de ninjas com 007 e personagens dos filmes da série Matrix, o grupo está em Veneza para conseguir se apoderar de planos de uma arma secreta bolada por Leonardo Da Vinci (*Quem mais?*) e guardada em uma câmara secreta. O elemento estranho é a presença de Milady, belíssima na forma de Milla Jovovich. Ela luta, é ousada e usa um figurino espetacular. E, no início do filme, ela está aos beijos e abraços com o Athos interpretado por Matthew Macfadyen. Aliás, abramos um parêntese aqui: Por que esse homem é escalado para interpretar a maioria das minhas personagens favoritas da ficção? Darcy (*Ouça o Shoujocast sobre Orgulho & Preconceito*), Philip (*Pilares da Terra*) e, agora, o Athos? E, o pior, apesar de ser um excelente ator (*e com uma voz...*), as produções sempre deixam muito a desejar... Muito mesmo! Mas voltemos ao plot...
O grupo se apodera dos planos secretos em uma seqüência de ação que parecia anunciar outras de igual quilate, isto é, grandiosa, absurda e cheia de obviedades. Depois disso, Milady trai os mosqueteiros e passa os planos para um Duque de Buckingham ridículo interpretado pelo fraquíssimo Orlando Bloom. Salto no tempo, entra D’Artagnan e temos, em linhas muito gerais, a trama do livro. O jovem gascão vai para Paris juntar-se aos mosqueteiros e, no caminho, encontra-se com Rochefort. Humilhado, ele só não é morto porque Milady aparece. Em Paris, ele cruza com os três mosqueteiros e, depois de um mal entendido, se torna amigo dos lendários Athos, Porthos e Aramis.
O jovem gascão apaixona-se por Constance – transformada no filme de costureira humilde em dama de companhia da Rainha – e termina envolvido em uma das tramas do Cardeal para desacreditar Ana da Áustria diante do Rei. Para salvar a honra da Rainha, D’Artagnan e os Três Mosqueteiros partem para a Inglaterra com o objetivo de recuperar uma jóia que estaria em poder do Duque de Buckingham. O Cardeal, obviamente, fará de tudo para impedi-los com a ajuda de sua agente, Milady De Winter. Junte a isso uns navios voadores, piadas sem graça, roteiro fraco, diálogos idiotas, mau uso das seqüências de ação e a eliminação precoce da personagem mais divertida – Milady – e temos um filme muito, muito, muito fraco.
Embora as personagens sejam as mesmas – D’Artagnan, Athos, Porthos, Aramis, Constance, Ana da Áustria, Buckingham, Luís XIII, Planchet, Rochefort, Richilieu e, claro, Milady – tudo é diferente e de qualidade duvidosa. O Cardeal, interpretado de forma convincente por Christoph Waltz, é a coisa única plenamente reconhecível na bagunça que foi o filme. Ele traz as características da personagem de Alexandre Dumas com os acréscimos que já se tornaram recorrentes na cultura pop (*perfídia, inveja, megalomania, etc.*), tudo com uma pitadinha de humor, e olhares e gestos que acredito terem sido acréscimo do ator. Eu gostei do Cardeal, ele é divertido e o final da personagem foi a única coisa que não me decepcionou. A Milady de Jovovich de tão absurda é divertida, só que alguém teve a idéia de eliminá-la do filme quando ela poderia ser muito útil para a ação. Foi uma cena tão sem graça que... Ah, não vou dar spoiler, não. Assumindo que a coisa toda era levemente baseada no livro original, Milady poderia ser épica... Não foi. E chegamos por isso ao Athos de Macfadyen.
Athos é meu mosqueteiro favorito. Quando li o livro a primeira vez, lá com meus treze anos, eu preferia o Aramis (*que na minha cabeça tinha o rosto do Richard Chamberlain*), mas conforme fui lendo os outros livros e amadurecendo, Athos se impôs como o meu preferido. O drama de Athos era uma das coisas mais pungentes da história de Dumas. Nobre e jovem, ele se casou com uma bela mulher para, depois de algum tempo, descobrir que se tratava de uma criminosa. Ele tenta matá-la em seu desespero e vergonha, deixando para trás o seu nome e fortuna, para de tornar um dos mosqueteiros do Rei. Mal humorado, descrente do amor, ele exagera na bebida. Seu reencontro com Milady no livro é dramático. O Athos desse filme, que tem mais espaço que os outros mosqueteiros, é medíocre. O cretino fica deprimido e revoltadinho, só porque Milady passou para o lado do inimigo. Como ninguém explica nada do passado dos dois, não dá para entender o tamanho da revolta do sujeito. Como saber se eles tinham alguma história juntos? Deu até saudades do filme de 1993 (*que quase me fez levantar e ir embora do cinema na época*), porque ainda que mediano, ele virou pelo avesso a história de Athos e Milady. E se ela fosse inocente? Injustiçada? E se Athos com seu ciúme e orgulho a tivesse empurrado para o crime. Vejam bem, a Milady de Rebecca De Mornay não era nenhuma coitadinha, era uma agente capaz de tudo, mas tinha sido empurrada para o crime pela atitude machista dos homens de sua juventude. Na época eu não era capaz de entender o quanto essa virada era revolucionária. E coisas assim tornam o filme de 2011 ainda mais decepcionante e ridículo.
Sei lá, nem vale muito a pena comentar mais. Detestei o Rei Luís XIII fashionista e xiliquento. A voz da atriz que fazia a Ana da Áustria era difícil de aturar, muito mesmo! Tornarem o Duque de Buckingham vilão e ridículo foi inesperado e absurdo. E eu queria que aquele cabelinho besta do Orlando Bloom pegasse fogo. O duelo entre D’Artagnan e Rochefort foi longo demais, chato e, enfim, descobri que quase todas as boas seqüências de ação estavam no trailer. Transformar os mosqueteiros em beberrões, sujos, endividados que dividiam um apartamento num cortiço foi grotesco. Aliás, a história da dissolução dos mosqueteiros foi muito mal contada, e parece ter sido tomada de empréstimo do filme de 1993. A diferença é que no outro filme se deram ao trabalho de explicar como a corporação foi dissolvida por um ardil do Cardeal. E outra coisa, mosqueteiros vestem azul, mas alguém cismou que é cool usar couro preto... Pode até ser, mas somente em alguns contextos, não no século XVII.
O filme cumpre a Bechdel Rule? Cumpre. Há três personagens femininas com nomes e duas delas – Constance e a Rainha – conversam. Mas são duas personagens femininas rasas e sem graça. E, como escrevi acima, a voz da atriz que faz a Rainha é pavorosa, do tipo que faria atriz de filme mudo perder o emprego quando inventaram o cinema sonoro. A personagem mais interessante é a Milady de Jovovich. Ela luta, ela é linda, e há fanservice para quem quiser ver. E, pelo menos nesse aspecto, a coisa tem qualidade. Adorei o figurino dela, também, é uma das coisas que salvam o filme de uma nota ainda mais baixa. E cortaram, claro, o casinho de D’Artagnan com Milady... Deve ter sido a censura 10 anos do filme. O curioso é que essa catástrofe termina sugerindo uma continuação. Não vi a bilheteria desse monstrengo, mas torço para que não role.
Enfim, não recomendo Os Três Mosqueteiros de 2011 para ninguém. É ruim como filme de ação, tem um roteiro muito mal arranjado e desperdiça personagens interessantes como Milady no momento em que ela seria mais útil. E não estou levando em conta o fator adaptação do livro, porque nesse aspecto a coisa é muito pior. Querem Os Três Mosqueteiros? Leiam o livro, saiu uma nova edição comentada e ilustrada no Brasil. Querem filmes? Dos que eu vi, o melhor, incrivelmente, ainda parece ser o com Gene Kelly de 1948. Outra opção são as duas produções – Os Três Mosqueteiros e A Vingança de Milady – protagonizadas por Michael York. Acho que envelheceram mais que o filme de 1948, mas, ainda assim, valem a pena. Há o filme de 1993, com Kiefer Sutherland como Athos, aprendi a ver qualidades nesse filme com o tempo. E há os filmes com os mosqueteiros “velhos”, o francês A Filha de D’Artagnan, que é bem simpático, e o mediano O Homem da Máscara de Ferro que teve o melhor elenco de mosqueteiros já reunido... E, bem, há o anime, D’Artagnan e os Três Mosqueteiros. Os cachorrinhos me levaram ao livro e, até hoje, acho que é uma das mais dignas adaptações do clássico de Dumas. Viu? Há muitas opções, ninguém precisa sofrer com esse filme horroroso que está no cinema.
O filme começa com uma apresentação bem pulp dos mosqueteiros. Mistura de ninjas com 007 e personagens dos filmes da série Matrix, o grupo está em Veneza para conseguir se apoderar de planos de uma arma secreta bolada por Leonardo Da Vinci (*Quem mais?*) e guardada em uma câmara secreta. O elemento estranho é a presença de Milady, belíssima na forma de Milla Jovovich. Ela luta, é ousada e usa um figurino espetacular. E, no início do filme, ela está aos beijos e abraços com o Athos interpretado por Matthew Macfadyen. Aliás, abramos um parêntese aqui: Por que esse homem é escalado para interpretar a maioria das minhas personagens favoritas da ficção? Darcy (*Ouça o Shoujocast sobre Orgulho & Preconceito*), Philip (*Pilares da Terra*) e, agora, o Athos? E, o pior, apesar de ser um excelente ator (*e com uma voz...*), as produções sempre deixam muito a desejar... Muito mesmo! Mas voltemos ao plot...
O grupo se apodera dos planos secretos em uma seqüência de ação que parecia anunciar outras de igual quilate, isto é, grandiosa, absurda e cheia de obviedades. Depois disso, Milady trai os mosqueteiros e passa os planos para um Duque de Buckingham ridículo interpretado pelo fraquíssimo Orlando Bloom. Salto no tempo, entra D’Artagnan e temos, em linhas muito gerais, a trama do livro. O jovem gascão vai para Paris juntar-se aos mosqueteiros e, no caminho, encontra-se com Rochefort. Humilhado, ele só não é morto porque Milady aparece. Em Paris, ele cruza com os três mosqueteiros e, depois de um mal entendido, se torna amigo dos lendários Athos, Porthos e Aramis.
O jovem gascão apaixona-se por Constance – transformada no filme de costureira humilde em dama de companhia da Rainha – e termina envolvido em uma das tramas do Cardeal para desacreditar Ana da Áustria diante do Rei. Para salvar a honra da Rainha, D’Artagnan e os Três Mosqueteiros partem para a Inglaterra com o objetivo de recuperar uma jóia que estaria em poder do Duque de Buckingham. O Cardeal, obviamente, fará de tudo para impedi-los com a ajuda de sua agente, Milady De Winter. Junte a isso uns navios voadores, piadas sem graça, roteiro fraco, diálogos idiotas, mau uso das seqüências de ação e a eliminação precoce da personagem mais divertida – Milady – e temos um filme muito, muito, muito fraco.
Embora as personagens sejam as mesmas – D’Artagnan, Athos, Porthos, Aramis, Constance, Ana da Áustria, Buckingham, Luís XIII, Planchet, Rochefort, Richilieu e, claro, Milady – tudo é diferente e de qualidade duvidosa. O Cardeal, interpretado de forma convincente por Christoph Waltz, é a coisa única plenamente reconhecível na bagunça que foi o filme. Ele traz as características da personagem de Alexandre Dumas com os acréscimos que já se tornaram recorrentes na cultura pop (*perfídia, inveja, megalomania, etc.*), tudo com uma pitadinha de humor, e olhares e gestos que acredito terem sido acréscimo do ator. Eu gostei do Cardeal, ele é divertido e o final da personagem foi a única coisa que não me decepcionou. A Milady de Jovovich de tão absurda é divertida, só que alguém teve a idéia de eliminá-la do filme quando ela poderia ser muito útil para a ação. Foi uma cena tão sem graça que... Ah, não vou dar spoiler, não. Assumindo que a coisa toda era levemente baseada no livro original, Milady poderia ser épica... Não foi. E chegamos por isso ao Athos de Macfadyen.
Athos é meu mosqueteiro favorito. Quando li o livro a primeira vez, lá com meus treze anos, eu preferia o Aramis (*que na minha cabeça tinha o rosto do Richard Chamberlain*), mas conforme fui lendo os outros livros e amadurecendo, Athos se impôs como o meu preferido. O drama de Athos era uma das coisas mais pungentes da história de Dumas. Nobre e jovem, ele se casou com uma bela mulher para, depois de algum tempo, descobrir que se tratava de uma criminosa. Ele tenta matá-la em seu desespero e vergonha, deixando para trás o seu nome e fortuna, para de tornar um dos mosqueteiros do Rei. Mal humorado, descrente do amor, ele exagera na bebida. Seu reencontro com Milady no livro é dramático. O Athos desse filme, que tem mais espaço que os outros mosqueteiros, é medíocre. O cretino fica deprimido e revoltadinho, só porque Milady passou para o lado do inimigo. Como ninguém explica nada do passado dos dois, não dá para entender o tamanho da revolta do sujeito. Como saber se eles tinham alguma história juntos? Deu até saudades do filme de 1993 (*que quase me fez levantar e ir embora do cinema na época*), porque ainda que mediano, ele virou pelo avesso a história de Athos e Milady. E se ela fosse inocente? Injustiçada? E se Athos com seu ciúme e orgulho a tivesse empurrado para o crime. Vejam bem, a Milady de Rebecca De Mornay não era nenhuma coitadinha, era uma agente capaz de tudo, mas tinha sido empurrada para o crime pela atitude machista dos homens de sua juventude. Na época eu não era capaz de entender o quanto essa virada era revolucionária. E coisas assim tornam o filme de 2011 ainda mais decepcionante e ridículo.
Sei lá, nem vale muito a pena comentar mais. Detestei o Rei Luís XIII fashionista e xiliquento. A voz da atriz que fazia a Ana da Áustria era difícil de aturar, muito mesmo! Tornarem o Duque de Buckingham vilão e ridículo foi inesperado e absurdo. E eu queria que aquele cabelinho besta do Orlando Bloom pegasse fogo. O duelo entre D’Artagnan e Rochefort foi longo demais, chato e, enfim, descobri que quase todas as boas seqüências de ação estavam no trailer. Transformar os mosqueteiros em beberrões, sujos, endividados que dividiam um apartamento num cortiço foi grotesco. Aliás, a história da dissolução dos mosqueteiros foi muito mal contada, e parece ter sido tomada de empréstimo do filme de 1993. A diferença é que no outro filme se deram ao trabalho de explicar como a corporação foi dissolvida por um ardil do Cardeal. E outra coisa, mosqueteiros vestem azul, mas alguém cismou que é cool usar couro preto... Pode até ser, mas somente em alguns contextos, não no século XVII.
O filme cumpre a Bechdel Rule? Cumpre. Há três personagens femininas com nomes e duas delas – Constance e a Rainha – conversam. Mas são duas personagens femininas rasas e sem graça. E, como escrevi acima, a voz da atriz que faz a Rainha é pavorosa, do tipo que faria atriz de filme mudo perder o emprego quando inventaram o cinema sonoro. A personagem mais interessante é a Milady de Jovovich. Ela luta, ela é linda, e há fanservice para quem quiser ver. E, pelo menos nesse aspecto, a coisa tem qualidade. Adorei o figurino dela, também, é uma das coisas que salvam o filme de uma nota ainda mais baixa. E cortaram, claro, o casinho de D’Artagnan com Milady... Deve ter sido a censura 10 anos do filme. O curioso é que essa catástrofe termina sugerindo uma continuação. Não vi a bilheteria desse monstrengo, mas torço para que não role.
Enfim, não recomendo Os Três Mosqueteiros de 2011 para ninguém. É ruim como filme de ação, tem um roteiro muito mal arranjado e desperdiça personagens interessantes como Milady no momento em que ela seria mais útil. E não estou levando em conta o fator adaptação do livro, porque nesse aspecto a coisa é muito pior. Querem Os Três Mosqueteiros? Leiam o livro, saiu uma nova edição comentada e ilustrada no Brasil. Querem filmes? Dos que eu vi, o melhor, incrivelmente, ainda parece ser o com Gene Kelly de 1948. Outra opção são as duas produções – Os Três Mosqueteiros e A Vingança de Milady – protagonizadas por Michael York. Acho que envelheceram mais que o filme de 1948, mas, ainda assim, valem a pena. Há o filme de 1993, com Kiefer Sutherland como Athos, aprendi a ver qualidades nesse filme com o tempo. E há os filmes com os mosqueteiros “velhos”, o francês A Filha de D’Artagnan, que é bem simpático, e o mediano O Homem da Máscara de Ferro que teve o melhor elenco de mosqueteiros já reunido... E, bem, há o anime, D’Artagnan e os Três Mosqueteiros. Os cachorrinhos me levaram ao livro e, até hoje, acho que é uma das mais dignas adaptações do clássico de Dumas. Viu? Há muitas opções, ninguém precisa sofrer com esse filme horroroso que está no cinema.
17 pessoas comentaram:
Nossa! Só pelo teu comentário sou capaz de ir ver, só pra ver O estrago que fizeram com a história!
Navios voadores no séc XVII é de matar! >.> E foi impressão minha ou ambientaram em Versailles isso?! Pomba! SE realmente fizeram isso, tem que mandar o roteirista de volta pro colégio! Versailles nem existia nessa época, pelo menos não como o conhecemos! Aff! Imaginação tem limites! Dumas deve estar se revirando no túmulo com isso!
Eu conheci a história dos Mosqueteiros quando era criança vendo o desenho deles cachorrinhos! Adorava! Lembro que o D'Artagnan era um beagle, o Athos um pastor alemão, o Porthos um São Bernardo e o Aramis um Cocker Spaniel e o Richelieu, um galgo!
Esse dias encontrei no Youtube a abertura e parece que tem um cara que tem TODA a série em DVD pra vender! *O*
Muito bom seu comentário e sou fã do teu blog!
Bjs
Aline
Eu tava em dúvida se assistia ou não esse filme no cinema, agora não tô mais...
Huahahauaha... Meu Deus, como eu ri com essa resenha. Até que enfim, achei que estava louco... todo mundo na sala de cinema se esbaldando, e eu morrendo de vergonha alheia do filme. E saber mais do contexto histórico agora me mostra que realmente o que eu achava estranho estava mesmo estranho. Pela bilheteria pode ser que saia continuação, porém com certeza seria um fracasso.
E nem vem com essa de dizer que a culpa foi minha! Dessa vez tive um mínimo de influência. XD
Eu vou ver mesmo assim. E sinceramente, não acho que navios voadores sejam problema caso se assuma uma "terra paralela" mas preservem o básico. Os meus dois favoritos, dos anos setenta – principalmente no segundo filme – inserem um monte de brincadeiras e anacronismos mas isso é a cara do George McDonald Frasier, que além de roteirista de cinema escreveu a série Flashman e ainda adaptou o "vinte anos depois" sob o nome The Return of the Musketeers, em 1989; acho que esse não chegou por aqui.
E pior do que o filme de 1993 não acredito que seja. Não pode ser pior. Aquilo é um lixo. E até o Vingança do Mosqueteiro, que você esqueceu, era melhor do que o de 1993 – e olha que eu gosto do "Vingança", que entra na categoria "é tão ruim que é MUITO LEGAL".
Eu não tinha vontade de ver o filme...acho que até Gigantes de aço deve ser melhor...mas achei interessante a resenha apontar por estas "escorregadas" (sendo boazinha) do filme. E os comentários aqui estão muito legais...haha
Tenha certeza, Alexandre, que o problema não são os navios voadores. O filme é ruim, porque tem um roteiro ruim e foi feito para agradar um público com baixíssimo nível de exigência.
Lillie, acho que era Versalhes, sim. Mas vindo desse filme, espera-se qualquer bobagem.
Diego, a culpa é toda sua. ^__^ Voce pediu meus comentários. :D
Bah! De Pau W. S. Anderson, eu não esperaria grande coisa mesmo. Não vi um filme realmente decente desse cara até hoje.
E essa mania de usar a esposa em tudo que faz já passou da conta do fetiche. Ela se desenvolveria muito mais como atriz de saísse da cola dele.
Agora, detonar os mosqueteiros em um filmeco desses é imperdoável.
Pior é que um "filme bomba" desses é capaz de afastar as pessoas do clássico. Essa "geração IPhone" jamais vai "perder tempo" lendo o livro, já que "já vi o filme. É legalzinho".
Tem coisas que deviam ser proibidas de serem feitas por Hollywood...
Sabe, Maurício, eu realmente não acho que filmes afastem pessoas dos livros, muito pelo contrário. Só não sei se esse filme é bom chamariz...
Eu assisti ao trailer desse filme... e foi o que bastou. Quando eu vi aquele péssimo ator que fez o Percy Jackson (outra bomba, aliás) como o D'Artagnan, a Jovovich dando piruetas com aquele figurino e explosões que mais pareciam de uma bomba nuclear em pleno século XVII percebi logo o tamanho da cilada que seria esse filme. Nunca li Os Três Mosqueteiros, mas, pelo o que você falou, se o Dumas estivesse vivo, se rasgaria todo com essa adaptação.
Nossa, pior que o de 1993? Nunca julguei que isso fosse sequer possível...
E a Milla merecia melhor que o Paul W.C. Anderson. Ao menos o Luc Besson dava-lhe papeis dignos!
Bem, Hunter, ainda vou assistir – mas pior que o de 1993 eu não consigo nem visualizar. E olha que eu vi bombas como "Zorro e os Três Mosqueteiros". É, eu sei. Não pergunte.
Valéria, não pretendi afirmar como regra que filmes em geral afastem possíveis leitores. Bons filmes inspirados em livros costumam atrair interessados ao livro, na verdade.
Mas para uma geração que demonstra pouco interesse em clássicos, essas "releituras" grotescas no cinema não ajudam a divulgar o material. Como você disse, não é um bom chamariz, com certeza.
Eu vou dar a opinião não popular e defender, sim, o filme. Primeiramente, existem dezenas de versões de "Os Três Mosqueteiros" entre filmes, séries, animações etc. Se todos seguissem à risca a história original, seria uma grande chatice assistir tantas vezes ao mesmo roteiro.É necessário dar uma nova roupagem, e Paul Anderson o fez muito bem. Ele foi capaz de tornar o filme interessante, jovem e, obviamente, ousado. Quanto a alguns comentários sobre a atuação. Os atores que interpretam os quatro mosqueteiros estiveram ótimos nos seus papéis, nenhuma crítica. Os únicos que tiveram uma atuação fraca foram Christph Waltz, que faz o papel do cardeal Richelieu, e Orlando Bloom, que mais parecia uma cameo.
Confesso que fiquei um pouco receoso ao ver os três mosqueteiros com "habilidades especiais" atribuídas a cada um, e também ao ver os navios voadores. Contudo, ao longo do filme é facilmente perceptível que esses elementos se amarram firmemente, deixando a história coesa e coerente. Coerente pois trata-se de uma ficção. Não há amarras à realidade do século XVII ou a qualquer realidade. Ah, sobre o palácio de Versailles, ele já existia em 1700, inclusive com o Grand Trianon quase completo, ou seja, parecido com o que conhecemos hoje. E, só por curiosidade, a locação do filme não é o palácio, mas sim o castelo de Neuschwanstein na Alemanha.
Vamos aos pontos fortíssimos do filme. O longa é uma experiência visual emocionante, com localidades deslumbrantes, figurinos magníficos e efeitos de computação gráfica indescritivelmente belos. Com certeza concorrerá aos Oscars de melhor figurino e direção de arte.
Para os apaixonados por Alexandre Dumas, eu compreendo perfeitamente, e sei como é, ver uma obra tão querida sofrer mudanças tão profundas. No entanto, eu peço para tentarem manter a mente aberta, mesmo sendo difícil.
Bom, está aí minha opinião. Pelo visto receberei muitas críticas, mas eu quero encorajá-los a não julgarem os filmes antes de assití-los.
Magalhães, não sei se você entendeu bem o que eu escrevi e os comentários da maioria aqui, mas ninguém está cobrando que a história do livro esteja exatamente igual no filme. Afinal, trata-se de uma adaptação e eu falei de várias em minha resenha. No entanto, se você tasca "Os Três Mosqueteiros" no título supõe-se que as personagens estejam lá de forma reconhecível. E mais, se o diretor não quisesse vinculo com a realidade, não citasse nomes, lugares, ou começasse seu filme com "Em uma galáxia distante" ou "Em uma dimensão paralela". Enfim, faltou coragem ao direto – que pelo que sei é medíocre – para chutar o pau da barraca e fazer um filme realmente de fantasia, respeitando minimamente as personagens. Vide como exemplo o divertidíssimo Sherlock Holmes. O filme é ruim, roteiro fraco, direção capenga e efeitos visuais feijão com arroz. Pode até receber indicação ao Oscar, mas só se a safra for muito medíocre este ano ou se o filme tiver um bom padrinho.
Mas concordo com você em uma coisa, Orlando Bloom estava mal no filme. A pergunta que eu faria é "Quando é que ele atuou bem em sua vida?". Ele é ruim. Já o ator que faz Richelieu é uma das poucas coisas legais da película. Quanto à Versalhes, o fato de existir um pré-palácio antes não justifica que deliberadamente quisessem maquiar um castelo alemão para fazer crer que Luís XIII morou lá, porque não foi o caso. Mas isso é até de menos, pior é dizerem que o rei foi morto e que a França vinha de um longo período de paz.
De resto, espero que este filme seja esquecido e que não empurrem uma continuação. E que fique claro que o problema não são os navios voadores (*e a seqüência chupada de A Ira de Khan*), mas o roteiro vagabundo mesmo. E quem quiser uma outra opinião, recomendo o Cabine Celular (http://www.youtube.com/cabinecelularsite#p/u/7/-AEPZO2Bfks) do Mau Saldanha. Digo de antemão que concordamos em quase tudo e ele nem leu o livro para se sentir ofendido.
O que eu gosto tanto no seu blog é essa troca de opinião. Porque mesmo não concordando com você às vezes, eu não sinto um clima ruim. :)
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