domingo, 29 de janeiro de 2012

Comentado Thermae Romae



Eu não tinha dúvidas que o anime de Thermae Romae (テルマエ・ロマエ) seria engraçado. Aliás, é hilário, nonsense e, bem, a animação em flash não me deixou desgostosa, até casou bem com a doideira que é a série. Sobre o original, só sabia que o mangá de Mari Yamazaki tratava da paixão que japoneses e romanos têm pelo banho. Sim! O banho e tudo o que envolve essa prática. ^___^ Enfim, não é bem isso, não, mas vamos lá.

O anime de Thermae Romae teve seis episódios curtos variando entre 9 e 13 minutos. Os episódios 3 e 4, 5 e 6, são em duas partes, então, na verdade, temos uma série de 4 episódios. O protagonista de Thermae Romae é Lucius Modestus, um arquiteto especializado em projetar casas de banho. O ano é 128 d.C., governa o Imperador Adriano, e o protagonista está perdendo o emprego por ser acusado de obsoleto e pouco antenado com as inovações do design. Isso, claro, até que Lucius é sugado pelo ralo (literalmente) quando está em uma casa de banho com amigos. Ele acaba indo parar no Japão atual e a experiência, repetida a cada episódio, termina por mudar a sua vida, a forma como encara a cultura romana e seu trabalho como arquiteto.

Assistindo os episódios, compreendi perfeitamente o motivo de terem escalado o Abe Hiroshi para o papel de Lucius. Eu conseguia vê-lo interpretando o romano, com os tiques da personagem e tudo mais. No primeiro episódio, quando Lucius vai parar pela primeira vez nas termas dos "escravos de cara chata", ele vê o cartaz de Thermae Romae na parece e alguém faz a piadinha de que ele parece com Abe Hiroshi. Aliás, Lucius demora um pouquinho para entender que não estava mais em Roma, mas no país do povo de cara amassada, mas alegre e cheio de coisas tão avançadas, úteis e gostosas que deixavam os romanos com "a cara na poeira".

Enfim, Thermae Romae não é um elogio ao gosto comum que romanos e japoneses têm pelo banho, mas um dos elogios mais rasgados ao Japão, sua cultura e seu povo. Raramente vi um produto tão ufanista, mas o tom comédia acaba diluindo isso. Lucius, a cada visita, percebe o quão atrasados os romanos são. Coloca na cabeça que ambos, romanos e japoneses, receberam influencia grega. Então, por que o povo de cara chata é tão avançado? Já as piadinhas com o modo de vida romano também são engraçadíssimas. Lucius é um fanático por termas e inovações nessa área, e inteligente o bastante para aprender a cada visita acidental que faz ao Japão.

Ah, sim! E Lucius não entende nada de japonês, nem os japoneses do que ele fala. Em alguns momentos, ouvimos a fala dos japoneses distorcida, mostrando que para Lucius nada fazia sentido. Em outros momentos, Lucius aparece falando em latim. Aliás, os letreiros aparecem em latim marcando a passagem do tempo e tudo mais.

Eu ri muito, e rir, nesse momento da minha vida, não é algo muito fácil. Assim, em termos de piadas visuais, Thermae Romae não inova em nada, mas na mistura de cultura e história da Roma antiga e Japão atual, a série se destaca e se impõe. Fica fácil imaginar por que o mangá é tão celebrado. Aliás, terminei de ver essa pequena temporada desejando assistir o filme (*teaser aqui*) e ler o mangá. E, claro, quero mais Thermae Romae anime, porque acho que essa doideira ultra-nacionalista ainda pode render muita diversão. Se você não viu Thermae Romae, corra atrás. O vídeo do post é o primeiro episódio da série. Divirta-se.

2 pessoas comentaram:

A animação é divertida, mas penso que o mangá original deve ser bem melhor. Até porque a qualidade dessa animação é digna dos desenhos "desanimados" da Marvel dos anos 60.

A partir do que eu vi nesse episódio, acho que o fascínio do personagem pelo Japão tem mais a ver com os dois mil anos de evolução tecnológica que ele presenciou do que qualquer ufanismo pró-japonês. Bebidas engarrafadas não são exclusividade (nem invenção...) japonesa, por exemplo.

Mas, claro, eu não vi o resto da série. Sinto-me é mais tentado a comprar a edição francesa do mangá do que catar a versão (mal) animada na Internet...

Eu não acho a versão anime mal feita, muito pelo contrario, é ousado (eu não conheço muitos animes feitos em flash, e para um seinen ficou ótima a adaptação) e consegue feitos q muitos animes bem produzidos não consegue fazer, logo, pra mim o anime é bonito do seu jeito, "samba para a oposição".

Eu só tô curioso pra ver o resto, não encontrei no YouTube, estou procurando nos outros sites.

E Valéria, o que você achou da versão da JBC?
Eu ainda fico indiferente, as vezes penso até em comprar mas fico pensando se não vou me arrepender (sou desses que pensa muito antes de comprar um mangá, pq quando começo, é uma questão de honra terminar, tem que estar a altura, sabe xD)

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