sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Decepcionada com a nova edição de Fruits Basket


Semana passada recebi meu volume #1 de Fruits Basket, pedi pela Amazon junto com os dois primeiros encadernados de Game, que eu não conseguia achar na banca.  Ontem, à tarde, comecei a ler o volume.  Encadernação bonita.  Páginas coloridas, ainda que eu quisesse um papel diferente, mas não deprecia em nada.  Sobrecapa.  A embalagem da obra está OK.  Só que esse nunca foi o meu medo, aliás, nem faço questão de edições de luxo.

Na época em que Fruit Basket saiu pela primeira vez, a JBC tinha umas  traduções/adaptações muito problemáticas.  Por exemplo, até hoje a editora não lida bem com os honoríficos japoneses "san" e todos os outros.  A Panini se sai muito melhor nesse quesito.  Eu considero importante, há quem não faça questão, até aí, nenhum problema.  Agora, quando Fruits Basket e os mangás de Arina Tanemura foram publicados, a JBC costumava usar "senhorita", "senhor", "senhora" etc. em substituição aos  honoríficos japoneses.  Não é a mesma coisa, não deveriam estar lá, e quando uma avó chamava a neta de "senhorita fulana" em Full Moon o Sagashite, da Arina Tanemura, eu ficava para morrer.  


Chamar a Tohru de "Senhorita Honda" não soa bem em português, porque nós, no Brasil, não falamos assim.  Usaram isso na primeira versão brasileira.  Ficou horrível, mas a JBC parou de fazer essas bestagens.  Parou, eu sei, mas eis que tropeço no "Senhorita Honda", dito por uma colega  de escola de Tohru, lendo o novo Fruits Basket.  Não fizeram uma nova tradução, nem sequer uma revisão do material lançado anteriormente.  A gente está pagando o preço que está por essa nova edição somente pela encadernação e extras, porque, ao que parece, não houve nenhum cuidado em corrigir os problemas anteriores e que eram comuns no início da publicação de mangás no Brasil.  Não tenho nostalgia em relação às barbeiragens dessa época.  Mas eis que começo a me preocupar com outra coisa... 

Quando Ayame Sohma aparece, no quarto volume, capítulo 21, do mangá original, que deve bater com o segundo volume do encadernado, a edição antiga da JBC foi CENSURADA.  Havia uma frase brincando com as palavras 攻め/Seme (Ativo) e 受け/Uke (Passivo) e ela foi modificada para retirar a possível conotação homossexual.  Sim, isso foi feito.  Não havia sentido na época e continua não fazendo sentido hoje.  Será que teremos censura de novo?  Enfim, vou comprar o volume #2, mas se a censura estiver lá, talvez deixe de lado qualquer desejo de ter a nova versão em casa, porque, bem, não vou pagar por um trabalho preguiçoso e sem cuidado em uma edição supostamente de luxo.  Meu dinheiro é suado, não vou gastar com material que subestime minha inteligência, ou de baixa qualidade.

9 pessoas comentaram:

Uma pena mesmo a tradução de Fruits Basket... também fiquei decepcionada quando vi que não tinham corrigido... Eu tenho a primeira versão lançada no Brasil completa e em Japonês. Se tivessem cuidado da tradução na versão nova, teria substituido a antiga... mas por mais bonita que esteja esta edição nova, prefiro economizar pra comprar outros mangás...

Decepcionada, mas nem um pouco surpresa. Péssimo como a jbc é prevísivel na ineficiência e falta de comprometimento com os fãs. Não só relança obras shoujo, como além disso não faz um trabalho de qualidade achando que edição nova significa só uma mudança do "pacote" e não correção dos erros e re-edição.
Para uma editora que costuma destacar a sua participação na história do mangá no país e se dá tanta importância, parece que não tem nem conhecimento de sua própria casa, já que não se dá ao trabalho de reconhecer e corrigir seus erros, chego até a duvidar que tenham revisitado a edição antiga e a original se não acharam importante atualizar a tradução. Não só pelas mudanças que eles fizeram na obra na época do primeiro lançamento, mas também porque na maioria das vezes que uma obra ganha uma nova edição ela é revisada e alguma alteração além da capa é feita, ás vezes simplesmente para adequar o texto quanto a novas regras de ortografia etc. Mas no caso de algo que sabemos foi censurado, chega até a ser irresponsável não terem revisado.
Agora é só esperar o relançamento de sailor moon para outra vez ver mais do mesmo infelizmente. Só espero que se as vendas da "nova edição" de furuba não forem boas, se deem conta que é devido ao trabalho preguiçoso deles e não à falácia de que "shoujo não vende no Brasil". A gente quer títulos novos, mas quando uma das principais editoras só faz relançar títulos e dessa forma ainda, é obvio que não vai vender. O que eles conseguem com isso infelizmente é fazer com que quem já tem interesse em shoujo perca a vontade de adquirir os títulos, reduzindo o público alvo que pode pagar por uma edição tão cara como essa, porque convenhamos pensando na minha adolescência seria MUITO difícil desembolsar um dinheiro desses pra ter um volume de mangá. Quem como eu tinha que separar o dinheiro que sobrava de gastos com lanche e condução e decidir entre o que deixar de comprar para ainda ter meus pais achando ruim gastar 10 reias em um volume de "gibi", imagina quase 50! Só classe média alta mesmo para ter acesso a isso, depois as editoras reclamam de scanlations.

É impressionante como no Brasil, o conceito de excelência é uma coisa alienígena e incompreensível. É todo mundo pensando: "Lança qualquer porcaria de qualquer jeito que tá bom. Os caras tem que agradecer por fazermos isso para eles."
Depois não vende nada e a culpa ainda é dos consumidores.
Se o dólar estivesse mais parelho, eu só comprava fora.

Nossa, eu esperava mais da reedição de Furuba além da beleza externa. A edição é caríssima e para mim é básico que no custo de produção estivesse na equação dele uma revisão da tradução. Nos anos 2000 era muito comum nossos mangás serem a tradução da tradução, Furuba deve ter sido um desses casos. Sem contar uns usos inadequados de gírias, a transposição nada natural do modo mais polido da Tohru falar e a censura besta da piada envolvendo ativo e passivo. Muito Obrigada por nos alertar de como está sendo a reedição de Fruits Basket Valéria, já tenho o 1 volume da edição americana e pelo visto é por ela que eu vou completar a coleção. Vou esperar a Black Friday, o dólar abaixar, o que for, mas mangá mal editado eu não compro. Aliás é por isso que eu não compro NENHUM mangá da NewPop e olha que eu me coço para não comprar Made In Abyss e Houseki no Kuni.

Mas tem o mesmo número de páginas da obra original?? Porque ficou com um número menor de volumes

Eu expliquei os motivos no texto.

Gente da edição 4 pra cima não saiu no Brasil né só acho até a 3

Olá. Vim parar aqui devido a live com o Sérgio Peixoto e vi você comentando justamente o tema deste artigo. Como não comprei a primeira versão e nem sabia dessa "polêmica" tradução, fiquei curioso em saber se tem algum lugar onde poderia comparar esses "erros" como o acima do Sohma

Sebo Animes, é preciso pegar o quarto volume, capítulo 21 no original e comparar com o similar brasileiro em volumes padrão, ou o capítulo correspondente do volume 2 da nova edição. Sei que mantiveram a censura, porque um colega fotografou as páginas e colocou no Facebook. Só que já faz algum tempo. E procurar as palavras seme e uke em japonês, é uma busca visual mesmo caso a pessoa não leia japonês, e olhar a tradução/versão como ficou. Se alguém colocou na internet brasileira um comparativo, não vi, nem sei onde está.

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