segunda-feira, 17 de março de 2014

Coisas que antes eu não sabia...


Faz tempo que não falo das minhas experiências no reino da maternidade.  Nem sei se interessa muito para quem freqüenta o blog esse tipo de post, enfim, mas este é meu espaço para reflexão, também. Preciso confessar que agora entendo algumas coisas que antes não conseguia compreender ou sentir.  Fui visitar duas creches hoje.  Minha licença maternidade caminha para o final e Júlia precisa ir para a escola.  Eu achava que seria bem mais tranqüilo mandar minha filhinha para a creche, não é.  Na verdade, se pudesse, abriria mão do meu salário para ficar pelo menos 1 ano com ela.  Já era a favor de uma licença maternidade de 1 ano (*ou mais*), agora, acho que é algo fundamental mesmo.

Não pensem que eu desejo me tornar dona de casa, longe disso, prendas domésticas, salvo cozinhar, já que gosto de comer, não me apetecem, queria, simplesmente, mais tempo com minha filha. Eu fico boa parte do tempo sozinha com ela, é algo que me alegra e agustia, à vezes. Enfim, vi vários bebês menores que ela nas duas creches.  Crianças que provavelmente tiveram que ser parcialmente desmamadas, que tiveram que começar a comer antes da hora, porque suas mães não podem gozar nem de seis meses de licença.  E isso quando esse é o período recomendado pelo Ministério da Saúde para a amamentação exclusiva... E ainda vai vir gente dizer que licença maternidade prejudica as mulheres no mercado de trabalho, o que prejudica todos nós, seres humanos, é essa falta de cuidado com nosso bem estar e com as próximas gerações.  


E não pensem que eu acho que as creches e berçários públicos e particulares são ruins, simplesmente, acredito que o melhor para um bebê tão novinho é estar em família, com mãe, pai (*sim, eles deveriam poder gozar de licença maior e/ou dividir com a mãe*), avós... Eu fiquei com minha avó durante meus primeiros dois anos de vida e ela me levava até a escola da minha mãe, que ficava bem perto, para que eu pudesse mamar.  Por conta dessa urgência em mandar minha filha para uma creche, eu já estou tendo pesadelos e chorando pelos cantos.  

Não queria me separar da minha filha nem por algumas míseras horas, o ideal seria que o meu trabalho tivesse um berçário.  Minha avó e mãe dizem que as fábricas nas quais trabalharam, em que minha bisavó trabalhou nos anos 1030, tinham berçários.  Eu daria aula com ela no sling se pudesse.  Fora isso, algumas creches têm horários muito rígidos.  Se escolher a melhor que vi hoje, terei que optar por um pacote de seis horas, mesmo não precisando deixar a menina lá esse tempo todo de segunda à sexta.  Mas o que fazer?  Há creches com outros modelos, vou visitar ainda, mas periga elas serem muito mais caras.


Enfim, é isso.  Agora, entendo perfeitamente as mães que não querem voltar ao trabalho, que desejam ficar com suas crias por pelo menos três anos, ou trabalhar em casa.  Eu amo o meu trabalho e preciso, sim, do dinheiro, mas sinto-me bem infeliz no momento.  Pode ser que eu não veja os primeiros passos da Júlia, não ouça suas primeiras palavras.  Isso dói.  Cada vez que olho para aquela coisinha pequena, sinto que não é justo com ela ou comigo – que sou a cuidadora principal – essa separação tão cedo.  Mas é a vida e a vida não é justa mesmo.  Ah, sim!  Amanhã Júlia completa 5 meses... O tempo voa!

4 pessoas comentaram:

É, Valéria. Não é fácil essa fase. Ter que decidir onde e com quem deixar as crianças, muitos ainda bebês, não é uma escolha fácil. Tivemos sorte com nossas crianças e encontramos uma escola muito boa, mas tivemos que procurar bem.
Eu sempre digo: exija ver tudo, exija visitar quando você quiser e não nos horários em que eles querem, justamente para você poder ver como a escola age nos horários mais complicados (troca de turnos, almoço de funcionários, etc.).
É importante avaliar também a estrutura física: é segura, tem muitos pontos que oferecem perigo (escadas, etc.), a manutenção é adequada.
E veja se você consegue conversar com quem vai cuidar diretamente da sua filha. Se puder ver a pessoa atuando, melhor ainda.
A maioria das escolas não é tão aberta a permitir tudo isso, mas eu acho fundamental.
E não abra mão de ficar todo o tempo possível na escola durante a adaptação da Júlia. Não só pra ver como ela reage, mas também para observar como a escola funciona. Às vezes, você vê coisas que não conseguiria em outros momentos.
Boa sorte.

Sempre achei que licença maternidade deveria ser maior, tanto pra mãe quanto pro pai =/ Sei que é algo complicado, principalmente do ponto de vista financeiro, mas dá muita pena saber que crianças tão pequenas estão dando seus primeiros passos e palavras longe dos olhos dos pais =(

Agora, uma coisa eu não posso deixar de dizer... como sua filha está fofa, Valéria! Cada dia mais linda, e com um olhar super esperto! =D

Também acho 6 meses de licença maternidade pouco. O pai também deveria ter uma licença maior e/ou dividir com a mãe.
“E ainda vai vir gente dizer que licença maternidade prejudica as mulheres no mercado de trabalho, o que prejudica todos nós, seres humanos, é essa falta de cuidado com nosso bem estar e com as próximas gerações.” - Verdade!
Valéria, espero que você e seu marido consigam encontrar uma boa creche para a Júlia.
Abraços!

Primeiramente, parabéns pelo blog!Acompanho há mais de 1 ano, mas nunca comentei.Também sou nova no mundo da maternidade.Tenho uma bb de 8 meses.Assim que engravidei, decidi que não voltaria ao trabalho tão cedo.Não temos condições de pagar bercário, não temos ninguém de confiança pra cuidar de nossa filha e vaga em creche pública por aqui pode demorar anos pra sair.Não é fácil, pois não somos ricos.O marido, inclusive, trabalha em 2 empregos para nos manter.Acho uma hipocrisia o governo fazer campanha do aleitamento materno,mas não nos permitir amamentar os nossos filhos até a idade adequada.Também sinto a falta do meu esposo nos cuidados com a bb.Uma licença paternidade de verdade é algo urgente e necessário.

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