domingo, 1 de fevereiro de 2015

Loucos por HQ: Correio Braziliense fala de crianças que curtem quadrinhos


Ontem, em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional (*30 de janeiro, mas o caderno infantil só sai no sábado*) o Correio Braziliense publicou uma matéria no  Super chamada “Diversão ao Quadrado”.  A matéria é interessante e devemos compreender que ela tem o objetivo de mostrar crianças falando para crianças.  O que me chamou a atenção foi que a foto na parte chamada “Loucos por HQ” era de uma menina lendo Fushigi Yuugi.  Há uma fala da garota, mas ela não comenta nada sobre mangá, leiam só: “Passei a criar histórias e personagens baseados na minha vida e no dia a dia com as minhas amigas, diz Yasmin, que gosta de criar enredos e cenários enquanto lê as aventuras da Mônica, da Luluzinha e releituras de contos de fadas”.

Não sei se “releituras de conto de fada” se refere a FY, ou se largaram o volume do mangá nas mãos da menina.  FY terminou faz muito tempo e a menos que a coleção fosse de algum conhecido, ou tenha sido adquirida em sebo, dificilmente estaria nas mãos de uma menina tão pequena.  De qualquer forma, é curioso.  Segue a matéria completa, que é somente para assinantes.  Queria ter postado ontem, mas só consegui sentar direito no computador hoje, 10h20 da noite.

Diversão ao quadrado

As HQs fazem tanto sucesso que têm um dia para ser chamado de seu. Muitas crianças se motivam a criar as próprias histórias

Ontem (30), foi comemorado o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. As HQs, como são conhecidas, surgiram no Brasil ainda na época do Império, com As aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma viagem à corte. O enredo, criado pelo cartunista italiano Angelo Agostini em 1869, contava a história de um jovem caipira de 20 anos que visitava a capital do país, que ficava no Rio de Janeiro.

Ao longo do século 20, várias outras opções surgiram para os fãs de quadrinhos no Brasil. As primeiras HQs contavam, com muito humor, as aventuras de crianças e bichinhos. Alguns, famosos nos Estados Unidos, chegaram por aqui a partir de 1930, como o Gato Félix e a turma do Mickey Mouse. Depois, surgiram as aventuras e os super-heróis, como Super-Homem, Batman e Capitão América.

As publicações e os personagens brasileiros surgiram nos anos 1940 e 1950. Cartunistas como Mauricio de Sousa e Ziraldo criaram grandes sucessos, como a Turma da Mônica e o Menino Maluquinho.

Além deles, vários outros artistas brasileiros  fazem a alegria dos leitores em jornais e revistas desde a década de 1980: Miguel Paiva (Radical Chic), Glauco (Geraldão), Laerte (Piratas do Tietê), Angeli (Chiclete com Banana), Fernando Gonsales (Níquel náusea) e Luis Fernando Verissimo (As cobras).

A questionadora Mafalda, do argentino Quino, e os inseperávaeis Calvin e Haroldo, do norte-americano Bill Watterson, se juntaram a eles em 1982 e 1985. O fenômeno dos mangás (quadrinhos de origem japonesa) também chegou ao país no mesmo período.


Para ser um quadrinista

A coordenadora da escola de desenho Ilustre Arte, Vera Lúcia Morais, diz que a necessidade da maioria das crianças que procuram o curso é colocar as ideias para o papel.

— Elas já sabem desenhar, mas têm dificuldade  de passar as histórias para o formato de quadrinhos.

Vera aponta o caminho para os iniciantes.

— O importante é que o aluno tenha uma noção de desenho para prosseguir a formação nas etapas de roteirização e quadrinização, ensina.

Loucos por HQ

Os irmãos Yasmin, 12 anos,  e Yan Santos, 9 (Foto),  têm assinaturas de HQ há muito tempo. A garota viu em seu cotidiano uma fonte de ideias para se dedicar à arte do cartum:

—  Passei a criar histórias e personagens baseados na minha vida e no dia a dia com as minhas amigas, diz Yasmin, que gosta de criar enredos e cenários enquanto lê as aventuras da Mônica, da Luluzinha e releituras de contos de fadas.

Yan lia os quadrinhos em casa e na escola e aproveitou para deixar livre a criatividade.

— Gosto de histórias com confusões e planos mirabolantes e passei a desenhá-las em cartuns e HQs.

Na trilha dos cartunistas

Com tipos de quadrinhos para todos os gostos, muita gente se inspira desde cedo para ir além da leitura. É o caso de Augusto Silva, 12 anos:

— A professora passou um trabalho em que deveríamos  criar tirinhas a partir da nossa imaginação. Eu tinha 8 anos e quis aprender a desenhá-las, conta.

Leitor da Turma da Mônica e fã do Cascão, Augusto prefere histórias movimentadas, com aventuras povoadas por monstros e fantasmas e cheias de reviravoltas e viagens no tempo. Influenciado pelos desenhos de um primo, ele passou a treinar para melhorar os próprios traços.

— Assistia aos vídeos do YouTube com tutoriais ensinando os passos e reproduzia no papel.

A internet também foi ferramenta fundamental desde os primeiros rabiscos de Kennedy Alves, 12 :

— Eu via as pessoas postando desenhos na internet e quis fazer os meus também, lembra o fã de mangás como D. Gray-man e os célebres Naruto e Dragon Ball.

— Eu fazia vários desenhos, mas entrei num curso para melhorar. Evoluí bastante, diz Kennedy, que chega a criar histórias com capítulos inteiros e sonha tornar-se um mangaká (desenhista de mangás).

Diferentemente do colega, os quadrinhos desenhados por João Pedro Santiago, 12 anos, são apenas por pura diversão.

— Gosto de desenhar de tudo, penso até em criar um personagem e inventar uma HQ exclusiva para ele, projeta.

As releituras de grandes histórias transferidas para quadrinhos são as favoritas dele, como as paródias da Turma da Mônica de dramas como Romeu e Julieta ou aventuras como As viagens de Gulliver.

Quando souberam da existência do Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos, essa turmina se mostrou surpresa, mas aprovou a ideia.

— Acho legal porque pode fazer com que as pessoas leiam mais, conheçam quadrinhos e até desenhem, opina João Pedro.
Kennedy concorda:

— Dá a chance de que descubri se alguém gosta de HQs e pode estimular conversas sobre isso.

P.S.: Espero não ter que tirar a fotinho lá da abertura do post.  Uma vez recebi um e-mail de um pai pedindo que retirasse uma foto de matéria do Correio Braziliense que tinha colocado no Shoujo Café.

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