Quando falei do cancelamento de Peach Girl e Éden citei que este último mangá passava por problemas nos EUA. Pois é, hoje no ANN há matéria sobre Éden, que toca nas baixas vendagens obtidas nos EUA, mesmo que a série tenha sido aclamada pela crítica. A matéria fala do compromisso da Dark Horse em continuar a série, mas que se as vendas não forem suficientes, o mangá deixaria de ser trimestral, para ser semestral. Aliás, esta foi a medida da Conrad com Nausicäa, que mesmo excelente está sendo ignorado pelos leitores aqui no Brasil.
Por que estou falando isso? Primeiro para mostrar que mesmo publicado com qualidade, um bom mangá pode enfrentar problemas, especialmente em um mercado que está cheio de produtos semelhantes. Aqui no Brasil, a Conrad sofreu e sofre, porque lançou várias séries focadas no mesmo público. Sanctuary pode não estar cancelado, mas se não tivesse tantos concorrentes parecidos poderia ter vendido muito mais. Falo em Éden, também, porque dentre as mentiras divulgadas pela Panini, a das tais altas vendagens deste mangá foi a que mais me ofendeu. Diziam que a série vendia muito bem, mesmo espelhado, com textos largados em italiano aqui e ali, para ressaltar o quanto a série de Miwa Ueda era ruim e vendia mal. A historinha era "Paramos Éden para não alcançar a edição japonesa e termos que parar." Contraditório, não é? Na verdade, Éden estava afundando no mesmo pântano que Peach Girl, mas shoujo sempre é ruim, mangá de ficção científica com sexo e violência para (homens) adultos sempre vai se dar bem, porque tem "consistência".
Dito isso, aconselho aqueles que se sentem lesados a entrarem com a tal ação no PROCON. Não adianta ir até a comunidade da Panini no Orkut e pedir explicações sobre os mangás. Os moderadores de lá não trabalham na editora (*um deles acho que estagiava lá, mas estagiário não apita e raramente tem acesso à informações privilegiadas*), são fãs-consumidores como você e eu. Eles pecam pelo seu puxa-saquismo, aquela postura irritante de defender a editora do coração como se fosse torcedor fanático de futebol, e que mantém mesmo agora, com essa lambança que a editora andou fazendo. Agora, de resto, devem estar tão perplexos com esta confusão e essas mentiras da mesma forma que a maioria de nós estamos.
E não adianta, também, xingar a Elza. As decisões de cancelar ou não cancelar mangá, partiram de outros setores e, não, do pessoal que coloca a mão na massa e tem feito um bom trabalho na maioria das séries publicadas pela editora. Não falo com a Elza faz muito tempo, mas o que ela me disse foi o mesmo que os moderadores da comunidade disseram no Orkut. então, não é segredo: as edições #27 e #28 de Peach Girl foram para a gráfica em novembro e, depois disso, o setor de edição de mangás não sabia mais o que tinha acontecido. Quem trabalha em empresa grande, sabe que nem sempre um setor sabe o que o outro faz, aliás, às vezes a gente só percebe que uma grande *M* foi feita, quando a bomba volta para o nosso colo.
Serei franca, não vejo esperança em continuidade na publicação de Éden pela Panini, mas, talvez, com as ações PROCON, Peach Girl possa ir até o fim. Agora, Éden tem credenciais, assim como Peach Girl, para ser republicado por outra editora. Boku to Kanojo XXX foi cancelado nos EUA pela primeira editora e a Tokyopop relicenciou e agora está recomeçando a série. Ninguém esperava por isso, mas, por lá, só tinha saído um volume. Quem sabe, outra editora se interessa e faz o trabalho direito? O problema é que a Panini vinha melhorando muito, e este caso Peach Girl/Éden manchou a imagem da editora. Como já falei, deixassem os títulos cancelados. O estrago seria muito menor.
Outra coisa, a Panini na Itália cancela mangás, sim. Lembro que conversando com uma das moças do Shoujo Manga Outline ela me disse "Cuidado com a Panini, porque se não der lucro, eles cancelam mesmo". Acontece lá e por mais que eu não tenha nenhuma simpatia pelos dirigentes da Mythos (*que gerenciam a Panini por aqui*) aqui no Brasil, eles podem até ter contado as mentiras, mas a política da Panini daqui não deve diferir muito da política da Matriz. Isso, se não tiverem sido ordens diretas. Claro, que eles podem ter mentido para os italianos e jogado a culpa nos consumidores e na qualidade dos títulos, mas isso nós jamais saberemos e não vou perder tempo especulando no vazio.
Por que estou falando isso? Primeiro para mostrar que mesmo publicado com qualidade, um bom mangá pode enfrentar problemas, especialmente em um mercado que está cheio de produtos semelhantes. Aqui no Brasil, a Conrad sofreu e sofre, porque lançou várias séries focadas no mesmo público. Sanctuary pode não estar cancelado, mas se não tivesse tantos concorrentes parecidos poderia ter vendido muito mais. Falo em Éden, também, porque dentre as mentiras divulgadas pela Panini, a das tais altas vendagens deste mangá foi a que mais me ofendeu. Diziam que a série vendia muito bem, mesmo espelhado, com textos largados em italiano aqui e ali, para ressaltar o quanto a série de Miwa Ueda era ruim e vendia mal. A historinha era "Paramos Éden para não alcançar a edição japonesa e termos que parar." Contraditório, não é? Na verdade, Éden estava afundando no mesmo pântano que Peach Girl, mas shoujo sempre é ruim, mangá de ficção científica com sexo e violência para (homens) adultos sempre vai se dar bem, porque tem "consistência".
Dito isso, aconselho aqueles que se sentem lesados a entrarem com a tal ação no PROCON. Não adianta ir até a comunidade da Panini no Orkut e pedir explicações sobre os mangás. Os moderadores de lá não trabalham na editora (*um deles acho que estagiava lá, mas estagiário não apita e raramente tem acesso à informações privilegiadas*), são fãs-consumidores como você e eu. Eles pecam pelo seu puxa-saquismo, aquela postura irritante de defender a editora do coração como se fosse torcedor fanático de futebol, e que mantém mesmo agora, com essa lambança que a editora andou fazendo. Agora, de resto, devem estar tão perplexos com esta confusão e essas mentiras da mesma forma que a maioria de nós estamos.
E não adianta, também, xingar a Elza. As decisões de cancelar ou não cancelar mangá, partiram de outros setores e, não, do pessoal que coloca a mão na massa e tem feito um bom trabalho na maioria das séries publicadas pela editora. Não falo com a Elza faz muito tempo, mas o que ela me disse foi o mesmo que os moderadores da comunidade disseram no Orkut. então, não é segredo: as edições #27 e #28 de Peach Girl foram para a gráfica em novembro e, depois disso, o setor de edição de mangás não sabia mais o que tinha acontecido. Quem trabalha em empresa grande, sabe que nem sempre um setor sabe o que o outro faz, aliás, às vezes a gente só percebe que uma grande *M* foi feita, quando a bomba volta para o nosso colo.
Serei franca, não vejo esperança em continuidade na publicação de Éden pela Panini, mas, talvez, com as ações PROCON, Peach Girl possa ir até o fim. Agora, Éden tem credenciais, assim como Peach Girl, para ser republicado por outra editora. Boku to Kanojo XXX foi cancelado nos EUA pela primeira editora e a Tokyopop relicenciou e agora está recomeçando a série. Ninguém esperava por isso, mas, por lá, só tinha saído um volume. Quem sabe, outra editora se interessa e faz o trabalho direito? O problema é que a Panini vinha melhorando muito, e este caso Peach Girl/Éden manchou a imagem da editora. Como já falei, deixassem os títulos cancelados. O estrago seria muito menor.
Outra coisa, a Panini na Itália cancela mangás, sim. Lembro que conversando com uma das moças do Shoujo Manga Outline ela me disse "Cuidado com a Panini, porque se não der lucro, eles cancelam mesmo". Acontece lá e por mais que eu não tenha nenhuma simpatia pelos dirigentes da Mythos (*que gerenciam a Panini por aqui*) aqui no Brasil, eles podem até ter contado as mentiras, mas a política da Panini daqui não deve diferir muito da política da Matriz. Isso, se não tiverem sido ordens diretas. Claro, que eles podem ter mentido para os italianos e jogado a culpa nos consumidores e na qualidade dos títulos, mas isso nós jamais saberemos e não vou perder tempo especulando no vazio.
3 pessoas comentaram:
Ótima informação Valéria! Parabéns! Realmente, nas comunidades no Orkut vemos verdadeiros "adoradores" da Panini, e também temos os "odiadores", que não se atém aos fatos e extrapolam ao ofender a Elza, funcionários da Panini, entre outros. Infelizmente, vejo que estes não serão os únicos títulos a serem cancelados. Como não se publicam as vendagens, a gente fica meio no escuro, mas acho que vai vir mais por aí...
Olá, Valéria! Acompanho seu blog há algum tempo e só gostaria de fazer uma correção. O pessoal da Mythos não é o responsável pelas decisões comerciais da Panini. A Mythos é uma empresa terceirizada que produz as revistas (tradução, adaptação, letreiramento, artigos editoriais etc.) para a Panini. Quem manda de verdade e decide cancelar ou continuar a publicar algo é a Panini. Falo isso porque sou funcionário da Mythos. E, só confirmando, a Elza Keiko não tem mesmo culpa nessa história de Éden e Peach Girl. Também fiquei chateado com a notícia recente, pois sou fã de ambos mangás.
Obrigada por deixar o comentário, Levi. É bom saber que as decisões partiram da matriz. Eu disse que não era do meu interesse especular no vazio. Quanto aos elementos chaves da Mythos que não gostamd e mangá, isso não é especulação, convivi com alguns deles em listas do Yahoo e sei que eles não gostam, não se interessam e viam com muita reserva (*estou sendo boa aqui*) o avanço dos mangás. É isso.
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