domingo, 18 de outubro de 2009

Festa da cultura japonesa



Está rolando o Otacon aqui em Brasília, mas eu não pude ir. Enfim, como saiu uma matéria sobre o evento no Correio Braziliense, estou postando aqui no blog. Bem superficial, com os errinhos de sempre, mas é uma propaganda válida e mostra que os grandes veículos de comunicação não conseguem ignorar os eventos de ligados ao universo otaku.

Festa da cultura japonesa

Fãs de histórias em quadrinhos e desenhos animados orientais se reúnem para celebrar seus heróis e exibir as fantasias

Dominique Lima

Jovens com fantasias elaboradas, cabelos coloridos, lentes de contato. Espadas de samurai, cetros mágicos, capas imponentes. Com uma peruca azul e enormes asas brancas armadas sobre a fantasia preta e vermelha, Lívia Elina explica o visual: “Minha personagem é Kona, da misteriosa organização de Katisuki, inimiga de Naruto”. Formada em artes plásticas, Lívia é um dos 7 mil participantes do 3° Otacan, evento que reúne fãs de animes, mangás e cultura oriental, neste fim de semana, no prédio da Universidade Paulista (Unip), na 913 Sul

O Otacan, termo que deriva da palavra japonesa para fã (otaku), tem público cada vez maior em Brasília e comemora o sucesso do primeiro dia de sua terceira edição, que teve importantes atrações musicais, como a banda Gaijin Sentai e o dubladores Carlos Takeshi (do personagem Jaspion, um dos primeiros a fazer sucesso no Brasil).

Com o intuito de reunir os jovens fãs, com idade média entre 13 e 19 anos, o evento que termina hoje conta também com salas de exibição de animes, estandes de comida oriental e concurso de cosplay. “Existem eventos como esse no mundo todo. Fazemos parte de um enorme grupo que gosta de se encontrar e mostrar como gosta de animes. É um pessoal que se cuida, não há bebida alcoólica nos eventos e somos aconselhados a não fumar”, conta Lívia Elina.

Interesse comum

Outro grupo de fãs e amigos contam que se conheceram pela internet a partir do interesse em comum pela cultura pop japonesa. A partir daí, passaram a se encontrar para conversar e assistir aos animes preferidos. Karin Tolentino Carvalho, de 17 anos, Larissa de Sousa Alves, 16, e Bárbara Ferreira, 14, estudantes, comemoram o fato de o evento estar maior a cada ano e pretendem aproveitar toda a festa, mas esperam ansiosamente pelas atividades de dança.

“A cultura japonesa tem expandido muito no Brasil. Tudo começou com a difusão das séries japonesas na antiga TV Manchete e conquistou muitos fãs no país inteiro”, explica Frederico Rodrigues Fonseca, 18 anos, que trabalha numa empresa de cobrança e telemarketing. Fãs dos games orientais, as estudantes Angélica Pires Lucas, 19, e Laís de Oliveira, 20, escolheram suas personagens pela afinidade e semelhança física. Angélica optou pela lutadora Chun-Li e Laís preferiu a heroína Sakura.

O capricho na produção da fantasia, concebida pela dupla e executada por uma costureira, rendeu olhares admirados e pedidos para tirar fotos. “É a quarta vez que participamos e pretendemos voltar”, conta Angélica. Segundo a organização do evento, a receptividade do brasiliense aumentou e é possível perceber a renovação do público a cada ano. “Vemos que há um aumento real, em que cada vez mais pessoas que não se interessavam descobrem o universo dos animes e se tornam fãs”, explica o coordenador do evento, Daniel Kamui, 25 anos.

Desenhos animados

São os produtos de animação produzidos no Japão. A estética é bastante similar em todos, mas os enredos variam de acordo com o gênero. Os dois principais são shoujo, de temática feminina, com heroínas e romances, e shonen, para os garotos, com mais ação e personagens principais masculinos.

Leitura invertida

São as histórias em quadrinho japonesas, que, ao contrário das brasileiras, são lidas de trás para a frente. De tradição milenar, ganharam as características marcantes — os olhos grandes e expressivos dos personagens — com Ossamu Tessuka, na década de 1950. A fama no Brasil veio depois da difusão das versões animadas, os animes

Cover de herói

Abreviação da expressão em inglês costume roleplay, que significa a ação de se vestir e interpretar os personagens de animes, mangás e videogames. A atividade cada vez mais popular engloba também o uso de fantasias de personagens de filmes e séries de televisão ocidentais e mesmo personagens históricos.

Programe-se

O evento ocorre também hoje, das 9h às 22h, no prédio da Unip (913 Sul). Os ingressos custam R$ 40 e R$ 20 (meia entrada). Pais acompanhados dos filhos pagam R$ 10. Entrada franca para quem tem menos de 6 anos. Classificação indicativa livre.

Onde assistir

As séries mais populares do outro lado do mundo podem ser vistas também por aqui. A Naruto é exibida pelo SBT e pela rede de canal pago Cartoon Network. A One Piece também passa na rede SBT. Outra série famosa, Bleach, é transmitida pelo canal por assinatura Animax.

16 pessoas comentaram:

Muito medo dessa reportagem.. roleplay? Pelo menos a matéria foi simpática. O que me espantou mais foi o preço... 40R$ para entrar em um evento de anime? Não, muito obrigado, com certeza não iria.

Um dos motivos que me fizeram não ir foi o preço. Adiantado, custava 30 reais, mas acho que sem desconto... E como eu estava me recuperando de um exame muito chato, decidi ficar em casa.

Eu não sei por quê, mas eu sou meio egoísta e não gosto de muita divulgação desse conteúdo, mesmo porque essas pessoas desses eventos passam um ar de alienação à nós fãs de animação japonesa. Eles não conhecem os animes, e mesmo assim, dizem-se otakus. Além de fazerem idiotices, se bem que o japonês é tão idiota quanto e capaz de copiar as personagens na vida real, a julgar pela banalização da homossexualidade, creio que veio do anime. Não tenho nada contra homossexualidade, é só um exemplo...

Essas empresas sanguesugas que cobram os olhos da cara, e ainda dos jóvens que querem se divertir.

É, como disse o Gilberto Barolli: O fã de animes é uma pessoa especial, não fuma, não bebe e não joga (na jogatina, provavelmente).

Vicente, não leve a mal, mas como é que essa história de "banalização da homossexualidade" veio parar nessa discussão? Não sei que tipo de evento vc viu oi foi, mas a maioria dos que eu conheço são locais hetero, como todos os locais em nossa sociedade. Aliás, evocar nesses termos a homossexualidade já transmite um certo incomodo, uma preocupação com imagem que, sim, é HOMOFOBIA.

No mais, há fãs de anime em vários níveis. Um evento reúne desde o pessoal do oba-oba até os fãs que realmente se consideram "otakus" no bom e mau sentido.

Como ninguém é obrigado a ir a evento, os que não gostam de se misturar ou acham os ingressos caros para o que esses eventos oferecem, podem ficar em casa.

No mais, acho esses eventos bem divertidos, gosto de ver os cosplays, reencontrar (*no caso aqui de BSB*) meus ex-alunos e ex-alunas e coisas assim.

Me incomoda muito mais quando vendem armas (*na fase auge naruto eram lâminas que poderiam cortar*), as meninas de cosplay hentai (*é um evento censura livre afinal e, sim, vejo isso como degradação*) e a falta de organização. Homossexualidade banalizada, eu nunca vi. Talvez seja porque isso realmente não me incomoda.

Na verdade, eu usei como exemplo, queria me referir a questão de que as mídias de animação estão tão arraigadas na cultura japonesa, que parece até que já "saíram" da televisão, lá imitam as características das personagens das mídias criadas, nota-se pelo cabelo, pela metrossexualidade, inclusive como eu disse pela banalização da homossexualidade (querendo ou não, não é uma coisa "comum" em uma sociedade "padrão")... dá a impressão de homofobia, mas não tenho nada contra, afinal de contas vejo shounens recheados de fã-service feminino, inclusive shoujos.
Ah, e cá entre nós, eles tem uma tendência mais efeminada, novamente, outro dia eu tava vendo uma reportagem do novo Kamem Rider de 2 japinhas que se fundem e formam um Kamem Rider, eles eram "estranhos", pareciam travecos.

Aqui nós encontamos esses marginais (termo feio, mas é isso) só em eventos, mas lá no Japão, na rua, constantemente.

Veja bem, você é apenas um fã ordinário que gosta de se entreter com as animações lá do Japão, de repente aparecem uns malucos e fazem essas coisas... daí acabam passando uma imagem diferente da realidade, porque pelas reportagens que eu vejo me dá até medo do que eles falam, é idiota. E sempre nas reportagens abrangem todos os fãs, como se todo "otaku" fosse assim. É uma inverdade...

A questão que eu queria levantar, é que quem sabe eu é que esteja equivocado, que eles são assim mesmo, analizando os japoneses... é normal fazerem isso, apesar de "eu não gostar" (Entre aspas, porque nunca apareci em eventos desse porte, sem ser no último andar de um Shopping, como fazem aqui no BeiraMar Shopping em Florianópolis). Bem, pelo o que eu escuto da Anime Friends, roubos, péssima organização, Otamix também não com uma boa fama...

Enfim, é isso, espero que tenha entendido, pareço muito preconceituoso? Eu vi uns pod casts seus e gostei das suas sacações, sou um leitor do blog, espero que não tenha tanta má impressão de mim XD.

Eu sempre digo que como Froid disse, existe um período da fase de uma pessoa que ele chamava de "período de molde" (um período da criança para adolescencia), onde os país jogam todos os seus preconceitos diretamente ou indiretamente, passam orientações, entre outras coisas, passado esse período essas coisas sedimentam na cabeça da criança, o preconceito é inevitável às vezes, e um ciclo vicioso. Vai passando de geração a geração... eu quero dizer que não julgo certos pensamentos. Devem se policiar é claro.

dá a impressão de homofobia, mas não tenho nada contra, afinal de contas vejo shounens recheados de fã-service feminino, inclusive shoujos.
Ah, e cá entre nós, eles tem uma tendência mais efeminada, novamente, outro dia eu tava vendo uma reportagem do novo Kamem Rider de 2 japinhas que se fundem e formam um Kamem Rider, eles eram "estranhos", pareciam travecos.


Vicente, quanto mais você escreve, mais exposta fica a sua homofobia (*Sabe do que se trata, acredito*). Dizer que assiste/lê material com fanservice feminino é uma forma de afirmar a sua heterossexualidade, que você considera a norma e socialmente é. Até aí, nenhum problema se não começasse a rotular de “estranhos” e “travecos” aqueles que não se coadunam com sua imagem de virilidade e heteronormatividade.

Quanto ao conceito de beleza, vários veículos e livros que tocam na questão da beleza para os japoneses e japonesas ressaltam a idéia de beleza como algo andrógino ou até feminino. Vide Samurai X e o tipo de beleza associado ao Kenshin, só para citar um exemplo shounen.

No mais, somo todos estranhos por gostar de anime e mangá, ou assim vêem os que se acham “os normais”. Eu prefiro não rotular quem é normal, ou não, porque fatalmente você verá que a norma só serve para castrar e tornar as pessoas infelizes, especialmente quando ela é imposta pela violência simbólica e/ou real.

E se o caso da homossexualidade fake ou real foi somente um exemplo, favor escolher outro, pois quanto mais você escreve, mais se enrola, OK?

Comentário desnecessário:
Eu sou a Chun-li da foto!
ahsuahs

realmente, é um problema quando a mídia veicula informações erradas dessa maneira, mas é bom que haja propaganda, quanto mais gente for, mais os eventos crescem e permanecem.

Mesmo não sendo otakus, acho que todos tem direito de ir e conhecer

aaaaaaaaaaaaaaaaa olha eu aiiii! huahuahauauhaua

*quebrando o clima dos comentarios*

tava meio caro e o local nao foi uma boa escolha, a reportagem realmente tinha errinhos mas o espaço pra divulgacao ta aumentando.

muita gente q nao conhecia nada foi, achei legal isso

agora eh esperar que os eventos voltem a ser como eram.
estao faltando atracoes mais variadas e pessoas que curtam algo diferente de naruto

no mais, foi legal, conselho fazer cosplay, é mto divertido

bjos

Pelo contrario, considero o fã-service feminino como as características shoujo, ou melhor, voltadas ao público feminino, as produtoras japonesas não produzem mais shounens como antigamente, fazem o "shounen para garotas".

Eu acho que você entendeu o que eu quis dizer, no fim é normal o fã fazer esses cosplays... da mesma forma que alguma brasileira queira imitar alguma personagem de novela ou as meninas da Malhação.

Banalização é algo que teve sua imagem desgastada, ou algo de importância que se tornou menos importante pela exaustão da repetição sobre um determinado assunto. "A banalização da violência", por exemplo, pode expressar que, de tão comum, algo tão sério acabou virando algo rotineiro.

Banalização (banalizar + ção) é o substantivo construído a partir do verbo banalizar (banal + i + zar), que indica a ação de tornar banal (comum, curriqueiro, costumeiro, aceitável facilmente, incorporável...).


Os shoujos e os shounens abordam com muita naturalidade a questão da homossexualidade. E isso incide nos valores da sociedade japonesa.

Não gosto das idiotices feitas pelos cosplayers, contudo os japoneses fazem igual, pronto é isso. Usei o exemplo da homossexualidade para dizer como os japoneses são influenciados pelos animes a ponto de copiá-los na vida real. Podia usar aquele Visual Kei (ou sei lá o que) como exemplo também. E ver animes implica em aceitar a cultura deles, por isso eu me perguntei...

E eu acho normal chamar de estranho, não obede aos padrões sociais esperados, é estranho sim, certo?

Usou o exemplo da homossexualidade porque te incomoda, Vicente. Não vejo essa tal banalização que você aponta. Tampouco a adoção de um visual X ou Y desqualifica um grupo ou evidencia traços de caráter.

Eu, por exemplo, não aprecio uma série de coisas. desde que não envolvam coerção, violência, discriminação de qualquer sorte (homofobia, sexismo, racismo, e outros), trata-se de escolha.

Somos todos iguais na diferença, e contrariar regras e convenções não é "estranho" para mim, faz parte da dinâmica social. Se a norma deixará de ser, já é outra história. Mas nenhum anime ou mangá apresenta comportamento homossexual como norma, aliás, é raro mesmo em material yaoi/BL encontrarmos o sujeito que assume uma identidade gay. Já em mangás gays (bara) isso acontece, mas eles ali também não são a norma.

E vamos terminar. Sinta-se bem-vindo a comentar, mas esteja ciente de que o Shoujo Café não é complacente com preconceito de nenhum tipo. Todos os fãs têm espaço aqui, mas homofobia não tem, ainda que escamoteada em preocupações outras. Da mesma forma, qualquer fã de anime ou mangá merece respeito, ainda que o material que aprecie não seja de meu gosto. Salvo, claro, se cair na apologia ao crime o que não está em questão aqui.

Laís e Angel, vcs são a dupla da foto?

respeito todas as opinioes assim como gosto que respeitem a minha. adoro fazer cosplay e assim homenagear os personagens que gosto. alguns acham idiotices, e eu respeito, e alguns realmente fazem por merecer serem chamados de idiotas, mas temos isso em vaaarias situacoes da vida. pra mim eh uma grande festa onde me divirto com meu hobby. claro, tudo tem limite, mas cada louco com sua mania.
basta nao deixar o personagem tomar conta da sua vida, coisa que dificilmente acontece qdo alguma brasileira quer imitar alguem da novela, so pra citar o exemplo. shonen e shojos tem a sua tematica propria, quem nao gosta, nao assiste. assim como hentais. claro que refletem suas parcelas da cultura japonesa. mas nao da pra comparar toda uma cultura com alguns animes. muito menos se ler essa reportagem xD no mais, foi leval ter a divulgacao, qm sabe mais pessoas possam se apaixonar.

achei q tinha respondido, mas eu e a Angel somos a dupla. abraçooo!

Legal.

Eu realmente gosto de ver os cosplays. É, a meu ver, a única coisa que realmente me atrai hoje nesses eventos. ;)

Aproveitando o espaço, vai ter outro evento em dezembro, o Anime Nation, pela Yamato produções.


;D


Dessa vez vc poderia ir

Abraço!

Sim sim, somos a dupla da foto.
Também concordo com vc shojoufan. O que mais me atrai nos eventos são os cosplays, adoro ver, prestigiar, fazer, assistir aos concursos.
;D

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