sábado, 20 de junho de 2009

Entrevista com Riyoko Ikeda - Parte 5



Esta é a quinta parte da entrevista com a autora da Rosa de Versalhes. Como o trecho ficou muito grande, e alguma spartes foram difíceis de traduzir, então, cortei a parte do volume três em duas metades. Pelo jeito, a do volume quatro terá que ser cortada em três ou quatro. Imagino que a Ikeda deve ter dado uma entrevista muito longa mesmo. Aqui, Riyoko Ikeda fala das cartas que recebia dos fãs e sua função, e começa a comentar as adaptações da Rosa de Versalhes para o teatro Takarazuka, cinema e anime. A imagem acina é de Yui Haruna e Jun Anna, as primeiras atrizes a encarnarem Oscar no palco em 1974. Para as outras partes da entrevista: 1 - 2 - 3 - 4

ENTREVISTADORA: Já falamos dos prazos apertados que eram impostos a você. Nesta condição, obrigada a trabalhar em todos os momentos que estava acordada, você tinha outro interesse que ajudava a suportar esta situação.

RIYOKO IKEDA: Com certeza, as cartas dos fãs. Todos os meses elas chegavam às centenas, e duas ou três vezes por mês, o editor me levava um grande pacote. Lê-las me dava força para continuar, também me ajudava a compreender do que o público gostava mais, oferecendo-me sugestões úteis de como seguir com a história. Assim, por este motivo, eu preferia as cartas das pessoas adultas, pois eram mais próximas da minha própria sensibilidade. Um dia chegou uma carta de um professor de colégio que me contou que durante uma aula uma estudante começou a chorar inesperadamente, sendo seguida pelas suas companheiras. Quando ele perguntou o motivo do choro, elas responderam que estavam tristes porque no número da “Margaret”, lançado no dia anterior, Oscar tinha morrido! Aquilo o deixou tão tocado que ele se sentiu obrigado a ler o meu quadrinho! Sei também de professores que estimularam seus alunos a estudar a história da Revolução Francesa através da “Rosa de Versalhes”, o que me deixou muito feliz.

ENTREVISTADORA: Sei, porém que sua relação com professores e mestres não foi somente um “mar de rosas”...

RIYOKO IKEDA: Exato. Na cena na qual André agride Oscar, atirando-a sobre a cama, causou não poucas reclamações da associação de pais e professores, que bombardearam o editor com telefonemas de protesto. Por sorte, o editor-chefe daquela época era uma pessoa muito prática, e rebateu a tantos quantos telefonaram que deveriam ler toda a história desde o início: assim procedendo compreenderiam sem sombra de dúvida porque aquela cena era necessária.

ENTREVISTADORA: Sei também de cartas bem mais perigosas que lhe foram entregues, mas disto falaremos no último volume, para não anteciparmos muitos fatos do final do mangá. Falaremos mais do sucesso que teve Oscar e de suas numerosas transposições: primeiro, o espetáculo teatral, depois, do filme live action, e, por fim, da série animada de TV. Que recordações tem desta época?

RIYOKO IKEDA: A peça teatral se tornou um dos carros-chefe do Takarazuka, porém, no início, não foi de fato simples prepará-la: era a mim que as pessoas se reportavam a todo o tempo durante o projeto, em particular Yui Haruna, a primeira intérprete de Oscar, trabalhamos e sofremos tanto, porque nenhuma de nós estava segura de que teríamos sucesso e as expectativas de tantas fãs eram muito elevadas e representavam uma enorme pressão.

ENTREVISTADORA: No final, Yui Haruna conseguiu levar ao sucesso a primeira série de apresentações iniciadas em agosto de 1974 e, em seguida, em “A Rosa de Versalhes – André e Oscar” assumiu o papel de André deixando o de Oscar para Jun Anna.

RIYOKO IKEDA: Exato. Porém, naquele momento, o espetáculo já era amplamente conhecido e apreciado, então, creio que todos aquelas atrizes que se seguiram à Haruna Yui no papel de Oscar têm menos problemas para lidar com a personagem.

(Continua...)

1 pessoas comentaram:

Olá Valéria! Gostaria de saber se os volumes de Versailles no Bara estão disponíveis em edição americana ou qual outra edição eu posso comprar que seja boa! Obrigada

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