domingo, 14 de março de 2010

No Japão, os robôs cozinheiros já são uma solução para servir – e entreter – uma clientela numerosa



Esta é uma materiazinha simpática sobre robôs cozinheiros no Japão que saiu na revista Época. Como é somente para assinantes, decidi postar.

Isto sim é fast-food
No Japão, os robôs cozinheiros já são uma solução para servir – e entreter – uma clientela numerosa
Revista Época

Nas refeições da família Jetson, os ovos mexidos sempre foram servidos à perfeição – exceto quando a simpática Rosie entrava em curto-circuito. Vestindo touca e avental, Rosie era um robô doméstico do desenho animado Os Jetsons, que na década de 1960 idealizou um futuro repleto de comodidades trazidas pela automação. Nos últimos anos, cientistas criaram versões reais da Rosie. Elas são equipadas com módulos de visão e de estratégia (que permitem se deslocar de um lado para o outro por meio de controles embarcados). Tudo isso para varrer o chão, espanar o pó da mobília, lavar louça e trocar os lençóis. Agora, os robôs programados para substituir cozinheiros em restaurantes começaram a surgir no Japão e nos Estados Unidos. No futuro, nossas refeições poderão estar nas mãos, ou melhor, nas espátulas de aço inox de robôs como o Motoman SDA-10.

Ele foi apresentado, em junho do ano passado, numa feira de tecnologia e máquinas alimentícias em Tóquio. Ali, mostrou como se faz uma “ciberpanqueca”. Seus irmãos mais novos também são cozinheiros. Foram treinados para preparar macarrão do tipo miojo, como o que é servido no restaurante Famen, em Nagoia, também no Japão. Quem vai ao Famen pode comer tigelas de macarrão elaboradas por dois braços mecânicos, capazes de servir até 800 comensais por dia. Além de cozinhar, quando o movimento cai, eles divertem a clientela simulando um duelo de facas. Recentemente, pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, nos Estados Unidos, apresentaram um robô garçom, que anota pedidos e até faz piadinhas para entreter a freguesia.

Apesar de poderem trabalhar sem descanso, não exigirem férias nem direitos trabalhistas, os robôs cozinheiros ainda custam caro: cerca de US$ 100 mil. O valor equivale ao salário anual de um bom chef num restaurante badalado de São Paulo, onde é possível tirar cerca de R$ 15 mil por mês. “Eu adoraria ter um assistente de cozinha que virasse panquecas, mas ele dificilmente cozinharia com paixão”, diz Patricia Fontana, chef executiva do Grande Hotel São Pedro, um hotel escola do Senac, no interior paulista. “O diferencial básico entre o homem e a máquina é o sentimento, a comida feita com alma.”

No Brasil, ainda não há robôs cozinheiros – embora a tecnologia que eles empreguem seja bem mais simples que a dos robôs que jogam futebol, já dominada por pelo menos quatro universidades brasileiras. “O desenvolvimento dos ‘robôs sociais’, que interagem com humanos, se baseia na imitação de movimentos”, diz a professora Roseli Francelin Romero, do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação da USP de São Carlos. “É preciso combinar tecnologias de hardware e software para vencer os desafios mecânicos, como simular o movimento dos dedos das mãos.” Os robôs cozinheiros do Japão podem fazer até omeletes, mas ainda não conseguem quebrar os ovos.

1 pessoas comentaram:

Ai, minha nossa...lá se vai meu emprego! XD

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