terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eleição: A Hora das Mulheres?


Fiquei pensando hoje que deveria postar alguma coisa sobre as eleições, algo que me chamou a atenção e que vejo como positivo.  O que eu quero dizer é que, para além de qualquer crítica aos candidatos e candidatas, é inédito, acredito que no mundo, termos duas mulheres em condições de serem eleitas para a presidência de um país do porte do Brasil. E, mais ainda, termos ainda uma terceira mulher concorrendo. É raro, raríssimo, ter os homens como coadjuvantes. Independente dos resultados, esta é uma eleição para ficar na História.  

Isso não quer dizer que tenhamos avançado muito, a cota de 30% de candidatas nas eleições é cumprida somente a muito custo e os grandes caciques dos partidos continuam sendo homens.  Por exemplo, há vários candidatos ao governo do DF, todos homens.  Mais triste é que esse ineditismo – duas mulheres com possibilidade de serem eleitas presidenta – é tratado com desdém e deboche...  Um desdobramento das piadas que todas as mulheres já ouviram em algum momento.  Mas não vou falar disso, julguem a charge por si mesmos. 


Outra coisa a ser ressaltada é que são mulheres que não aparecem ancoradas em algum homem.  Quer dizer, Dilma só se criou por conta do apoio de Lula, mas tenta se manter de pé sem depender muito dele nessas eleições. De qualquer forma, ela é a mulher mais dependente dentre as candidatas.  Luciana Genro é de família de políticos, vide seu pai Tarso Genro, e isso certamente lhe abriu portas, mas ela não precisa recorrer ao nome do pai, ela tem sua própria trajetória política.  Já Marina é Marina sem depender de ninguém, sem família de políticos ou mesmo padrinho poderoso.  As três são bem diferentes daquelas candidatas tradicionais que se remetem ao pai ou marido para legitimar sua eleição.

É isso.  Ganhe quem ganhar, é  uma eleição marco, distinta das anteriores, com uma representatividade nunca vista  na competição para presidente.  Espero que a vencedora, porque será uma vencedora, saiba honrar o cargo e governe para o povo e, não, contra ele. 

2 pessoas comentaram:

Uma lástima que uma eleição com protagonismo feminino ainda mantenha um discurso tão rasteiro no que diz respeito aos direitos das mulheres. :-/

As duas principais candidatas estão absolutamente comprometidas com o status quo machista, aos setores mais reacionários e conservadores.
Uma pena.

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