sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Comentando o episódio #6 de Kageki Shoujo: Queria dizer que foi um excelente episódio, mas não posso!

Se você não leu o mangá, talvez não esteja entendendo o meu título.  O episódio foi excelente, dividido em duas partes, ele focou no esforço de Ai não somente para estreitar a amizade com Sarasa, chamá-la pelo nome, mostrar seu apreço por ela, e em uma primeira tentativa de apresentar o talento das meninas, não somente das protagonistas, mas de duas coadjuvantes, uma das gêmeas e Hoshino Kaoru.   Até mantiveram uma referência a outro shoujo clássico que não era a Rosa de Versalhes, e dada a forma como a animação vem limpando praticamente todas as referências, foi uma grata surpresa.

Enfim, Sarasa completou 16 anos neste episódio.  Ela não contou para nenhuma das colegas e todas se surpreendem, mas a menina recebe um belo buquê de rosas vermelhas correspondendo a sua idade.  A graça é que a pessoa que envia assina como "Akai no Bara no Hito", algo como o admirador da(s) rosa(s) vermelha(s).  Em Glass Mask (ガラスの仮面), Maya recebe rosas lilás e chama o admirador de "Murasaki no Bara no Hito", murasaki é púrpura, lilás.  Foi uma surpresa terem mantido a homenagem que, aliás, não é a única a esta série no episódio.  Sarasa com os olhos brancos como que trespassada por raios é outra homenagem à Glass Mask, mas foi criada para animação.  As meninas ficam curiosas em saber quem enviou. Foi o namorado de Sarasa?  Foi outra pessoa?  Assistam ao episódio.  Ai, decide que vai dar o presente perfeito para a amiga.

O outro ponto do episódio é o pedido das meninas para que o professor de teatro, Mamoru Andou, saia da teoria e coloque as meninas para atuarem, fazerem algo prático.  O professor diz que em oito anos no Kouka, o currículo sempre foi o mesmo e que era assim desde a fundação da escola, 100 anos atrás.  Na aula seguinte, as meninas, tendo Sarasa como porta-voz, ouvem do professor que apesar da grande oposição de alguns membros do corpo docente, ele conseguiu a permissão.  E as meninas são divididas em grupos e devem representar algumas cenas de Romeu e Julieta.  Serão quatro papéis Julieta e sua ama (musumeyaku) e Romeu e Teobaldo (otokoyaku).  O grupo E tem Sarasa, Ai, uma das gêmeas e Hoshino.  

Ai acaba como Julieta, mas Sarasa termina como Teobaldo.  O estresse de Hoshino é enfocado no episódio, ela tem mãe e avó atrizes do Kouka e acredita que precisa atingir certas expectativas. Ai mostra que está se esforçando para criar laços com as colegas e lhe revela um segredo, ela frequentou a escola de forma fragmentada e não consegue ler kanjis difíceis. Já a gêmea parece tentar mostrar que é diferente da irmã.  Prestem atenção na escolha dos papéis, em como a coisa é feita.  O episódio termina com Andou analisando o desempenho das meninas e fazendo observações pertinentes, mas ele diz para Sarasa que ela nunca será uma atriz principal do Kouka.  Olha, espero que o próximo episódio comece com o resto da cena do mangá, ou será muito absurdo.  Não comentarei o que é, porque vou observar o próximo capítulo.

Vamos lá para as críticas pesadas ao episódio.  Ele é bom desde que você não leia o mangá.  Neste episódio #6, o anime terminou o volume #1 da série da revista Melody, ou seja, já se foram três volumes cortando pequenas cenas e alguns capítulos.  OK, é adaptação, PORÉM o que deixaram de fora do mangá dessa vez foi uma das passagens mais bonitas do quadrinho.  Quando Andou diz que enfrentou resistência dos outros professores, mas conseguiu dobrá-los, há toda uma parte da história que ficou excluída.

O professor que se opõe à Andou é o mais velho do colegiado, ele tem SESSENTA ANOS de Kouka, escreveu várias peças, ele não admite qualquer mudança.  Mas ele encontra Sarasa em uma praça, ela vem perguntar se ele está bem, se está perdido, ela mostra seu amor pelo Kouka, ele fala do teatro, a menina não sabe quem ele é.  E temos um flashback mostrando o garotinho que se apaixonou pelo Kouka, mas que fica frustrado por descobrir que somente mulheres podem atuar nele.  É a mesma situação de Sarasa com o Kabuki.  Muito bem, quando ele recebe de uma otokoyaku famosa um script da peça que assistira, ele entende como fará parte do Kouka, ela vai escrever peças.

Temos a 2ª Guerra, parece que estamos em O Túmulo dos Vaga-Lumes  (火垂るの墓) ou em Gen Pés-Descalços (はだしのゲン) de repente, tudo destruído pelo bombardeio norte-americano, inclusive o teatro Kouka, o garoto, agora um jovem, lamentando suas muitas perdas e a otokoyaku carregando feridas que serão para toda a vida lhe lembrando que é preciso ter coragem para continuar.  E ele escreve uma peça que, por acaso, é a favorita da avó de Sarasa.  É uma parte tão bonita, tão tocante, que é incompreensível que tenha ficado de fora.  Este episódio perdeu muito, poderia ser melhor e deveria ter tido duas partes.

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