domingo, 29 de julho de 2012

Comentando Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (Batman – The Dark Knight Rises)



Sábado, fui assistir Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (Batman – The Dark Knight Rises) com meu marido. Como ele tem sido muito gentil em me acompanhar para filmes que ele não tem interesse algum (Ex.: Valente), fui ver o Batman. Por isso, preciso deixar claras algumas coisas: esta será uma resenha de alguém que não viu os outros dois filmes (*nem tem vontade de assistir*), que não é fã nem de Batman, nem de Christopher Nolan, nem de Christian Bale. Enfim, não tenho a mínima empatia pela nova trilogia do Batman, embora goste muito do Batman de Tim Burton, que assisti no cinema, e de alguns dos filmes posteriores. Eram filmes dark, mas que tinham humor, afinal, eu não consigo levar a sério histórias de sujeitos que saem por aí fantasiados e lutando contra o crime... Essa seriedade e densidade dramática forçada que querem dar ao novo Batman, me afastou da franquia. Admito de saída que assistir os dois primeiros filmes é fundamental para que você possa entender completamente o fechamento da trilogia. Então, qualquer falta de compreensão de minha parte – algumas explicações foram dadas por meu marido – não são culpa do filme. Eu daria 7,5 para ele sem problema. Mas vamos lá...

A história do filme é a seguinte, passaram-se oito anos do confronto entre Batman e Coringa que culminou, entre outras coisas, com a morte do promotor Harvey Dent. Batman assumiu boa parte da culpa pela morte de Dent, promovido a herói da luta contra o crime com a conivência do Comissário Gordon. Bruce Wayne também se retirou do mundo e boatos correm pela cidade sobre sua sanidade física e mental. Mas o bilionário é chamado de novo à vida depois que a competente ladra Selina Kyle invade sua mansão. Logo em seguida, é o próprio Batman que precisa ressurgir quando um novo vilão, Bane, decide trazer terror à cidade de Gotham.

Gostei bastante das atuações dos coadjuvantes. Gary Oldman, que é um ator que eu gosto bastante, estava muito bem como o Comissário Gordon. Seu drama moral, afinal, ele vive atormentado pela mentira que ajudou a contar e manter, dão o tom da interpretação e da sua disposição em se sacrificar. Joseph Gordon-Levitt consegue ser convincente como o policial honesto e que se recusa a acreditar na culpa de Batman. Se houver algum spin-off da trilogia, ouviremos falar dele de novo. E ele não se intimida ao contracenar com Oldman e com Christian Bale. Se rolar um filme, eu vou assistir. Achei um desperdício deixarem Michael Caine fora de boa parte do filme. A ausência de Alfred contribui muito pouco para fazer a história andar e sua presença e relação com Wayne poderia ter ajudado o roteiro a funcionar melhor. Morgan Freeman e Matthew Modine tinham personagens genéricas, sem grande carisma. Daí, poderiam ser trocados por outros atores sem problema algum.


E temos Anne Hathaway. Ela foi a melhor coisa do filme. Em nenhum momento é chamada de “Mulher Gato”, mas seus óculos, que imitam orelhinhas, são boa sugestão. Ela conseguiu convencer como a ladra altamente especializada e quase sem escrúpulo, já que ela ajuda e trai o Batman. Entre ela e Christian Bale rolou química imediata. Não sei se lamento que o romance não tenha se desenrolado, porque achei “OK” a forma como tocaram. Sexo – especialmente do tipo que a tensão entre os dois sugeria – não ia rolar mesmo, já que o objetivo era vender um filme “censura 12 anos” (PG 13). É meio dúbia a relação entre Kyle e sua colega de quarto e golpes. Para mim, ficou no ar que a personagem seria no mínimo bissexual. Gostei mais da Selina Kyle do que da Viúva Negra de Os Vingadores. E dá para comparar, porque efetivamente é o mesmo tipo de personagem.

Poderia criticar os saltos impossíveis que a personagem usa mesmo em ação, mas eles foram transformados em armas e isso tira um pouco o peso do fetiche. Como Anne Hathaway lembra um pouco a diva Audrey Hepburn, ela usa figurinos que parecem inspirados na atriz em alguns momentos do filme. Prestem atenção, especialmente, na cena do aeroporto. Ao que parece, Hathaway andou sugerindo que ficaria feliz em ter um filme solo. Eu assistiria com muito prazer, se não colocassem Selina Kyle vestindo alguma roupa ridícula e se o roteiro fosse competente, claro. A personagem, como construída nesse filme, consegue se sustentar sozinha. Vamos ver o que rola.


E o que eu vi de problema no filme? Os vilões e toda a trama de dominação/destruição de Gotham são fracas. A seqüência final, coroada com a leitura de um trecho muito querido do Conto de Duas Cidades de Charles Dickens, foi emocionante, com ação bem orquestrada, interpretações convincentes dos “heróis” – Bale, Oldman, Hathaway, Gordon-Levitt – mas as motivações dos vilões eram tão meia boca, que ficou difícil engolir. Há uma frase que um dos violõezinhos diz para Bane “Você é a essência do mal”, ou algo do gênero, que parece decalcada de desenhos animados americanos ruins dos anos 1980. Sabe, quando não cola? E mais, é muito pé de chinelo todo aquele esforço por Gotham City. Vilões de verdade, com aquela bomba na mão, desejariam dominar, no mínimo, os Estados Unidos. Tudo parece pequeno, acanhado. Só se justificaria toda aquela ação se o vilão fosse louco. Bane e os outros não convencem nesse quesito. Eles não são loucos, eles não são objetivos, também, não há ganho em sua ação e dizer que estão levando a cabo uma “missão” inacabada – e não vou dar spoilers – não colou. Faltou motivação. Tom Hardy não foi exigido como ator e sua melhor cena, acredito eu, foi seu primeiro confronto com o Batman.

A terrível prisão também não convence. Quem montou a tal “pior prisão do mundo” deveria ter se inspirado, pelo menos, em Guantánamo ou deveriam ter pensado nos círculos interiores do Inferno da Divina Comédia ou assistido Expresso da Meia-Noite. Colocar uns caras em um buraco somente, sem mostrar quais os horrores aos quais eram submetidos não comove. Aquele fosso inexpugnável parecia um obstáculo muito pequeno, especialmente quando lembramos de fugas espetaculares reais, literárias e cinematográficas. Faltou imaginação. Outro problema é que para conseguirem garantir que a cidade possa ser sitiada, transformam Gotham em uma Nova York. Gotham nunca foi apresentada como uma cidade solar, como é Nova York, mas como algo mais sombrio e sujo, como Chicago ou Detroit. É assim nos filmes e quadrinhos que vi.


O desenho mecânico do filme é feio. Meu marido – que identificou um dos nossos aviões Bandeirantes na seqüência de abertura – disse que deveriam contratar algum japonês para desenhar as máquinas do filme e eu concordo. A máquina voadora de Batman deveria ser impactante, não digo bonita, mas não aquele monstrengo sem elegância. O filme cumpre a Bechdel Rule? Não. Há duas personagens femininas de destaque e com nomes, Selina Kyle e a filantropa Miranda Tate, personagem de Marion Cotillard. Mas elas não conversam em nenhum momento. A personagem de Marion Cotillard é, aliás, um dos problemas do filme, mas se eu entrar em detalhes, vou ter que dar muitos spoilers e eu estou evitando isso. Nas cenas de multidão há várias mulheres, inclusive entre os policiais. Também na mesa diretora das Organização Wayne, há várias mulheres presentes. São figurantes? sim, mas são visíveis.

É isso. Minha falta de envolvimento emocional com a trilogia certamente me tornou mais dura com os problemas do filme. No entanto, a conversa com meu marido só reforçou boa parte do que eu havia percebido. Ele viu os mesmos problemas e destacou que a trama dos vilões parecia querer repetir a do Coringa sem o mesmo carisma e o convencimento, já que o vilão de The Dark Knight era efetivamente louco e queria a anarquia. Apesar de algumas seqüências excelentes e de boas interpretações, faltou alguma coisa para ser um filme realmente grandioso. E falo como alguém que não tinha grandes expectativas e simplesmente foi de acompanhante, por assim dizer. Mas valeu por Anne Hathaway, ela deve receber indicação ao Oscar ano que vem por Os Miseráveis, mas merece ser lembrada, também, como Mulher Gato.

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eu também tive a impressão que os vilões foram sub-aproveitados. Achei meio furado a justificativa dada e a reviravolta final é chata, porque em nenhum momento é dado alguma pista dela. Não há aquela gostosa suspeita, não há aquela tensão. Eu me senti enganada, o vilão simplesmente brotou.

O segundo filme é bem chocante e impactante. Eu não sei se me explico... No 2ª, o que ocorre é surpreendente, mas há uma lógica na falta de lógica do personagem e isso é fascinante. Essa descoberta no meio da desorientação. Nesse terceiro filme, faltou esse choque. As ações de Bane são extremas, mas não há choque. É como se ele carecesse de peso e significado e suas ações também carecem...

Oi Val! Ainda não vi o filme, mas li logo sua resenha. primeiro porque gosto delas, segundo porque queria saber o que você achou da Anne Hathaway. Como o saldo foi positivo, isso me anima mais com o filme. Também não acho a trilogia do Nolan essa coca-cola toda, mas sempre há boas atuações neles. Em 2008, tivemos a ótima atuação do (infelizmente) finado Heath Ledger e agora temos Anne Hathaway. Também sou fã do Joseph Gordon-Levitt (tem um filme dele sensacional chamado "Mistérios da Carne"). Enfim, verei o filme com certeza. Só foi uma pena eu ter perdido os vingadores =/

O mau gosto da Valéria por filmes continua impecável.

Primeiro que essa critica toda é uma perda de tempo. Posso criticar (ou melhor, terei ferramentas para criticar) a obra de Lady Oscar se assistir apenas os 8 ou 10 episódios finais? Creio que não.

O terceiro filme se conecta totalmente com a narrativa dos antecessores, se você não viu os filmes anteriores dificilmente vai entender bem alguma coisa nesse. Sugiro a você realmente assistir aos demais filmes, antes de falar tamanha quantidade de groselha.

Outra coisa, às vezes é bom não ter um design “japonês” em todo tipo de produção. É interessante um pouco de diversidade, um pouco de design bizarro ou “feio”.

Quanto à motivação dos vilões, o seu argumento é risível. No mundo real, homens bomba, não loucos (mas muito convictos de objetivos políticos para sua ação), se matam para atingir objetivos infinitamente menores do que os do filme.

Tiago Rocha será o único troll com seu comentário publicado. É uma forma de ilustração do tipo de gente grosseira e que não sabe ler.

- Se a crítica é risível, por que perder tempo em ler e comentar? Se eu tenho mal gosto impecável, por que perder o tempo com meu blog? E, claro, eu deixei claro no início as limitação da análise.

Mas ele não sabe ler, ou melhor, gosta de aparecer.

Beijo para você, Tiago sei-lá-quem Rocha.

Obrigada por visitar meu blog com freqüência.

Não acho a motivação dos vilões ruim. Ela vem sendo construída desdo primeiro filme. Não vou contar o porquê de quererem Gotham ao invés do mundo inteiro porque iria ser spoiler. Mas há um motivo plausível, apesar de religioso. Pelo menos pra quem gosta de mitologia.

Eu gostei bastante do filme. Apesar de ter achado os vilões bem mais fracos que os dos filmes anteriores (mas competir com o Coringa do Heath Ledger é difícil, né?).
Sobre a aparência de Gotham, ela é bem diferente nesse filme que nos dois anteriores. Acho que a ideia foi mostrar mesmo que a cidade estava mudada por causa da lei. Antes os criminosos dominavam a cidade em todos os níveis, agora a cidade estava em paz.

Assim como você, Valéria, fui ver esse filme sem ter visto os anteriores por completo; vi umas cenas aqui e ali e só.

Também achei os vilões meio nhés, e não gostei do Nollan ter deixado a exibição da mente criminosa apenas para o confronto final - ficou sem impacto. Aliás, considerando a qualidade dos dois atores, o diretor poderia ter explorado mais a relação entre Bane e a pessoa que ele protege.

Falando em impacto, minha sirene para incongruência científica apitou com aquela bomba nuclear. E nem entrarei na parte (da falta) das ondas sonoras causadas pelo "Morcego"...

Da prisão: acredito que foi falta de imaginação (ah, os anos 80...), mas é certo que dirão por aí que foi porque tiveram que pegar leve por ser um filme PG-13. Um poço sem saída com milhares de prisioneiros? Beleza. Mas com luz natural e prisioneiros camaradas? Eita.

Ri da cara do Batman (como não rir, com aquela voz?), gostei da sugestão de um Robin e caí de amores pela Selina Kyle.

Ah, sobre figurino: notou como os saltos da Mulher Gato desaparecem na hora da luta? Seria intencional ou foi para facilitar para a Anne?

Por fim, acho que eu daria a mesma nota pro filme que você. Talvez meio pontinho a menos, porque fiquei indignada pelos deslizes científicos.

Eu discordo, mas não estou a fim de discutir hoje. Só quis apontar que essa coisa Audrey Hepburn há vem dos quadrinhos há algum tempo; o Adam Hughes retrata a mulher gato inspirada nela – http://goo.gl/HNLC2 – e o Tim Sale meio que a cercou dessa estética cinquentista: http://goo.gl/ep96V e http://goo.gl/YJeUq – acredito que o Nolan só achou isso uma boa representação para a personagem.

Mas a gente sabe que a verdadeira Audrey Hepburn dos quadrinhos é a Julia Kendall de Berardi... XD

Alexandre, não sei bem do que você discorda, mas se for a questão da Audrey, bem, eu acho que a Hathaway lembra a atriz, independente dos quadrinhos.

Val, sem preconceito e sem crítica, sua opinião sobre o filme bate com quem não é fã de HQs, especialmente das americanas, vem de uma outra geração cinematográfica e prefere uma pegada mais Shoujo. . Para quem lê Comics e gosta, que vai atrás de saber mais coisas sobre as perssonagens e histórias, fica mais fácil identificar porquês e deixar passar falta de explicações, porque já se sabe. O Batman por exemplo tem mais de 60 anos de histórias publicadas, é díficel explorar todo o conteúdo sobre um vilão em 1 filme.
A gente tem que lembrar também que esse é um filme de ação acima de tudo, mesmo tendo reflexões sobre justiça e o lado negro da humanidade, não é para ser como ler Tolstói.

Já eu, nunca gostei da fase Tin Burton e Cameron (o 2º menos), nessa veia mais cômica e de fato esse lado nunca teve sucesso nas HQs do Batman, ele sempre foi mais sombrio(ver o trabalho de Franq Miller), mesmo tendo ele que aguentar as piadas bobas sobre o Robin

Val, essa crítica agora não é para você e sim para terceiros: Eu gostaria que homens e mulheres entendessem que, apesar de terem os mesmos direitos, são diferentes, que sempre vão gostar de coisas diferentes e paracem de dizer que uma coisa é errada ou porcaria só porque não gosta.

É por isso que gostaria de parabenizar você Val por ter colocado suas posições sobre o filme sem ter ido para esse lado. Você apenas escreveu para o público que se espera que seu blog tenha.

Não, discordo de várias opiniões (a "seriedade e densidade dramática forçada", que na verdade fazem parte do personagem como ele é retratado, por exemplo) – mas o link Hathaway/Hepburn é claro. Só pontuei que ele vem dos quadrinhos. De resto, acho um bom filme – não é tão bom quanto "O Cavaleiro das Trevas", mas este estabeleceu um padrão alto demais. E realmente a morte do Ledger causou danos a trilogia: sabe-se que ele faria parte do final originalmente pensado, mas com sua morte, foi preciso pensar em um novo final e um novo vilão. Só podemos imaginar o que poderia ter sido. :\

Eu entendo, Alexandre, a questão é que eu acho que as duas se parecem mesmo, entende?

De resto, não sabia que o Heath Ledger deveria estar no último filme, mas é claro que ele deu vida ao Coringa de tal forma que marcou profundamente a trilogia. Só que não é desculpa para vilões fracos. Infelizmente, Bane e a moça lá ficaram muito aquém do que poderiam.

Thiago, quadrinho é quadrinho, filme é filme. O filme tem que se sustentar por si mesmo. E se sustenta. Eu gosto de filmes de Comics, comentei vários aqui. Eu não gosto do Batman (*só do Adam West*) e só curto o Super Homem do Christopher Reeve. Não considero o filme Dark Knight Rises ruim. Se você for olhar minha resenha de Prometheus ou de Branca de Neve e o Caçador, entenderá que de forma alguma eu considerei o filme fraco. Simplesmente, pontuei problemas de construção de personagens, de roteiro, de falta de imaginação mesmo (*que prisão ridícula era aquela?*). Mas o filme é legal. Minha idade ou gostos não me incapacitam para avaliar esse tipo de coisa. Basta compreender as minhas condições de produção: não vi os outros dois filmes, não tenho simpatia pela personagem título. Mas mesmo se fosse apaixonadíssima, acredito que não ficaria cega para os problemas. Obra perfeita não existe, ainda que algumas passem muito, muito, muito perto em todos os fundamentos.

Eu conheço o trabalho de Frank Miller. Eu não leio regularmente comics, mas li vários. Sei que os filmes bebem muito no Batman de Miller. Entendo as opções do diretor. O problema é que Batman de Nolan não se vende como filme pipocão divertido. Ele chama para si uma densidade dramática e seriedade que não tem. Poderia ter, mas com censura 12 anos, ele estava, sim, mandando para a galera. Infelizmente, é isso.

Agora uma coisa, você escreveu o seguinte: “Eu gostaria que homens e mulheres entendessem que, apesar de terem os mesmos direitos, são diferentes, que sempre vão gostar de coisas diferentes e paracem de dizer que uma coisa é errada ou porcaria só porque não gosta.” Você está naturalizando coisas que são construídas. Comics de supers tem milhões de leitoras pelo mundo. Mulheres de todas as idades. Os filmes não renderiam tanto se não contassem com essas mulheres. Elas não vão simplesmente “acompanhando” maridos e namorados. Eu fui assistir duas vezes os Vingadores, uma delas sozinha. Garanto que não fui só para ver os rapazes. Pode ter certeza. Sou casada com um fã de shoujo, fã de mangá, de anime, um sujeito que não lê comics há séculos, que não suporta nem folheá-los, os considera ruins demais. E não adianta eu dizer que é preconceito, ele diz que passou anos lendo comics e é verdade. Ele gostou dos filmes do Nolan. Ah, e quem gosta de futebol aqui em casa sou eu. Meu marido não suporta. Não rotule homens e mulheres a partir de supostas diferenças naturais. Se continuar nessa linha, você pode perder muita coisa boa na vida e, claro, ter algumas surpresas desconcertantes.

Oi Valéria! Então, li a sua crítica, e embora no geral eu bata em muitas coisas com as suas opiniões, dessa vez acabei discordando em certos pontos, principalmente quanto à motivação dos vilões. Não quero desmerecer a sua opinião por não ter visto os filmes anteriores, mas acredito que talvez muito da construção e do desenvolvimento dos personagens e da história tenha se perdido um pouco para quem não viu os outros filmes.

Sem tentar dar spoiler aqui, a Liga das Sombras é uma espécie de sociedade secreta cuja missão era a de eliminar o que eles chamam de escória, o mal que assolava o mundo e para eles, Gotham, segundo a mitologia do filme, a maior metrópole do mundo, e tão apodrecida quanto ele, era o seu maior símbolo e devia ser destruída. Mais ou menos naquela idéia da destruição purificadora.

Entendi a sua crítica em relação à sua estranheza quanto à aparência da cidade. Mas é justamente assim que apresentam Gotham nos primeiros filmes, do jeito que você descreveu - muito escura, suja, feia. Nesse filme, Gotham está mais limpa, clara, e há muito mais cena rodadas de dia, em comparação aos filmes anteriores. Justamente porque a cidade está em tempos de paz - mas de uma paz instável, baseada em mentira. Ela continua podre nos seus fundamentos, e aí que Bane e a Liga das Sombras tentam destruí-la.

Quanto a estes, eu os acho, sim, loucos. Não no sentido de não terem lógica, como o Coringa, que é a personificação da podridão de Gotham, mas nessa própria ideologia cega deles. Mas é uma ideologia que faz sentido existir no mundo de Batman, e que é uma parte importante do desenvolvimento não só da trama, mas de toda a trilogia.

Bom, é isso, Valéria. Sei lá, espero que vc reconsidere e confira os outros filmes, que são realmente muito bons. ;)

Amiga Soujofan, porfavor, relaxe um pouco. Eu não generalizei nada não, só toquei em um assunto polêmico. Até elogiei a forma como você colocou seu ponto de vista. Dizer que algumas pessoas fazem alguma coisa não é falar que todos fazem. Só disse que alguns homens e algumas mulheres deveriam se respeitar mais entre si.Qual é a preocupação em dizer que um blog voltado para Soujo tem público maior de pessoas que gostam mais de Shoujo, foi isso que eu disse.
Não tenho preconceito nenhum. Além de Comics, leio Shounen (meu estilo favorito), Seinen, Light Novels e também Shoujo, assisto "Doramas" e cine Ocidental. Inclusive tenho seu blog nos favoritos no meu bom e velho Firefox, porque acho uma boa fonte de informação. Por fim, não disse que você não tem capacidade para avaliar o filme, eu por sinal não tenho capacidade tecnica, não fiz curso de cinema, atuação ou roteirização.

Na boa, nem todo comentário é crítica negativa.

Abraço e continue firme, porque se tem gente discondando de você é sinal de que tem bastante gente lendo seu blog.

Thiago, eu estou relaxada, mas o que você disse foi isso: “Eu gostaria que homens e mulheres entendessem que, apesar de terem os mesmos direitos, são diferentes, que sempre vão gostar de coisas diferentes e paracem de dizer que uma coisa é errada ou porcaria só porque não gosta.”. Está escrito. Você só relativizou no segundo comentário. Foi tropeço? OK. Mas está escrito, eu não criei o texto.

Obrigada pelos comentários. Pode ter certeza que eu não me importo com discordâncias. O que me aborrece muito é falta de educação. E você não foi mal educado em nenhum momento.

Puxa, como as opiniões variam... eu adorei o filme! XD
Eu acho que não ter visto os filmes anteriores foi complicado, Valéria. Toda a motivação dos vilões está no primeiro. Eu gostei disso, sabe. Geralmente em trilogias se chuta o balde e esquece os primeiros filmes. Aqui é muito importante ter assistido todos.
Eu sou suspeita, você sabe, mas eu adorei o Bane! Acho que a comparação entre ele e o Coringa é inviável. Eles são distintos. O Coringa queria caos pelo caos, o Bane tinha seu objetivo. E concordo com alguém aí que disse que morrer por uma causa é algo muito compreensível. Muito mais que a loucura que motiva alguém. Vemos isso com frequência com homens bomba e coisa e tal. O Tom Hardy fez muito tem mostrar o rosto, com seu corpo e voz. Gostei bastante.
Também adorei a Selina Kyle, a Anne foi ótima e teve mesmo muita química com o Batman.
Agora, Valéria, como você vai ver um filme de quadrinho (americano) com um herói cujo ator você não gosta nem um pouco??! XD E ainda mais nesse, que o Christian estava tão bem, tão legal, tão apaixonante? O Batman nos filmes do Burton (dos quais eu não gosto nem um pouco) era um idiota, um parvo. Não dava pra torcer. O Batman é o Christian Bale!
E eu confesso que prefiro essa Gothan... me parece uma cidade de verdade, não um cenário meio over...

Tabby, eu não comentei lá em cima, mas já que você voltou a tocar na questão... Homens ou Mulheres bombas não são loucos sem motivação. Vingança, o Paraíso, o extermínio dos inimigos, são motivações consistentes o suficiente. Reduzir homens bombas a loucos é ótimo para se iludir de que não há nada de errado no sistema, de que tudo é uma ação individual.

Eu posso estar errada em relação ás motivações dos vilões em Batman, mas neste filme, visto isoladamente, elas me pareceram fraquíssimas, sem consistência alguma. Como escrevi, é uma análise de quem não viu o resto e percebeu, sim, que existe uma ligação forte entre os três filmes. Mas Homens bomba não são um bom exemplo de comparação, não.

Não Valéria, você entendeu o contrário! XD Os homens-bomba justamente NÃO SÃO os loucos! Eles morrem e matam, tocam o terror por suas motivações, mesmo que sejam elas absurdas para nós. Mas não para eles. Eu disse o contrário do que você entendeu. Acredito que o objetivo do Coringa, que era louco, é bem menos plausível que o de Bane e os seus, que tinham por objetivo levar Gotham à destruição. Um objetivo claro e frio. Todos ali dispostos a morrer pela causa. A causa da Liga das Sombras. Como um homem-bomba sim.
Tenho que concordar com um crítico que disse que esse filme foi do Batman e não dos vilões. Incrível, né? Mas em muitos desses filmes de herói a gente se liga mais nos vilões e nesse caso o filme foi todo o Batman. Finalmente! XD

Também assisti apenas ao último filme da trilogia. E concordo neste filme isoladamente os vilões parecem bem fracos. Um colega me perguntou se eu goste, respondi que sim, mas não entendia porque tanta obsessão pela aquela cidade.

Amei o filme do Batman!
Sai muito emocionada do cinema porque achei um final ótimo!
É porque você não assistiu os outros mas como o pessoal já falou muitas coisas se conectam e fecham seu ciclo no ultimo filme.
Achei corajoso o que Nolan fez porque todos os fãs dos quadrinhos esperavam que ele matasse/aleijasse Batman. Que ele morresse pela causa dele. Para salvar gothan

E Nolan fez ele seguir a vida. O que eu nunca vi acontecer em nenhum filme de super herói que eu vejo. Os super heróis estão sempre presos as motivações que fizeram eles se tornarem super heróis.

Bruce conseguiu superar o medo e a culpa que ele carregava pela morte dos pais e seguir a vida. E não ficar sempre preso ao vigilante noturno que ele se tornou para superar seus traumas.

Pra mim o filme fala muito sobre uma batalha interna de aceitação e a coragem de tocar a vida. E no final ele conseguiu superar a raiva e se "aposentar"!

Achei lindão demais!

Anne tava perfeita! Todas as cenas com ela são ótimas! uashuahs
O carinha da origem que fez John blake também se saiu muito bem! E alfred arrasou em todas as cenas! chorei com ele!

Quando seu marido comprar o blu-ray da trilogia tira um dia para assistir com ele todos! Eu super recomendo!<3

bjinhos val!

(comentário com possíveis spoilers leves)

É claro que ninguém precisa ver os filmes anteriores para aproveitar este, mas não acho "justo" com a trilogia você escrever uma crítica tendo assistido apenas ao último, principalmente porque o filme é quase uma continuação direta do primeiro.

Para entender a motivação dos vilões, seria preciso entender melhor o pano de fundo deles. O que é um pouco mostrado no primeiro filme. Uma coisa que li bastante em críticas é que não faz sentido o Bane tacar o terror em Gothan, instaurar o caos, se depois ele ia explodir a cidade de qualquer forma. Ele faz isso com a motivação de torturar o Batman, que está preso no buraco sem poder fazer nada além de ver a cidade que tanto tentou proteger se auto-destruindo. É tortura psicológica, Bane queria destrui-lo por dentro, não é tão difícil de entender.

Outra grande crítica, que eu imagino que você tenha pensado mas não falou para evitar spoilers, é que o filme fica o tempo inteiro dando a entender que Bane é a criança que escapou e a verdadeira vilã aparece completamente do nada no final. Não é assim tão do nada. Quem lê a hq sabe que Ra's Al Ghul tem uma filha, e não um filho. Eu não acompanho comics, então não sabia disso, mas meu namorado e o amigo dele disseram depois do filme que imaginavam que o Bane não era a criança de que tanto falavam. Além disso, o Bane é um mercenário, então ele se revelar como apenas um pau mandado é condizente com o personagem dele.

Muitas cenas foram cortadas do filme - que tinha 4 horas - incluindo algumas que explicavam melhor a origem do Bane, a máscara que ele usa etc. É difícil fazer um filme comercial que agrade tanto fãs quanto leigos que não conhecem nada do Batman. Quem é fã e conhece a história e os personagens aproveita muito mais o filme. Quem é leigo em Batman também aproveita. Mas, em minha humilde opinião, ainda acho injusto com a trilogia criticar com base apenas no último dos filmes.

1. Patty, deixei claro no meu texto que o melhor aproveitamento do filme dependeria de ter assistido aos anteriores. Em nenhum momento fui injusta. Injustiça seria exigir que este filme se sustentasse por ele mesmo. Coisa, aliás, que ele não consegue, nem se propõe.

2. Os defeitos que apontei foram apontados por meu marido. Ele viu os três filmes. Esse The Dark Knight Rises é um filme cheio de imperfeições e mesmo fãs de Nolan e/ou de Batman – daqueles não bitolados, claro – admitem isso. Vide o Nerdcast (*vale a pena ouvi-lo*) e a resenha do Cinema em Cena (http://bit.ly/PM4SQu). Obviamente, ter problemas de continuidade, inconsistências e, sim, um vilão com motivações muito fracas, não torna o filme ruim. Alguém pontuou muito bem, não seis e aqui ou em outro lugar, que o terceiro filme é sobre o Batman e os vilões terminam sendo secundários.

3. Eu não comentei da moça ser a verdadeira vilã para não dar spoilers, mas isso não me incomoda. Esse tipo de reviravolta é recurso dramático comum. Clichê, até. Funcionou bem no filme, mas, como pontuei, em nenhum momento tornou os vilões mais consistentes ou aquela prisão mais convincente.

4. Se cortaram cenas importantes, fundamentais, isso não se justifica. Mostra, sim, falta de critério na hora da montagem. Não é problema de Batman, o último Jane Eyre padeceu do mesmo problema. Aliás, mas aprece cada vez mais recurso comercial. Cortamos uma cena importante, colocamos no Blu-ray ou lançamos uma director cut depois. Pena que bonsdiretores se rendam a esses recursos.

5. Nenhuma obra é perfeita e criticar não é falar mal. Seu comentário parece indicar que só podemos comentar para elogiar e, bem, a coisa nunca será assim. Nem aqui, nem em nenhum lugar.

Eu não acho que devemos comentar apenas para elogiar. É claro que você tem o direito de criticar o que achou ruim no filme, assim como eu tenho o direito de expor minha opinião se discordar da sua.

Já tinha lido a resenha do Cinema em Cena, inclusive o primeiro comentário de lá, "criticando a crítica", é bem parecido com a minha opinião. Entre outras coisas, ele fala da "licença poética" por ser um filme baseado em hq. É por isso que o Batman aparece do nada onde precisa, e penso que é por isso também que aquela prisão é bem cartunesca e não tão realista. O Nerdcast eu não vi porque prefiro ler resenhar ao invés de ouvir podcasts/videocasts. Leio mais rápido do que escuto, e prefiro usar o tempo livre assistindo séries ao invés de ouvindo podcasts.

Eu não consigo achar que os vilões têm motivação fraca. Para mim, as motivações deles eram válidas, mais até do que o típico vilão clichê que quer dominar o mundo.

Sim, concordo que o corte das cenas é comercial. Primeiro porque o filme não pode ser demasiadamente longo para não espantar o público que não é fã do heroi e segundo para lançar em eventuais versões estendidas.

De resto, são apenas opiniões diferentes. Eu não espero mudar a sua visão sobre o filme, apenas queria expor o que penso :)

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