sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Comentando o filme Super 8



Ontem assisti Super 8, o novo filme de J.J. Abrams. Tinha gostado do trailer, sabia que haveria um E.T. no filme e que, apesar dos adolescentes, não seria bem um filme infanto-juvenil. Não houve engano, o Super 8 é um filme interessante, com um elenco bem afiado, com crianças que trabalham bem e são carismáticas, além dos efeitos interessantes. No entanto, é mais um filme sobre relacionamentos entre pais e filhos, feridas que precisam ser curadas, descoberta do primeiro amor e amizade do que um filme de ficção científica. A parte do E.T. ficou um tanto aquém do que poderia ser, mas, no geral, daria uma nota 8 ao filme... E não é para combinar com seu nome.

Super 8 começa com o velório da mãe do menino Joe Lamb, que passa a morar sozinho com seu pai policial. Os dois, cada um a seu modo, tentam lidar com a perda, mas, 4 meses depois, ainda estão bem traumatizados. Joe tem um grupo de amigos que estão fazendo um filme de zumbis para concorrer em um festival. Charles o roteirista-diretor consegue trazer para o “projeto” a menina Alice Dainard que, ao contrário dos outros “atores”, é realmente excelente atriz. Quando os garotos estavam filmando de madrugada em uma estação de trem acontece um terrível acidente. Alguma coisa muito estranha estava sendo levada naquele trem e fenômenos sobrenaturais começam a acontecer na cidade. A tensão aumenta ainda mais com a presença da Força Aérea que age de forma truculenta para tentar encobrir alguma coisa... Já Joe e Alice precisam enfrentar a resistência de seus pais para poderem ser amigos e, talvez, algo mais que isso...

Eu curti Super 8, lembrei um pouco daqueles filmes com adolescentes e crianças dos anos 1980... claro, que haveria mais tensão sexual ou romance vinte e poucos anos atrás, mas hoje preferem a violência aos beijos, ainda que inocentes. Mas Super 8 tem boas interpretações e uma trama de amizade (*entre garotos, já que Alice é um elemento de tensão*) com um mistério a resolver. Ao mesmo tempo, como a grana investida era alta, os efeitos especiais foram muito superiores à média dos filmes juvenis. Há, também, como já sinalizei, muito mais violência e suspense em Super 8 do que seria esperado em um filme infanto-juvenil, o que sinaliza que é uma produção para adultos ou que adultos podem assistir. Outra trama que corre paralela é a da relação entre pai e filho/a, já que as mães, salvo a de Charles, estão ausentes. E uma das questões é superar a ausência da mãe, e a necessidade de tocar a vida para frente. Acho que a estréia de Super 8 às vésperas do Dia dos Pais não foi à toa. É um filme que deve entrar na lista dos filmes para esta data, podem acreditar.

Os efeitos foram excelentes, o E.T. muito bem feito, mas ele ou ela (*sabe-se lá qual o sexo da criatura*) não era senão uma desculpa para a trama de amizade e restabelecimento dos saudáveis laços familiares. Dito isso, ainda que eu quisesse saber o que era a criatura e o que ela queria, tratava-se de uma trama secundária, de menor força que a dos relacionamentos humanos. Mas tirem suas conclusões. Meu oito é por causa disso. Super 8 não é um filme de ficção científica, mas se vende como tal. O fator ficção científica é somente uma desculpa, por assim dizer, ainda que prenda nossa atenção. Dentre os efeitos, achei o acidente de trem que detona toda a trama do extraterrestre muito, muito exagerada. E ninguém morrer ou se machucar gravemente ali foi muito absurdo. Fora que tive a impressão de ver o carro dos meninos muito avariado e, depois, ele aparece bonzinho para fugir... E houve aquele tom “E.T., o Extraterrestre” durante todo o filme e mais acentuadamente no final. Homenagem à Spielberg, com certeza, afinal, ele é o produtor executivo.

Um dos méritos de Super 8, e isso é importante ressaltar, é que todas as personagens são simpáticas. Elle Fanning é excelente e acho que, se não fizer besteira, vai muito longe. Nunca tinha visto filme com ela, ou não lembrava da menina, e fiquei impressionada. Curiosamente, ela me pareceu mais velha que os meninos, especialmente o que faz Joe Lamb, Joel Courtney, mas ele é mais de dois anos mais velho que ela (*meu marido não vai acreditar...*). A rigor, o filme é “de garotos”, já que Elle é meio que o elemento estranho no grupo e os personagens adultos importantes são todos homens. No entanto, o filme cumpre a Bechdel Rule pois tem duas personagens femininas com nome, pois além de Alice há a mãe e uma irmã de Charles. Tudo bem que a mãe do garoto é chamada o tempo inteiro de Sr.ª Kaznyk e eu não tenha ouvido em nenhum momento o nome da irmã de Charles (*apesar do nome da persoangem estar nos créditos*), mas as duas conversam entre si e não é sobre homem... Já a personagem de Elle Fanning só interage com os garotos e o pai, mas é, de longe, a atuação mais brilhante do filme a meu ver.

É isso, recomendo muito Super 8, acho que pode agradar tanto aos fãs de filmes centrados em relacionamentos, quanto aos de ficção científica e aventura. Fora, claro, aqueles que são admiradores do J.J. Abrams. Eu ainda preciso resenhar Capitão América, que eu assisti na estréia, em Recife, mas queria ver de novo... quem sabe eu consigo, mas, se não for o caso, farei uma resenha de qualquer jeito.

4 pessoas comentaram:

Quando fiquei sabendo do filme tive vontade de assitir, mas quando vi que era mais um filme com uma turminha de meninos e uma menina que só está lá pra fazer par romântico com o protagonista realmente desanimei... Sem contar que não tenho mais paciência para os filmes cheios de moral do Spielberg, e pra esses filmes de ficção científica caríssimos que preenchem todas as salas de cinema (parece que o futuro de Hollywood é fazer filmes "pra toda a família" e só). Acho que vou esperar passar na tv.

Concordo com seus comentários. Mas gostei da explosão do trem (mesmo que tenha sido exagerada, e que o professor não tenha morrido, já que ele "atacou" o trem de frente).

Também achei legal o uso do cubo que o Joe pega depois da explosão, pois ele não foi usado de maneira tão clichê, já que sinceramente, imaginava que seria aquele cubo o ponto de ligação (amigável) entre ele e o ET, o que não foi.

E mesmo que exista o tom de “E.T., o Extraterrestre”, que realmente está lá, o alienígena não era muito amigável. Ele queria ir embora e estava pouco se lixando para o que poderia estar acontecendo aqui. Assim, acho que o Joe se salvou só porque o ET tinha de ir embora e não podia ficar perdendo tempo, e não por uma relação de "amizade".

E não sabia que a Elle Fanning era mais nova do que o Joel Courtney, pois realmente ela também me pareceu muito mais velha que eles.

Adorei seus comentários, e realmente o filme ficou bacana, mesmo que a ficção científica tenha ficado um pouco de lado.

Eu não vi Super 8, mas verei Lanterna Verde. Preferia ver Super 8 porqque gosto muito do JJ Abrams, mas meus amigos todos vão ver Lanterna... O consolo é que, caso o filme seja ruim, tem Ryan Reynolds pelo menos...

Ando totalmente desligada do que tem passado nos cinemas. Há meses não ia assistir nada. Me convidaram pra ir ver Super 8, vi o trailer e um teaser no IMDB e resolvi ir assistir pelo ar E.T., pela Elle e pela trama "grupo de amigos", que é um tipo de filme que me atrai bastante, desde os tempos de Stand by Me. Gostei do filme mas fiquei querendo mais Elle. Do meu ponto de vista ela e a Dakota são absurdamente talentosas e vão muito longe, se assim desejarem. Depois de me apaixonar com Phoebe in Wonderland e vê-la numa ponta em The Curious Case of Benjamin Button não tinha mais visto a cara da Elle e confesso que senti falta. O Phoebe in Wonderland vale a pena ver se vc gostou dela. Ela era mais novinha ainda, com um papelão, e já mostrava a que vinha.

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