quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Finalmente Peach Girl chega à metade


Começo contando um “causo”. Não sei porque cargas d'água eu tive um travamento de cérebro – não tem outro nome – no fim de semana quando fui até à Livraria Cultura aqui de Brasília e continuou até segunda-feira quando passei pela gibiteria da cidade. Explicando: eu realmente estava convencida de que já tinha comprado a última edição de Peach Girl e que nada sairia, provavelmente, por pelo menos dois ou três meses.

Assim, não prestei atenção quando fui até a Cultura, mas lembro de ter passado uma lamentação pela minha cabeça porque ficaria sem Peach Girl por um bom tempo. Enfim, eles tinham todos os últimos lançamentos – coisa milagrosa aqui em Brasília para tudo o que é setorizado – da Panini, então deveria ter Peach Girl #23 e #24 na loja.

Pois bem, na Kingdom só vi o volume #24 porque cheguei perto dos mangás de Peach Girl para continuar me lamentando. Aí, bingo! Vi a edição #24. Alguns segundos para cair a ficha... #24? Não foi a que comprei? Mas saiu #24? Sim! Vi o pessoal comentando no Orkut (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=109210)? Mas não comprei esse? Folheia, folheia, folheia... Tem fanart da Érica Awano? Não! Não! Então não tenho! Comprar! Comprar! (*Vejam o efeito de um ano atribulado sobre uma pessoa já normalmente desequilibrada.*)

Pois é, Peach Girl chegou finalmente ao volume #24. Se não houvesse tantos atrasos, talvez estivéssemos prestes a concluir o mangá. E agora estamos na seguinte situação: De acordo com a Panini, o contrato será renovado. Para quem não lembra, Peach Girl esteve para ser cancelado e isso causou grande comoção entre os fãs na Internet. É inegável que durante um bom tempo – e apesar de todos os escorregões da Panini – Peach Girl foi o melhor shoujo em publicação no Brasil. Talvez ainda seja, embora me coração esteja pendendo mais para Tokyo Babylon e muita gente que eu conheço prefira Fruits Basket.

Ninguém nunca vai ter certeza de foi a pressão das cartas, abaixo-assinados e, mesmo, de gente que tentou retomar a coleção ou comprou mais de uma edição de Peach Girl que a Panini decidiu renovar o contrato. Muita gente acha que foi tudo um blefe para aumentar as vendas, mas, na verdade, certeza ninguém tem, e duvido que para além do círculo interno da editora alguém saberá de todos os detalhes.

A verdade, e qualquer um que pegar as últimas 18 ou 19 edições poderá comprovar, é que a Panini passou a cuidar bem melhor de Peach Girl. Os deslizes do início, os aumentos mais que constantes, a opção equivocada pelo espelhamento mais barato afastaram muita gente. Sim, senhores, há quem diga que é o inverso que ocorre, ou seja, não se espelha para baratear as edições, mas quem lê Peach Girl do início – de verdade, não para falar abobrinha na net – sabe que as coisas vinham espelhadas da Europa e o pessoal que cuidava da edição brasileira até esquecia textos e onomatopéias em francês. Talvez alguns desses leitores possam ser resgatados agora.

Por que estou dizendo isso? Se o mangá vai ficar alguns meses sem sair, porque com o impasse da renovação a linha de montagem parou (*produção de capas, traduções, e outras coisinhas*), muita gente poderá retomar a história e alcançar o momento atual. Isso não será difícil e os fãs regulares podem ajudar.

Peach Girl tem tudo para ser um sucesso e abrir caminhos para outros mangás que se centrem no dia-a-dia das pessoas comuns. Como disse, a Panini passou a tratar o mangá de forma muito mais adequada. Fora isso, a seção de notas e cartas que a editora inclui nos seus mangás, coloca a Panini na frente da interação entre os leitores e a empresa.

Digo isso, porque a melhora de qualidade das publicações da casa, seja Peach Girl, Angel Sanctuary, o lobo Solitário ou Berserk, mostra uma equipe preocupada em oferecer o melhor, seja porque tem visão empresarial de verdade, seja porque ama o que faz, ou as duas coisas juntas. Não houve melhor decisão do que separar os mangás e colocar alguém responsável exclusivamente por isso. Fez diferença.
E quando elogio este aspecto da Panini, o faço para cutucar a JBC que até escolhe bem seus mangás e satisfaz o seu público, mas progrediu muito pouco no quesito qualidade de suas publicações. Da JBC só elogio a edição de Tokyo Babylon, porque as outras que compro, aliás, só compro mais uma, Fruits Basket (*me perdi em InuYasha... talvez retome um dia*), tem sérios problemas.

Não estou falando aqui da censura que já foi tema de uma coluna, falo da impressão de baixa qualidade, da tradução, da coesão textual, de erros de concordância. Coisa que qualquer revisão de texto série poderia resolver... Mas quem se importa? Acham que os fãs não são consumidores e não se importam com essas coisas. Também reclamo da ausência da seção de cartas. Nesse aspecto, valeria a pena olhar para a Panini, pois uma boa equipe a JBC tem, experiência também. O que está faltando então?

Não falo nada da Conrad, pois da editora não compro coisa nenhuma (*Slam Dunk está congelado no momento*). Evangelion Shoujo não é para mim, e ainda bem que meu marido desistiu da série também. Guarda-se dinheiro para o que realmente vale a pena. Buda está na minha lista de compras futuras e estar nas livrarias me favorecerá neste aspecto. Mas de resto, a editora virou as costas para os fãs de shoujo. Mas ao que parece pode viver sem nós, então, como empresa a Conrad não está errada. Capitalismo é capitalismo.

Enfim, antes que eu me perca: se você não encontrar Peach Girl #25 na banca, não entre em pânico. A princípio, as coisas estão indo bem, só vai haver atraso. Aproveite a folga para rever a história, e fique na expectativa pelos próximos desdobramentos. Agora, o que não cairia mal seria a Panini lançar boxes promocionais como os da Conrad (*sim, é preciso elogiar*). Afinal, se o mangá vendeu tão mal por algum tempo, deve haver encalhes que podem ser redistribuídos. Muita gente iria agradecer.
(*Isso é parte da coluna para o site Anime-Pró que deve estar no ar quinta ou sexta-feira*)

2 pessoas comentaram:

acho que a conrad pode lançar um shoujo ano que vem, talvez seja até mesmo karekano

e a panini poderia abaixar os preços que estão muito caros

e acho que a jbc não tem necessidade de colocar uma sessão de cartas nos mangás

Bem, os preços da Panini estão muito similares aos da Conrad. Basta comparar. Como eles estão segurando os preços, só de não aumentar, em um paíos como o nosso já é um ganho.

Não acredito que Karekano seja da Conrad, nem que eles tenham um shoujo em vista. Mas pelo perfil da empresa hoje, teria que ser algo que desse retorno imediato. Ainda acredito que talvez eles briguem por Nana um dia.

E a seção de cartas, bem, é o lugar de interação com os leitores. Você pode não gostar, mas aposto que muita gente sente falta.

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