quarta-feira, 17 de março de 2010

Por que alguns mangás não são licenciados?



O blog americano A Case Suitable For Treatment postou umm tópico discutindo por que alguns mangás não são licenciados nos EUA usando o exemplo de Kimagura Orange Road (きまぐれオレンジ☆ロード). Achei interessante e que era válido também aqui para o Brasil e decidi adaptar o post para o Shoujo Café. Para quem não sabe, KOR foi uma das grandes comédias ou dramédias românticas dos anos 1980, teve anime e tudo mais, só que nunca foi licenciado nos EUA. Seguem os motivos razoáveis levantados pelo autor e comentados por mim:

1) Não se trata de quem vem primeiro, mas de quem veio em segundo. Quando um mangá é considerado um marco, mas outros que o imitaram ou seguiram no mesmo gênero são licenciados primeiro, fica parecendo que o original é a repetição. Esse tipo de problema não atingiria, por exemplo, A Rosa de Versalhes, mas o mercado brasileiro é muito menos desenvolvido que o dos EUA ou de países como a Itália.

2) Preso nos anos 80 (*ou 70-whatever*). Uma série pode ser maravilhosa, mas pode ser datada, também, seja por causa da arte (*o traço do início do mangá de KOR me assusta*) ou da ambientação, tornando-a pouco vendável. Eu realmente temo por Hana Yori Dango que, infelizmente, tem seus primeiros volumes muito datados, além da arte de iniciante da Yoko Kamio. Acho que aqui, seriam poucas as séries que não sofreriam com a ação do tempo. Tudo dependeria da empatia do público.

3) O Fandom. Fãs hardcore podem atrapalhar uma série ao verem defeitos em coisas como um título na língua do país. Os fãs boicotam os títulos por motivos muito banais, ou, pelo menos, é o que o autor do texto diz que acontece nos EUA. Acho que não funciona por aqui. Ainda bem que o autor não veio defender censura e outras coisinhas muito incômodas.

4) O autor não deseja que o título seja licenciado. Ele esclarece que isso não acontece mais com a mesma freqüência que ocorria na época em que a VIZ lançava mangás espelhados e em formato americano, mas que ainda ocorrer e cita o exemplo de Naoki Urasawa que recusou-se a licenciar 20th Century Boys enquanto Monster não tivesse sido encerrado nos EUA. Esse pode ser o memso caso de Sailor Moon, pois, segundo todo mundo comenta, Naoko Takeuchi não permite o licenciamento do mangá faz uns bons anos.

5) É uma jóia única ou filho único (*tradução livre para “a one-hit wonder”*). Isto é, o autor ou autora só produziu aquele mangá de muito sucesso, ou nenhuma de suas outras obras é importante ou interessante para ser licenciada. Isso diminui as possibilidades de exploração por parte da editora. Daí, a preferência por outros autores e autoras. Pode ser, mas isso seria irrelevante no caso de Riyoko Ikeda, mas muitas vezes os outros títulos da autora ficam muito longe do sucesso que A Rosa de Versalhes alcançou, como no caso de Orfeo no Mado.

1 pessoas comentaram:

Já cheguei à conclusão que muita coisa boa nunca será lançada no Ocidente, Valéria.

Infelizmente a solução é aprender japonês mesmo. Espero ter tempo para me dedicar a isso um dia. :(

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