Alguém comentou sobre o livro 1001 Comics You Must Read Before You Die: The Ultimate Guide to Comic Books, Graphic Novels and Manga de Paul Gravett. Não conhecia o livro, mas tenho outros dois dele em casa, Graphic Novels: Everything You Need to Know e Mangá - Como O Japão Reinventou Os Quadrinhos (Manga: Sixty Years of Japanese Comics). Já escrevi várias vezes que o melhor capítulo que li sobre shoujo mangá escrito por um homem ocidental foi feito por ele. Fora isso, tive a honra de estar presente em uma de suas palestras no Brasil e fiquei maravilhada e encantada. Eu podia ouvi-lo falando por horas. Ele tem um conhecimento profundo de quadrinhos de várias origens e alguns de seus escritos tem como objetivo discutir o que é quadrinho e como nossa forma fechada de olhar para as HQs limita nossa percepção e diversão, também. Enfim, acabei comprando o livro usado, porque já estava esgotado. Ele chegou ontem.
Surpresa! |
Mônica edição nº1. |
As mulheres japonesas estão muito bem representadas no livro, não foi surpresa, claro, mas não esperava tanto. O primeiro mangá de autoria feminina citado é Sazae-san de Machiko Hasegawa, já o primeiro shoujo é A Princesa e o Cavaleiro de Osamu Tezuka. Como fã de shoujo mangá, o livro me satisfez, temos uma boa representação da geração de 1948. A Rosa de Versalhes (Riyoko Ikeda), Kaze to Ki no Uta (Keiko Takemiya), O Coração de Thomas (Hagio Moto), Eroica Yori Ai wo Komete (Yasuko Aoike) e Hi Izuru Tokoro no Tenshi (Ryoko Yamagishi). Acho que não perdi ninguém. Glass Mask (Suzue Miuchi) e Candy Candy (Rumiko Igarashi e Kyoko Mizuki). Eu não incluiria Candy Candy e daria preferência para Waki Yamato, Asaki Yumemishi ou Haikara-san ga Tooru. De qualquer forma, ela fez séries melhores que Candy Candy, cujo maior mérito é ter um anime de grande sucesso que foi exibido em praticamente todos os países do mundo que você possa imaginar.
Candy Candy não pode ser republicado por disputa judicial entre suas autoras. |
Swan tem uma história que mobiliza e uma arte de encher os olhos. |
Contra-capa. |
Falando em quadrinhos ocidentais feitos por mulheres, eu senti falta de Bécassine (1905) na lista. É uma história em quadrinhos importante em sua época e foi levado para outras mídias. Sua criadora, Jacqueline Rivière, ficou obscurecida por muito tempo e não está no guia. Falando sobre mulheres, as quadrinistas ocidentais não estão bem contemplados no livro. Há uma devida atenção para as japonesas, mas as norte-americanas, francesas e outras aparecem quase como exceções. Não foi um quadro muito equilibrado, afinal, mulheres fazem quadrinhos de qualidade no Ocidente, também.
O Google homenageou Bécassine nos seus 110 anos de criação. |
1 pessoas comentaram:
Infelizmente não se pôde abordar todas as obras.
Essencialmente a maioria dos gibis famosos a nível global são japoneses, americanos e belgas.
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