sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Pequeno Mangá fala do trauma que é ter que pintar o cabelo para parecer normal


Dias atrás, os sites japoneses só faziam comentar o caso da moça de Osaka obrigada a pintar o cabelo de preto, porque sua cor natural, castanho claro, não era aceitável para os padrões de sua escola.  Há quem não tenha entendido quão grande é a violência de estigmatizar alguém por sua cor NATURAL de cabelo, ou pele.  Mas a maioria dos japoneses que comentaram a notícia, entenderam.  Por conta disso, o usuário do Twitter  @niichi021, um mangá-ka (*acho que é homem, não tenho certeza*), postou uma historinha curta sobre o tema.  Eu estou usando a tradução para o inglês do Sora News, mas você pode ir direto para a fonte.  É só ler:



Professor: “Ei, você aí, garota!  O ano escolar já começou e você ainda está com seu cabelo tingido?  Venha comigo!”
Yukari: “…okay.”
Yukari (pensando) “Este tipo de coisa me aconteceu tantas vezes antes, então, agora, é tipo ‘Ugh, de novo!,’”
Professor(olhando para o certificado que atesta a cor natural do cabelo de Yukari): “Hmmm…”


Professor: “…Esta é realmente sua cor natural de cabelo?”
Yukari: “…É natural. O senho pod ever pelas raízes que ele nasce assim?”
Professor: “Está okay.  Eu realmente sinto muito.  É apenas que… como vamos lidar com isso… se deixarmos você manter o seu cabelo assim, outros estudantes podem querer usar isso como desculpa para tingir seus cabelos e, então, perderemos o controle da situação.  Eu quero dizer, nós somos uma escola particular, e temos uma reputação para proteger... você sabe?    Então... nós não vamos forçar você, mas se você poderia tingir seu cabelo para uma tonalidade mais normal...”
Yukari: “Professor…”


Yukari (pensando): “O que é normal?’”
Yukari: “…Eu entendo.”
Menina: “‘Bom dia, Yurika!”
Yukari: “Bom dia.”
Menina: “…Então, eles disseram alguma coisa sobre o seu cabelo?”
Yukari: “Sim. Eu acho que realmente me destaco.”
Yukari (pensando): “Eu entendo.”


Yukari (pensando): “Muitas pessoas passam o seu dia juntas na escola, então, para garantir a ordem é necessário estabelecer algum limite.  Seu cabelo precisa ser preto.  Sua saia precisa estar abaixo do joelho, sua gola precisa estar limpa e alinhada.  Você precisa fingir ser uma ‘pessoa normal’”.
Garoto: “…Huh?”
Garoto: “Seu cabelo, (ele) está preto!”
Yukari: “Nós nos conhecemos?”
Garoto: “Sabe, você parecia bem mais alegre na cerimônia de boas-vindas do início do ano letivo.  Você tingiu seu cabelo?”
Yukari: “Sim, eu tingi. Esta é sua cor natural?”


Garoto: “Huh…então, você pintou?  Isto é péssimo...”
Yukari: “O que você quer dizer com, ‘Isto é péssimo’?”
Garoto: “Você sabe o que eu quero dizer.  Seu cabelo era realmente bonito.  Ele estava realmente bonito no dia da cerimônia.  Eu estava na fileira atrás de você, e eu admirava seu cabelo balançando com a brisa e brilhando com o sol.”

Garoto: “A forma como ele reluzia era tão bonita.  Eu tive inveja.  Não importa o quanto eu tinja meu cabelo –”
Professor: “Ei, você aí, Garoto!”
Garoto: “Uh oh! Vejo você mais tarde.”
Yukari: “Yeah.”
Professor: “Você aí, nada de correria nos corredores!”
Yukari: “Hey…”


Entregador: “Tachibana-san? Esta é a última caixa. Onde eu devo colocar?”
Yukari: “Oh, obrigada. Bem ali, por favor.”
Yukari (pensando): “Esta acabou sendo a última vez em que aquele garoto e eu conversamos.  Nós não fizemos nenhuma aula juntos nos três anos que estivemos na escola.  Não tivemos outra conversa, então, não sei onde ele está agora ou mesmo o seu nome.  Ele provavelmente nem se lembra da garota de cabelo claro.”


Yukari (pensando): “Mas eu não esqueci.  Toda a vez que eu abro a cortina, eu me lembro.”
Yukari: “Okay, acho que é hora de desempacotar.”
Yukari (pensando): “Todas as vezes que o sol brilha através dos meus cachos, eu lembro das palavras que você disse.”

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