São 2:17 da manhã, e eu deveria estar dormindo, pois acordarei às 6. No entanto, engrenei assistindo Honey & Clover e não consegui parar. Só explicando, eu tinha deixado o anime parado no capítulo 5 ou 6 da primeira temporada, mas, após ler o volume 6 da edição americana, fiquei com tanta curiosidade que decidi assistir tudo. Comecei no sábado e terminei o resto da primeira temporada, acho que da metade do capítulo 21 até o último episódio da segunda temporada. Aliás, o character design da segunda temporada é muito bonito, e a música casa muito bem com a ação em todos os momentos que aparece. Não me lembro de ter visto tantos capítulos em seguida de um anime... Não me lembro mesmo...
Não vou dar spoilers, só precisava dizer que fiquei muito emocionada, tocada pela humanidade das personagens, a busca por um sentido na vida. A metáfora do sonho das caixas da Hagu, são tantas caixas que uma vida somente não poderíamos abrir todas, é preciso escolher. Não gostei de alguns desenvolvimentos, mas os compreendo bem. E, sim, agora concordo com alguém que comentou aqui no blog tempos atrás que o Takemoto é a personagem mais interessante da história. E é ele quem nos conduz por boa parte da série, mas, lá no final, Hagu realmente mostra porque ela é a protagonista e alguém especial para aquele grupo de pessoas.
Mas o dolorido de assistir Honey & Clover é se reconhecer ali, não digo as experiências das personagens, elas são singulares e únicas. Eu falo do clima “este é o último ano do resto de nossas vidas”. Eu digo sem nenhum problema que a faculdade foi o melhor momento da minha vida até agora. Cheio de alegrias e lembranças, boas e ruins. E, talvez de todos os momentos, uma tarde que passamos batendo papo lá no claustro do IFCS – o nome não é claustro, esqueci como chamar, é aquele imenso espaço vazio no térreo no centro do prédio que é do século XVIII – brincando de cinema mudo, adivinhando os filmes...
Não sei a época do ano, acho que as velhas árvores não tinham sido cortadas ainda. 1995 ou 1996? Só pode ter sido por aí, porque antes disso, eu não tinha tanta interação com o grupo, entrava e saia da faculdade, brincava de ser invisível... coisa, aliás, que faço muito bem até hoje. E, depois dessa época, todos nós ficamos muito atarefados e algumas pessoas muito queridas começaram a se afastar... Algumas delas, com certeza, devem ter se arrependido das caixas que abriram ou talvez lamentem as que deixaram fechadas... Mas era preciso escolher...
Enfim, memórias que se perdem... E não é porque não tínhamos dores e preocupações, mas éramos um grupo e, ali todos juntos, éramos momentaneamente felizes. Acho que nem sou capaz de nomear quem dos meus amigos e colegas estavam lá... Mas fica a lembrança e a sensação boa, como o catar trevos lá da série. Quantos daqueles continuam meus amigos? Acho que conto em uma das minhas mãos, mas os que ficaram, acredito que serão para toda a vida. Dos outros, gente que em um determinado momento foi muito importante para mim, ficam as lembranças... boas lembranças... Felizes e tristes.
Triste constatar isso, mas faz parte da vida. Viver é abrir caixas. Eu só espero estar abrindo as caixas certas... Se puderem assistir, vejam Honey & Clover. E leiam o mangá, também. Sei que não é uma obra para todos os gostos. E isso nada tem a ver com inteligência, sensibilidade, tem a ver com ritmo de narrativa. Não se enganem com o início do mangá. Obras como Honey & Clover não se mostram de uma só vez e rapidamente, é preciso tempo para conhcê-las, se acostumar com elas, compreendê-las. Alguns podem ter pressa demais, ou prefiram coisas mais aceleradas. Mas o fundamental é que coisas como Honey & Clover existem e receberam o reconhecimento que mereciam. Agora eu compreendo bem.
É isso... Já deveria ter ido dormir, a terça-feira é um dia muito longo para mim. Até.
Não vou dar spoilers, só precisava dizer que fiquei muito emocionada, tocada pela humanidade das personagens, a busca por um sentido na vida. A metáfora do sonho das caixas da Hagu, são tantas caixas que uma vida somente não poderíamos abrir todas, é preciso escolher. Não gostei de alguns desenvolvimentos, mas os compreendo bem. E, sim, agora concordo com alguém que comentou aqui no blog tempos atrás que o Takemoto é a personagem mais interessante da história. E é ele quem nos conduz por boa parte da série, mas, lá no final, Hagu realmente mostra porque ela é a protagonista e alguém especial para aquele grupo de pessoas.
Mas o dolorido de assistir Honey & Clover é se reconhecer ali, não digo as experiências das personagens, elas são singulares e únicas. Eu falo do clima “este é o último ano do resto de nossas vidas”. Eu digo sem nenhum problema que a faculdade foi o melhor momento da minha vida até agora. Cheio de alegrias e lembranças, boas e ruins. E, talvez de todos os momentos, uma tarde que passamos batendo papo lá no claustro do IFCS – o nome não é claustro, esqueci como chamar, é aquele imenso espaço vazio no térreo no centro do prédio que é do século XVIII – brincando de cinema mudo, adivinhando os filmes...
Não sei a época do ano, acho que as velhas árvores não tinham sido cortadas ainda. 1995 ou 1996? Só pode ter sido por aí, porque antes disso, eu não tinha tanta interação com o grupo, entrava e saia da faculdade, brincava de ser invisível... coisa, aliás, que faço muito bem até hoje. E, depois dessa época, todos nós ficamos muito atarefados e algumas pessoas muito queridas começaram a se afastar... Algumas delas, com certeza, devem ter se arrependido das caixas que abriram ou talvez lamentem as que deixaram fechadas... Mas era preciso escolher...
Enfim, memórias que se perdem... E não é porque não tínhamos dores e preocupações, mas éramos um grupo e, ali todos juntos, éramos momentaneamente felizes. Acho que nem sou capaz de nomear quem dos meus amigos e colegas estavam lá... Mas fica a lembrança e a sensação boa, como o catar trevos lá da série. Quantos daqueles continuam meus amigos? Acho que conto em uma das minhas mãos, mas os que ficaram, acredito que serão para toda a vida. Dos outros, gente que em um determinado momento foi muito importante para mim, ficam as lembranças... boas lembranças... Felizes e tristes.
Triste constatar isso, mas faz parte da vida. Viver é abrir caixas. Eu só espero estar abrindo as caixas certas... Se puderem assistir, vejam Honey & Clover. E leiam o mangá, também. Sei que não é uma obra para todos os gostos. E isso nada tem a ver com inteligência, sensibilidade, tem a ver com ritmo de narrativa. Não se enganem com o início do mangá. Obras como Honey & Clover não se mostram de uma só vez e rapidamente, é preciso tempo para conhcê-las, se acostumar com elas, compreendê-las. Alguns podem ter pressa demais, ou prefiram coisas mais aceleradas. Mas o fundamental é que coisas como Honey & Clover existem e receberam o reconhecimento que mereciam. Agora eu compreendo bem.
É isso... Já deveria ter ido dormir, a terça-feira é um dia muito longo para mim. Até.
11 pessoas comentaram:
Eu vi H&C e tbm achei lindo , me emocionei mto , pois sei q não poderia realizar todos os sonhos e nem sei como faze-los ...
Recomendo para todos esse anime, é um aprendizado e outra... não é facil encontrar um anime com mensagens tão realistas .
Hahahaha! Se eu tivesse apostado, teria ganhado uns trocados porque eu sempre acrditei que um dia ainda veria você postando algo semelhante sobre H&C. E você foi pega pelo mesmo que eu, as caixas, não me esqueço do impacto dessa cena sobre mim.
De primeira eu fui bem além no anime duma só vez mas, ainda estou firme na promessa de que só vejo o final do anime quando ver o final do mangá, hehe. E vou acabar vendo tudo de novo antes de encara-lo, heuaheh. Em alguns momentos, eu já queria chorar só de ouvir a abertura que todo mundo acha bizarra e coisa e tal. Não compreendem ora, bolas. Não sabem o que estão perdendo. =P
É, Mickey... ao sonho das caixas foi bem ilustrativo... Eu espero que o mangá seja igualzinho... mas, realmente, não gostei muito do final da Hagu e do professor. Ficou algo tipo "Pássaros Feridos" sem sexo.
Concordo com tudo que foi escrito... ainda não comecei a ler Honey & Clover, pois ainda não chegou na minha cidade, mas conheço a história. A faculdade ainda não me tocou em nenhum ponto, nessa questão de amizade, mas tudo que você escreveu me fez lembrar no meu ensino médio... tenho tanta saudade daquela época... acho que eu era mais feliz do que hoje, mas sei que isso é algo que tenho de passar. Cada dia que passa tenho mais vontade de ler H&C.
Concordo com a Mickey. A abertura é ótima, assim como a trilha sonora da série...
Adoro Spitz e o Suga Shikao...
Puxa! Adorei o post Valéria!
Sou fã de H&C desde o momento que li o 1° mangá... e automaticamente me lembrei dos bons tempos da faculdade, principalmente porque a maioria dos personagens saíram de suas cidades natal para estudar(o que aconteceu comigo também)... isso porque eu terminei no fim do ano passado!
Mas também foi a melhor época da minha vida!
Agora vou tentar ver o anime, mas queria fazer como o Mickey e esperar o mangá chegar ao fim primeiro, mas depois deste post não ei se a minha curiosidade vai aguentar... :P
Parabéns pelo blog!!
Nossa você estudou no IFCS? Que legal,eu estudo lá,estou fazendo História também e estou gostando muito!
www.garrafaaomar.zip.net
O anime é fiel ao mangá?
Raquel, até onde li e sei, a fidelidade é de quase 100%. Foi por isso que peguei e assisti direto, porque não aguentei esperar o volume 7 americano.
Princesa, fui aluna do IFCS, sim. Turma de 1993/1. Terminei tudo - Bacharelado e Licenciatura na Praia Vermelha e CAP - em 1997/2. Mestrado em História Social PPGHIS de 1998 até fevereiro de 2001.
:o, pensei que você ja tinha assistido o anime antes. Mas é verdade, H&C tem mensagens muito bonitas. Ainda não estou na faculdade, mas sim no 3° ano e sinto uma tristeza imensa quando penso que esta tudo acabando. É dificil deixar um lugar que frequento desde quando me conheço por gente. Sei que até das pessoas que nao gosto ou nao tenho muita aproximaçao vou sentir saudades.
Estdo muito empolgado a aedição da Panini e vou comprar até o final. Adoro ler coisas diferentes e inovadoras.
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