sábado, 15 de fevereiro de 2020

Mais da metade das mulheres jovens japonesas solteiras tem dificuldades em se sustentar



O Sora News trouxe uma matéria sobre uma pesquisa feita no Japão com 350 mulheres solteiras na casa dos vinte anos e morando sozinhas.  O SN começa falando de como é alto o custo de vida no Japão, especialmente, em Tokyo, e que 49,9% das entrevistadas diz receber 200 mil ienes ao mês, ou menos.  Isso corresponde a US$2.094,38, com o câmbio a 4,40 reais, seria R$9215,27.  Parece muito para os nossos padrões brasileiros, mas, no caso do Japão, não é.

O SN começa dizendo que os valores de aluguel em Tokyo normalmente começam nos 70 mil ienes e podem chegar a mais de 100 mil com facilidade. Isso para um apartamento modesto.  Logo, um salário de 200 mil ienes é muito pouco.  Os gastos mensais das entrevistadas são de cerca de 143.685 ao mês e cerca de 28,6% gastam entre 100 mil e 150 mil ienes com contas e necessidades básicas.


Os planejadores econômicos normalmente recomendam que 50% do salário seja destinado ao aluguel e outras despesas obrigatórias, 20% seja guardado e 30% fique para as outras despesas pessoais.  Recebendo 200 mil ienes, essa conta não fecha.  21,2% dizem gastar mais do que recebem.  Elas não conseguem guardar nada e ainda estão se endividando.  14.6% diz que não consegue guardar mais do que 10 mil ienes do seu salário.

33,5% das entrevistadas trabalham em escritórios. 13,3% está no setor de serviços e 9,5% trabalha em regime de homeoffice.  36,6% diz ter dois empregos para conseguir sobreviver. Akirako Yamamoto da FP Woman, uma empresa de planejamento econômico, diz que a pesquisa pode estar errada, porque há uma grande diferença salarial entre as mulheres no início dos seus 20 anos e as que estão chegando nos 30 anos.  As mais jovens ainda estão na faculdade, trabalham em meio expediente e isso tem impacto nos salários e nos números.


Embora todas essas estatísticas mostrem uma imagem geral da vida dessas mulheres de 20 anos, uma pergunta realmente se aprofundou em cada uma das suas experiências pessoais: "Como você se sente com relação à sua renda e gastos mensais?" Ainda que cerca de 43,4% das entrevistadas se sintam bem com sua situação financeira, com 11,4% dizendo: "Eu tenho bastante espaço de manobra" e 32% dizendo "Estou indo bem", a maioria não se sente confortável com suas finanças .

47,1% disseram que "o dinheiro está um pouco apertado" e 9,4% disseram que "o dinheiro está muito apertado". Algumas participantes também adicionaram respostas como “Parece que não vou conseguir um emprego permanente em tempo integral, por isso estou preocupada com meu emprego/renda” e “Não importa o quanto eu trabalhe, não ganho o suficiente para compensar minhas despesas”. Outras falaram sobre como isso afetou suas vidas: “Eu parei de carregar meu cartão bancário e cartões de crédito e estou tentando não gastar dinheiro” e “Eu desisti de meus hobbies e perdi amigos porque parei de sair com eles. "


Não é um cenário animador, eu diria, mesmo levando-se em consideração, e o SN coloca isso, que a amostragem é pequena.  O texto não fala em diferenças salariais entre homens e mulheres, mas eu fui atrás e encontrei dados do ano passado.  A diferença salarial média é de 24.5%, alta para um país desenvolvido, mas em queda nos últimos 15 anos.  O SN comenta, no entanto, que quando o assunto é casamento, muitas mulheres jovens, isto é, aquelas que não tem um emprego que lhes pague condignamente, ou uma profissão, acabam dizendo que se casariam, desde que fosse com um homem rico.

1 pessoas comentaram:

Se não tá fácil lá, imagine aqui. São Paulo também é uma cidade com um custo de vida alto. O preço de moradia aqui anda terrível.

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