segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Campanha pela inclusão de D. Leopoldina no Livro dos Heróis da Pátria

Dona Leopoldina presidindo sessão do
Conselho de Estado, por Georgina de Albuquerque.
Não sou monarquista, nem sou pessoa interessada em caçar heróis e heroínas para venerar, mas acho que é válido divulgar essa campanha.  Enfim, existe uma coisa, aqui, em Brasília, chamada Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.  Fica na Esplanada dos Ministérios e serve de memorial para cidadãos que se destacaram por seu civismo, ou serviço prestado ao país, resumindo, os tais "heróis e heroínas da pátria".  Dentro do Panteão está o chamado  "Livro de Aço", vulgo "Livro dos Heróis da Pátria".  O número dos que tem seus nomes inscritos no tal livro são poucos e, claro, mulheres praticamente nenhuma.  O engraçado é que procurando, achei listas divergentes em relação a elas.  Em todas as listas, somente o nome da patrona (*porque matrona quer dizer outra coisa*) da enfermagem brasileira, Anna Nery, aparece sempre.  Há listas (*Ex.: 1 e 2*) que tem Anita Garibaldi, outras onde ela não está.  Achei uma com Zuzu Angel (!!!), a estilista que lutou com sua arte e sacrificou a vida, porque foi assassinada, para encontrar o filho, preso e morto pela ditadura militar, mas acredito estar errada, embora ela merecesse.  Enfim, o fato é que D. Leopoldina não está lá.  É certeza.

O tal livro.
Leopoldina, princesa austríaca que casou-se com D. Pedro antes que ele fosse imperador, teve papel preponderante no processo de nossa independência e foi a primeira mulher a governar o Brasil, ainda Reino Unido e já independente, quando na ausência do marido. Por seu papel destacado em todos os acontecimentos que conduziram a nossa ruptura com a metrópole, ela merece um lugar no livrinho VIP dos heróis e heroínas da Pátria.  E, não, não estou dizendo que sem ela, ou sem D. Pedro, não haveria independência.  Haveria, mas seria outro processo, outro Brasil, ou brasis a surgirem.  Daí, é relevante incluí-la, porque há uns homens nessa listinha que nada de muito relevante fizeram, mas estão lá, e várias mulheres que mereciam, não estão.  Maria Quitéria, por exemplo, se quisermos manter a coisa naquela definição mais básica de heroísmo pátrio, a moça que vestiu-se de homem para lutar por nossa independência, nossa Mulan, por assim dizer, não está.  

Dona Leopoldina e sporophila beltoni por
Natterer Walmor Corrêa, 2016. Col. do artista
Bem, espero que esse post não seja percebido como uma patriotada tola, mas se você quiser votar, clique nesse link.  Vai cair direto no "sim", mas você pode mudar o voto para "não", se desejar.  E, sim, eu aprecio muito Leopoldina e acho que D. Pedro não a merecia, ou melhor, ela não merecia ter sido dada em casamento para ele.  Mas arranjos dinásticos, são arranjos dinásticos, e ela, na medida do possível, cumpriu seu papel com toda a dignidade.

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