quarta-feira, 7 de setembro de 2016

E a miss Japão este ano é outra boa surpresa!


Ano passado, a escolha de Ariana Miyamoto, filha de mãe japonesa e pai norte americano, gerou controvérsia e  furor no Japão (*1-2*).  Entre os que elogiavam a beleza da moça, a surpresa da escolha de uma mestiça, vozes racistas se levantaram e gritaram que era absurdo que uma "haafu"(*de "half", metade em inglês*) fosse escolhida para representar o Japão no Miss Universo.  Agora, a coisa ganha proporções ainda maiores, porque outra mestiça, a linda Priyanka Yoshikawa, filha de mãe japonesa e pai indiano, foi a escolhida.


A moça tem 22 anos, morou nos EUA, Índia e Japão e tem licença como treinadora de elefantes (!!!).  Para Yoshikawa, sua escolha representa uma mudança de perspectiva em relação à mestiçagem no país no qual somente 2% das crianças é birracial.  Os racistas, obviamente, tem outra opinião... "Para quê um concurso como este se não vão escolher uma japonesa?"; "A idéia é que uma japonesa represente o Japão."; "Não entendo os critérios deste concurso."; "Por que eles sempre escolhem mestiças?" etc.  Alguns a chamaram de "árabe" e "terrorista" na internet.  Enfim, deixe que eles gritem, como escrevi nos posts sobre a Ariana, a Miss Japão 2015, é espantoso que o Japão consiga escolher uma Miss diferente da sua média e nós, aqui no Brasil, não reconheçamos padrões de beleza  mais plurais em um país marcado pela diversidade étnica e mestiçagem intensa.


De resto, algo curioso em ambas as escolhas, pelo menos para mim, é que a mãe seja japonesa e o pai estrangeiro.  Vários anos atrás (*2005, 2006, talvez*), li uma matéria que falava no número de homens de países muçulmanos que vão estudar no Japão e se casam com japonesas.  Não tenho link, agora, claro, mas lembro que o foco eram os iranianos.  Me parece, e é achismo mesmo, que a quantidade de homens estrangeiros no Japão - trabalhando, estudando - é muito, mas muito maior mesmo, que o de mulheres e que esses homens acabam, de certa forma, representando uma alternativa ao japonês médio.  Ainda assim, vejam que 2% de bebês interraciais em média é muito pouco e isso representa mínima competição para os homens locais.  


As fontes para o post são várias, então segue link para todas elas: Rockets News 24, BBC, The Hindu, The Guardian e The Telegraph.  Todos falam das investidas racistas e a maioria dá a informação dos tais 2% de bebezinhos birraciais.

2 pessoas comentaram:

Valéria, totalmente off-topic, mas você pretende assistir à minissérie And Then There Were None da BBC One que passou no fim do ano passado? É um dos melhores livros da Agatha Christie e, pelo que vi no wikipédia, o único que segue o final original do livro (ainda não vi, mas estou baixando). Queria ler uma crítica sua sobre ela e já que é da BBC... ^^

Aqui o trailer, caso você tenha curiosidade:
https://www.youtube.com/watch?v=JyPeQM4OgyU

Para eles pode parecer estranho, mas essas combinações de traço japonês com... qualquer outro, ficam muito bonitas. É a beleza japonesa com um algo a mais, que você não consegue entender bem o que é mas que acaba apreciando.
Para os conservadores e puristas no entanto é mesmo algo inaceitável, dá para entender.

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