Terminado este primeiro dia de Olimpíadas, preciso fazer um pequeno post em homenagem à Sarah Menezes. Jovem vinda de um dos estados mais desprezados da Federação, o Piauí, ela nos trouxe o primeiro ouro do judô feminino na história das Olimpíadas. Aos 22 anos e em sua segunda Olimpíada, ela superou um primeiro fracasso e voltou fortalecida para seu segundo desafio. E venceu. É importante frisar isso, porque nesses mais de 20 anos que acompanho esportes olímpicos, sempre vejo o emocional como o grande ponto fraco dos nossos atletas. As meninas do vôlei sucumbiram várias vezes por conta disso, e acabaram de tomar um desnecessário sufoco hoje da esforçada Turquia. Outro exemplo muito vivo é Diego Hypolito, que não conseguiu controlar o emocional de novo.
Enfim, espero que Sarah Menezes tenha um grande futuro pela frente. Há tempo para, pelo menos, mais uma Olimpíada, talvez, até mais. E não foi somente isso que ela venceu, afinal, seus pais achavam que judô que era esporte masculino. Ainda bem que seus pais voltaram atrás, quando a menina se comprometeu a ser uma excelente aluna. Angustia-me que para além da pobreza e da falta de investimento público e privado, preconceitos diversos ainda impeçam que a carreira esportiva de meninas e de meninos, também. Mas é dia de festa. Que as mulheres do Brasil tragam muitas outras medalhas desta vez.
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