sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Já que é dia de criticar a JBC: Que história é essa de lançar a continuação de um mangá sem publicar o seu original? + Não fizeram tradução nova para Fruits Basket MESMO!


Semana passada, passei um bom tempo discutindo com meu marido sobre se valia a pena, ou não, lançar tardiamente um mangá.  Qual seria a diferença entre um título ser relevante em seu tempo e continuar importante por muitos anos depois?  Por exemplo, A Rosa de Versalhes ( ベルサイユのばら).  Foi importante em seu tempo e continua sendo uma obra relevante por sua força dramática e por ser um documento importante na História dos Mangás como um todo e dos shoujo mangá em particular.  

Por outro lado, eu não me arriscaria a lançar Ace Wo Nerae! (エースをねらえ!) por mais importante que a obra seja no Japão até hoje, porque é longa, nós não vimos o anime e nem temos essa fixação toda por tênis.  Fora que, em linhas gerais, por melhor executada que tenha sido, por mais que eu ame as personagens e a história, ela não foi um marco na história do mangá, já seu anime... 

Ace Wo Nerae! tem um efeito duradouro
na cultura pop japonesa, mas seria uma obra
relevante a tal ponto para ser lançada no Brasil?
Comentei de Hana Yori Dango (花より男子), porque é um clássico, é relevante até hoje, mas é uma aposta muito arriscada.  E ainda tem o traço da autora, que era muito fraco no início da série.  Se os doramas bombassem por aqui, quem sabe?  Mas tudo começou com ele reclamando que Ah! Megami-sama (ああっ女神さまっ) deveria ser lançado no Brasil, que a série tem fandom no Japão, que o desenhista passa por uma evolução absurda no seu traço (*Sim!  Verdade, verdadeira, assim como em Hanadan, só que melhor.*), apesar dos altos e baixos da série e do protagonista ser um mané. 

De minha parte argumentei que Ah! Megami-sama era somente mais uma série de harém como tantas outras, que bombou por algum tempo, mas que é absolutamente esquecível, fora que demorou horrores para terminar, foi publicada entre 1988 e 2014.  Bati pé que poderia até vender (*a gente não sabe mesmo o que vende, ou não, porque nenhuma editora se dá ao trabalho de publicar dados sobre isso*), mas que havia coisa muito mais interessante da mesma época para lançar.  Citei, então, Gunsmith Cats (ガンスミス キャッツ), uma série que meu marido adora e que eu considero bem interessante.

Mangá com meninas bonitinhas, fazendo coisas bonitinhas
e orbitando em torno de um sujeito bem medíocre.
"Eu faria um post no Shoujo Café sobre Gunsmith Cats, mas não faria sobre Ah! Megami-sama." "Seria negligencia sua!"  "Seria, uma ova!  O que eu falaria de Ah!  Megami-sama?  Que as deusas são bonitas?  Já em Gunsmith Cats, as protagonistas são mulheres, é uma série de ação.  Rally é uma caçadora de recompensas.  E tem muita coisa complicada na série que renderia discussão, também."  Entro no Mais de Oito Mil e me deparo com a informação de que a JBC vai lançar, Gunsmith Cats... Não, espera... É meio outra coisa:
"O primeiro foi Gunsmith Cats Burst (5 volumes), uma continuação direta do mangá Gunsmith Cats (8 volumes). Já conhecíamos a mania da JBC de licenciar mangás e nunca trazer suas continuações, mas essa é a primeira vez na qual a editora opta por trazer a continuação sem nunca ter publicado o original. É quase como a Panini publicar o Boruto, sem nunca ter trazido o Naruto! Uma série animada em 3 capítulos chegou a ser exibida no Brasil em meados dos anos 90 pela Locomotion."
Enfim, a JBC está com muito crédito comigo, lançou A Rosa de Versalhes e Orange  (オレンジ), mas quem teve essa ideia de lançar a continuação antes do original?  Gunsmith Cats Burst depende do que veio antes, da construção das personagens, de seu desenvolvimento.  Não é uma história totalmente independente.  Como assim, começar da segunda parte?  Imagina começar a lançar Hana Yori Dango pela continuação, Hana Nochi Hare ~HanaDan Next Season~ (花のち晴れ〜花男 Next Season〜), pois mesmo com personagens novas, ela depende absolutamente da série original.  Vai entender... 

Imagina começar a lançar
Hana Yori Dango por sua continuação?
Enfim, e a JBC tinha dito no Henshin on Line 214 a informação de que ajustaram a tradução original de Fruits Basket (フルーツバスケット) para a nova ortografia e, bem, é a mesma lá de 2005 (*Agradeço ao pessoal do Shoujo Club pela ajuda!*).  Pulem para o minuto 6 que é quando começam a falar disso.  Lamentável, porque os problemas da tradução/adaptação não estavam ligados somente à questões ortográficas. 

Não estava bom daquele jeito, simplesmente era como a JBC fazia na época.  Em uma nova edição e de luxo, eles tinham obrigação de fazer melhor.  De qualquer forma, como eu escrevi no post mais cedo, quero saber se vão manter a censura homofóbica ao texto original que aconteceu no capítulo 21, ou não.  E, bem, é neste Henshin on line que anunciam Gunsmith Cats Burst, também, e com um "Não se preocupem, é uma história independente.", que fez meu marido pular na cadeira, aqui, do lado. Não faz sentido e nem sei se dá para rir dessa insanidade.

3 pessoas comentaram:

O mercado de mangás daqui é uma lástima. Depois ficam colocando a culpa nos consumidores, "ai, Brasil não é pra amadores". E eles são oq? Profissionais? Bizarro...

Gunsmith Cats é uma série divertida, violenta e adulta, com muitos tiros e sexo.
Sonoda é um mangaka muito competente em cenas de ação, e seu design mecânico é de primeira. Carros e armas são retratados à perfeição.
Com certeza ele teria boa vendagem no Brasil, mas pinçar uma série que claramente é continuação e evolução de outra anterior, só porque é menor ou mais recente, é de uma burrice atroz, e uma desfeita aos fãs do autor.
Aproveitando o tema, é um tiro no pé da JBC.

Ah! Megami-sama é invendável no Brasil. É longo demais, com uma história de harém arrastada e sem graça. A arte do Fujishima realmente evolui de forma absurda do 1o volume aos demais. Até a personalidade do protagonista muda também, tornando-se um pouco mais "mané" do que no 1o capítulo. Eu cheguei a comprar vários volumes em japonês, pela arte e de um certo saudosismo por conta dos OVAs que encomendei do finado BaC. Mas quando percebi que não teria como ler em japonês e que a série era interminável, eu larguei.
Os fãs que me perdoem, mas em termos de história, Ah! Megamisama é uma enorme perda de tempo.

Assisti algumas temporadas de Ah! Megami sama pela arte, que é muito bonita, mas uma certa hora cansa só ver traços bonitos sem história interessante.
Bom saber que fruits basket nao foi melhorado! Peguei na banca, mas pelo preço arrisquei esperar alguma promoção da amazon, e pelo jeito, vou ficar só com o remake do anime mesmo! Uma pena...

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