domingo, 21 de janeiro de 2018

Número de suicídios no Japão registra oitava queda, mas cresce entre os adolescentes


O Japão é um país com altas taxas de suicídio.  A gente lê e ouve falar disso desde a infância.  Não há travas culturais (*muito pelo contrário*), nem tabu monoteísta, como no caso das grandes religiões monoteístas, que desestimule a prática e as tensões da vida moderna – desemprego, dificuldades econômicas, depressão, estresse, bullying etc. – tornaram a questão ainda mais dramática.  Mas há boas notícias e más notícias a respeito do tema.  O Sora News trouxe um post analisando os últimos dados liberados pelo governo.  Ano passado, houve registro de 21,140 suicídios no país.  A oitava queda consecutiva, menos de 3.5% comparado com 2016.   Segundo o SN, é o menor número desde que as taxas se tornaram públicas, em 1978.  As taxas de suicídio continuam elevadas se comparadas com outros países, 16.7 pessoas para cada 1000 mil habitantes.  O problema começa quando começamos a destrinchar os dados gerais.

2017 teve a menor taxa de suicídios entre as mulheres.  Pela primeira vez, tivemos menos de 10 mulheres se matando por 100 mil habitantes.  9.9 é quase 10, mas não é 10.  Ente os homens, a taxa é de 23.8 para o mesmo número de pessoas.  O post também comenta as prefeituras japonesas com os maiores índices de suicídio (*Akita, no norte do país, onde fica Aokigahara, um dos lugares mais populares entre os suicidas*) e os menores (Osaka, Kanagawa, e Nara).


O problema é que as taxas de suicídio cresceram em uma única faixa etária: os adolescentes, isto é, pessoas de 19 anos, ou menos.  (*Essa de adolescência até os 24 anos não colou ainda e espero que não cole*)  Segundo os dados, 516 menores de idade (*a partir de 20 anos entra na estatística dos adultos*) cometeram suicídio em 2017, um crescimento de 6% em relação ao ano anterior.  Segundo a notícia, o ministro da Saúde, Trabalho e Bem-Estar,  Katsunobu Kato, anunciou que o governo vai concentrar esforços na prevenção do suicídio entre os adolescentes. Me pergunto, se não seria assustador separar adolescentes de crianças, enfim... 

No Brasil, ainda é um tabu discutir abertamente o problema. Pergunto-me quantos casos de suicídio não são registrados como tal a pedido da família, por questões religiosas, enfim.  De qualquer forma, tem crescido a pressão para que o suicídio seja tratado como questão de saúde pública.  As taxas entre os jovens são preocupantes, “a BBC Brasil divulgou, recentemente, que, entre 1980 e 2014, a taxa de suicídio entre jovens no País aumentou 27,2%” (*Artigo na página da USP, aqui*).  É preciso fazer mais do que o setembro amarelo.

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