quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Shoujo Mangá de1997 antecipou a COVID? Não, mas há tantas coincidências que chega a assustar.

O Sora News trouxe uma matéria sobre o mangá Virus no Kiba (ウイルスの牙), de Yoshimi Seki, que passou a ser assunto no Twitter japonês por mostrar uma epidemia com características muito semelhantes a que enfrentamos em nossos dias.  O post começa explicando que a mangá-ka Yoshimi Seki  é conhecida no Japão por fazer mangás shoujo, com um traço que logo é associado à demografia, com temáticas apocalípticas e que traumatizam os leitores.  Virus no Kiba foi publicado na revista Horror M.

Virus no Kiba tem como personagem principal a menina Hitomi, que está no terceiro ano do ginasial e  estudando para os exames de admissão do ensino médio, um momento de grande estresse para os estudantes japoneses.  É exatamente nesse momento da vida da menina que chega a notícia de que a gripe D, que tem uma taxa de infecção e mortalidade extremamente alta, se espalhou por vários países, com o número de mortes superior a 30.000. Apesar de uma proibição de viagem ser implementada para impedir a visita de pessoas de países afetados, as pessoas no Japão acabam sendo infectadas com o vírus, e uma sensação de medo e pânico começa a permear cidades e escolas.  Sem vacina ou cura à vista, as pessoas passam a acreditar em fake news, incluindo a crença de que ambulâncias levam os pacientes direto para o crematório.

Segundo o SN, "O que é particularmente interessante sobre este trabalho é que, em vez de se concentrar no medo da doença, ele retrata com precisão um mundo lutando para lidar com a propagação de um vírus… e a mentalidade de pessoas que são facilmente enganadas por fake news". Alguns eventos que aparecem no mangá são: As pessoas começam a lutar por máscaras, fazendo com que os preços disparem; Remédios obscuros contra vírus são vendidos a preços altos; As escolas fecham, as empresas fecham e se impõe restrições para que as pessoas saiam de casa; O sistema médico entra em colapso; O medo da infecção gera animosidade entre amigos íntimos; O caos se instala em todos os lugares devido a boatos e mentiras.

A matéria explica que para além do caos, há uma personagem que tem uma função didática no mangá, o pai de Hitomi.  Ele é farmacêutico e é através dele que a autora coloca informações válidas sobre como se prevenir em uma epidemia de gripe como usar máscaras e lavar as mãos.  O mangá insiste, também, que as fake news podem ser mais perigosas que o vírus, o que podemos comprovar observando as baixíssimas taxas de vacinação infantil no país neste momento.  Enfim, parece ser mais uma obra interessante abordando o tema de epidemia e que se destaca por dar particular atenção ao efeito daninho das fake news, em um momento no qual o termo não existia.  Segundo o SN, a obra está disponível em formato digital.  Talvez fosse o momento de alguém fazer scanlations.

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