domingo, 29 de novembro de 2009

Disney encontra o momento certo para lançar sua primeira princesa negra



Eu estou aguardando ansiosamente o filme. Tenho minhas críticas, já coloquei aqui, preferia uma lenda africana e, não, uma história original. Esse príncipe não me convence só de olhar para ele e – não sei se foi o texto francês ou a tradução da Folha – chamá-lo de “moreno” foi um escorregão racista. Digo isso, porque chamar negros (*ou que assim se vêem ou são vistos*) de morenos é uma forma de embranquecê-los. Mas, enfim, é isso. Mais uma princesa da Disney. E duvido que a Disney não tenha atrasado Ponyo de novo por causa dela. Aliás, a Ghibli já tinha que ter rompido com a Disney, porque é óbvio que os americanos dificultam a estréia dos filmes da companhia japonesa para valorizar o seu produto. E olha, que eu gosto dos dois. E, ao que parece, os japoneses, também gostam. Ah, e a eleição d eObama veio bem a calhar. Já li por aí que a disney orquestrou a eleição dele para alavancar seu filme. Ridículo, claro, mas há umas teorias de conspiração que são umas pérolas.

Disney encontra o momento certo para lançar sua primeira princesa negra

da France Presse, em Los Angeles

Tiana é o nome da primeira princesa negra dos estúdios Disney, que recriou um clássico infantil dos contos de fada marcado pelo jazz e demais sons de Nova Orleans, coração cultural da comunidade afro-americana, que, com Barack Obama como presidente, começa a ver a queda de alguns tabus.

"The Princess and the Frog", que no Brasil terá o título de "A Princesa e o Sapo", não é a primeira heroína diferente dos desenhos da Disney, mas primeira que de origem não –caucasiana que tem um "principado" de fantasia ambientado nos Estados Unidos.

Antes, a índia Pocahontas (1995) conquistada pelo colono britânico John Smith e Jasmine (de "Aladin", 1992) chegaram aos cinemas em longas do estúdio, mas a primeira foi criada em terras canadenses da tribo powhatan e a segunda é parte dos contos árabes incluídos nas "Mil e Uma Noites".

A produção deste musical com estilo da Broadway e ambientado no Bairro Francês de Nova Orleans ao som de jazz, zydeco, blues e gospel sob a batuta de Randy Newman – compositor várias vezes indicados ao Oscar, por filmes como "Carros", "Toy Story", entre outro –, começou a ser planejada antes do nome de Obama despontar como favorito para ocupar a Casa Branca.

"Quando a produção deste filme começou, as primeiras conversas, Barack Obama não estava na Casa Branca, é apenas uma casualidade feliz, uma coincidência maravilhosa que tenhamos dois 'príncipes' afro-americanos ao mesmo tempo em que o filme é lançado", afirmou em entrevista coletiva o ator Terrence Howard, que faz a voz de James, o pai da princesa Tiana.

Para o ator negro indicado ao Oscar em 2006 por "Ritmo de um Sonho", "sempre existiu nobreza em todas as culturas e raças, assim como também gênios em cada cultura e raça, e é bom ter a plataforma da Disney para divulgar isso".

O possível impacto para a comunidade negra nos Estados Unidos de ver pela primeira vez na grande tela uma princesa negra, com vestido de gala, usando coroa e beijando um príncipe também moreno, Naveen (que tem a voz do ator brasileiro Bruno Campos), "pode ser diferente, dependendo da geração do espectador", nas palavras de Anika Noni Rose, que empresta sua voz a Tiana.

"Para meu sobrinho será a norma, ele não vai pensar nada a respeito, será sua primeira princesa e ponto", explicou a atriz negra de 37 anos, uma das três protagonistas do musical "Dreamgirls" (2006).

"Mas para minha mãe será algo que ela estava esperando há tempos, enquanto que, para minha avó, será algo que ela nunca pensou que seria possível de acontecer", completa.
"A Disney é americana e simplesmente abrimos um novo capítulo na história americana, algo que esteve aqui por um tempo muito longo. É apenas um passo a mais na conclusão da história do que é a América neste mundo de fantasia."

A princesa Tiana, que chegará aos cinemas da América do Norte no dia 11 de dezembro, depois de estreias em Nova York e Los Angeles no dia 25 deste mês, derruba tabus apenas pela cor da pele e ao pintar a riqueza cultural de Nova Orleans, uma região que, apesar de ser o berço do jazz, da comida cajun e dos pântanos sob a neblina dos contos de Mark Twain, sensibilizou o mundo pela pobreza revelada com a passagem do furacão Katrina em 2005.

O roteiro do filme dirigido por John Musker e Ron Clements responde aos clássicos tradicionais do estúdio, que com este longa retorna ao velho estilo de animação feita a mão, mas com o uso da tecnologia atual.

Com diálogos de meninas que ainda acreditam que apenas um "príncipe" é sinônimo de êxito, "A Princesa e o Sapo" destaca uma fantasia em muito superada pela vida real a partir de 4 de novembro de 2008, quando Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos.

Em janeiro, ele, Michelle Obama e as filhas, Malia e Sasha, se mudaram para a Casa Branca, quatro décadas depois dos Estados Unidos tornarem ilegal a discriminação racial.

12 pessoas comentaram:

Demorou muito pra que Disney criasse, ao fim, uma princesa negra... E nao digo nada se nao aproveitaram o boom Obama mesmo XD.
Mas já veremos com o tempo se nao aproveitam alguma lenda africana ^^.

Ponyo ainda nao estreiou no Brasil? E eu que achava que na Espanha tudo chegava tarde (os filmes, a maioria, ainda que vao aprendendo...). Dizem que é uma belezinha de filme, mas eu nao vi ainda.

PaGe, um desenho como esse demora pelo menos uns três, quatro anos para ficar pronto. Na época da pré-produção Obama nem era cogitado como candidato ainda.

Espero que o filme seja muito bom e que faça sucesso para que não só as princesas brancas sejam valorizadas, tanto para a disney como para o publico. Vejo muitos produtos da ariel, branca de neve, aurora e bela...mas nem tanto para as outras princesas como a jasmine ou pocahontas.

Eu também acharia legal se fizessem alguma lenda africana ou se a história se passasse na África mesmo. Mas convenhamos, os americanos são um tantinho chatos (pra não dizer racista e xenófobo) para verem um filme assim. Então pra não arriscar eles foram pela saída mais fácil, que foi fazer uma típica princesa de contos de fada. Mas isso é uma impressão que eu tenho.
E "A Princesa e O Sapo" será a primeira animação tradicional da Disney que eu verei num cinema. Yay!

Diego, todas as histórias de princesas, salvo Pocahontas, se passam fora dos EUA. Logo, a rejeição teria que ser por racismo.

Ah, Thais, acho que Pocahontas foi fracasso de bilheterias. Lembre-se que não tem final feliz (*Eu leio aquele final como "Não somos um povo mestiço"*)... E ela não é colocado em produtos das princesas. Já Aladin, eu li no Planeta Disney, que nem receberá relançamento Platinum, porque o DVD vendeu abaixo do esperado... Aí já não sei, mas no desenho, o centro é Aladin. ainda que Jasmine seja "princesa" é um desenho da linha "herói".

Aliás, os príncipes aparecem muito pouco via de regra. Exceção para o Filipe, pois A Bela Adromecida é bem equilibrado, e para a Bela e a Fera... Só que o príncipe, neste caso, não era príncipe ainda.

Negra totalmente não é. Está mais para mulata. Mas enfim, o que vale é a intenção. ;)

Nos EUA, ela é negra. Aliás, mulato por lá (*e para alguns aqui, também*), não existe.

O príncipe dela é que é bem mais claro.

Se a princesa é mulata é ainda melhor, nunca vi uma terra em que as pessoas podem conviver mas não se misturar como os Estados Unidos, se bem que isso vem melhorando nos últimos tempos. Miscigenação é um tabu e que deve ser quebrado, é engraçado como todo mundo comenta que o Barack Obama é negro mas poucos se lembram que ele é filho de uma mulher branca - que deve ter sofrido muito preconceito (de ambos os lados) por ter tido um filho com um negro, eu lembro do que minha irmã passou namorou um negro - e a família dele era bem mais intransigente com o fato dela ser branca do que a nossa por ele ser negro (apesar de uma corrente de oração que fizeram para os dois terminarem).

Estranhei muito ao saber que a discriminação racial é crime por lá. Se as pessoas podem ser nazistas (mas não praticar atos de violência) por causa da liberdade de expressão eu não entendo como essa lei possa coexistir coma cosntituição deles.

Sobre o moreno eu concordo em gênero, número e grau com você, mas o que se vê por aí são os próprios negros se chamando de morenos, eu até sinto medo de chamar as pessoas de negras pq elas te olham torto, é sempre moreno e moreninho, falar negro é quase uma ofensa (isso me lembra que quando eu chamo as mulheres no meu trabalho de mulheres elas ficam ofendidas, preferem "garotas," ou quando chamo alguma mulher de mais idade de senhora e ela prefere ser chamada de você, as pessoas acabaram invertendo os valores).

Vamos ver no que esse filme vai dar, será que ele vai dar uma boa audiência ou o falatório vai ser só fogo de palha?

A questão é que há negros de todas as cores, as pessoas acreditam que ser mais ou menos claro é sintomático de miscigenação, mas basta olhar para fotos dos inúmeros grupos africanos para perceber que é um equívoco.

No mais, a recusa em se aceitar ou se ver como negro é uma das evidências do racismo. Ser moreno é ser melhor do que negro. A recusa vem daí, oras.

Pois é... Eu fico no cagaço com isso... Algumas pessoas negras se ofendem quando são chamadas de negras, outras se ofendem quando são chamadas de morenas... ._." Enfim, as próprias pessoas tem racismo com a própria cor... É complicado! u.u"

Apesar de eu ser mega-branco, meu avô é cafuso (ou seja, sou um gene recessivo). E meu Deus, essa crise de identidade das pessoas me confude... =.="

Acho que dos filmes da Disney só gosto de Corcunda de Notre Dame e Mulan (por que tantas heroinas princeas e tão poucas heroinas guerreiras?)

Ahhh...
Grande falho...

Obrigada pela correçao ^^.

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