domingo, 26 de janeiro de 2014

Ainda sobre meninas e cores


Esse post vai ser curto.  Estava eu na igreja hoje, pela manhã, e Júlia choramingando.  Saí para tentar fazê-la dormir ou parar de chorar. Vem um garotinho fofinho de uns seis anos e me pergunta:

“É seu filho?”
“Sim, é minha filha, o nome dela é Júlia.”
“Menina? De azul?”
“Ué, meninas não podem vestir azul?”
“É que aí eu penso que é menino.”
“Mesmo com todos esses babados e laços?” [*Esse é o único vestido azul da Júlia, gradação de tons azuis claros, com bolinhas, florzinhas e laços.  Definitivamente, roupa de menina.*]

Ele não respondeu, sorriu e continuou brincando com os coleguinhas. Enfim, eu não estou inventando a conversa, não.  Foi a primeira vez que vi um garotinho reivindicando o azul como signo da masculinidade.  Não basta, portanto, evitar rosa e lilás, é preciso evitar que meninas usem azul para não confundir os gêneros.  Está difícil... 

1 pessoas comentaram:

É tão triste essa realidade. E se levarmos em consideração que essas são só as "pequenas diferenças", as "coisinhas bobas" então...
Eu não sei se quero filhxs, mas mesmo se eu quisesse muito, acho que não teria coragem de me tornar responsável por uma criança nesse mundo em que vivemos. É uma batalha por dia, uma guerra sem fim...
Ainda bem que há pessoas mais corajosas que eu no mundo, como você Valéria! Porque no fim, é só com mais mães e pais assim, conscientes, que nós teremos alguma chance de mudar um cadinho essa situação toda.

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