segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Comentando Marighella (Brasil/2019): Um filme necessário e que dialoga com o Brasil de nossos (tristes) dias

Finalmente, assisti Marighella, o primeiro filme dirigido por Wagner Moura.  Ele estreou no Globoplay ontem e eu fiquei vendo o filme e parando durante boa parte da manhã.  Ter que interromper o filme e,  não, assisti-lo como se deve, isto é, no cinema, é ruim, principalmente por roubar muito da sua emoção, por outro lado, poder parar um filme, permite analisá-lo melhor, ver com mais clareza seus pontos fortes e fracos.  Escrito isso, Marighella tem muito mais pontos fortes do que fracos.  Ele funciona bem como filme com drama, ação e até humor, o que me surpreendeu, além de pés firmes na História, enfim,  um filme muito necessário em nossos dias.  Começarei resumindo o filme e, a seguir, farei meus comentários, não esperem por nada muito organizado.

Marighella (Seu Jorge) acompanha a militância política da personagem título durante os anos de 1968 e 1969, focando no seu papel na organização da guerrilha urbana que se insurgiu contra a Ditadura Civil-Militar que tomara o poder 1964 com o apoio do governo norte-americano.  O filme tem breves flashbacks mostrando o início do regime e o forte vínculo do protagonista com seu único filho, mas seu foco é o final da vida de Marighella, as contradições e limitações da luta armada no Brasil e a participação de múltiplos setores sociais no movimento: operários, estudantes, frades dominicanos, velhos militantes do PCB etc.  Além disso, Marighella foca na repressão aos guerrilheiros e no papel do terrível delegado Lúcio (Bruno Gagliasso), que não descansou enquanto não aniquilou a guerrilha urbana na cidade de São Paulo.

Começando do começo, o filme Marighella foi apresentado no Festival de Berlim em 2019 e demorou dois anos para estrear, porque foi boicotado pela ANCINE, agência subordinada ao governo federal.  Marighella é um filme político que conflita com o que defende o atual governo, isto é, reescrever a História do Brasil glorificando a Ditadura Civil-Militar, transformando torturadores em heróis e demonizando todos aqueles que resistiram ao regime, de forma pacífica, ou pegando em armas, tanto faz.  O filme foi baseado na biografia Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo de Mario Magalhães e dialoga o tempo inteiro com questões de nossos dias.  Isso pode ser visto inclusive na postura crítica em relação à luta armada, a opção de Marighella frente à escalada de truculência do regime militar.  

É até curioso, porque aparentemente alguns acreditam que Wagner Moura estaria usando o filme como uma peça política de apologia à luta armada, mas o filme é tudo, menos maniqueísta.  O fato é, e estou repetindo o que escrevi muitas vezes em tantas outras resenhas, um filme histórico não raro fala mais do presente, das angustias e esperanças de quando foi produzido, do que do passado que visa retratar.  Marighella é um sólido filme histórico, mas não foge a essa fórmula.  E há uma cena pós-crédito que me incomodou, na qual os atores e atrizes que fazem os guerrilheiros aparecem cantando o hino nacional.  Já me explicaram que é um pedaço de um ensaio de voz do elenco.  Vi um monte de entrevistas com Wagner Moura e não vi nenhuma na qual ele explicasse a cena.  OK.  

Qual o objetivo da cena?  Simples, tomar posse de um símbolo pátrio que foi sequestrado pela extrema-direita.  É importante esse tipo de movimento, eu sei que é.  Além disso, ao longo do filme, mais de uma vez, os guerrilheiros usam para si a palavra "patriota", tão presente em nossos dias, nada disso é de graça.  De qualquer forma, a cena dos atores cantando gritando o hino nacional com lágrimas nos olhos, me fez lembrar da Copa do 7X1.  No cinema, repito, talvez, eu ficasse emocionada, também.  Em casa, aquilo me enervou, especialmente, porque os maiores defeitos do filme estão no seu final.  Desde Munique não via um filme com barriga no final, porque, sim, o filme deveria se fechar rapidamente após a morte do protagonista e ainda temos uns 20 minutos.  

Mas antes que eu coloque o carro muito à frente dos bois, vamos apresentar o protagonista.  Carlos Marighella (1911-1969) nasceu em um 5 de dezembro, era filho de um imigrante italiano e de uma descendente de sudaneses escravizados.  Nasceu em Salvador, em um bairro pobre, a Baixa do Sapateiro.  Um ponto importante, e fiz um texto quando a polêmica foi levantada ainda em 2019, provavelmente Marighella não tinha a pele tão negra quanto Seu Jorge, mas era reconhecido como preto em sua época e foi vítima de racismo.  Fora isso, Wagner Moura bem colocou em uma das suas entrevistas que decidiu empretecer Marighella, porque isso seria importante para a narrativa e que raramente quando personagens históricas são embranquecidas ouvimos tantas reclamações.  É fato.  E posso citar muitos exemplos se alguém desejar.  Seu Jorge está muito bem no papel.  Muito mesmo.

O pai operário de Marighella o estimulou a estudar e o filho correspondeu, terminando brilhantemente os estudos e ingressando no curso de Engenharia.  Marighella era bom com números e com as letras, e foi poeta, também.  Em 1934, em pleno período de polarização do Governo Vargas (comunistas x fascistas), entrou no PCB e abandonou a universidade.  A militância o levou a uma primeira experiência na prisão.  Ainda no Governo Vargas chegou a ser torturado no cárcere.  Com a abertura, em 1945, elegeu-se deputado federal, mas teve seu mandato cassado quando o PCB foi banido em 1947.  No meio das agitações políticas, conheceu a operária Elza Sento Sé (Maria Marighella) com quem teve seu único filho (personagem muito importante no filme) em 1948.  Voltarei ao filho de Marighella mais tarde e já digo que, infelizmente, não encontrei o nome dos dois atores que interpretaram o menino.  Uma lástima!

Elza, no entanto, não foi a companheira de sua vida, mas a militante comunista Clara Charf  (Adriana Esgteves), que o filme opta por excluir das ações guerrilheiras da  Ação Libertadora Nacional (ALN). A Clara do filme é contra a luta armada, a real não pegou em armas, mas participou das atividades de planejamento dentro do grupo.  A escolha por isentar Clara, por colocá-la, inclusive, se opondo à luta armada, retira de cena a única mulher que poderia estar em uma posição de comando, ainda que subordinada à Marighella dentro da guerrilha.  Não considero o filme machista, mas esta opção do roteiro precisa ser pontuada.  De resto, há mulheres no grupo de guerrilheiros, duas, Bella (Bella Camero) e Maria (Ana Paula Bouzas), e elas são tão atuantes quanto os homens, não há tratamento diferenciado.

Enfim, o filme discute muito bem dois pontos, o primeiro, a repressão não esperou 1968 e o AI-5 para prender, torturar e eventualmente matar opositores. É importante ressaltar isso, porque há quem tente culpar a radicalização de setores da esquerda pelo recrudescimento da ditadura.  Desculpem, isso é desinformação, ou má fé.  A questão é que a partir de 1967, as coisas se tornaram cada vez mais pesadas e não somente para quem estava na luta armada, ou em uma militância política explícita.  A personagem de Herson Capri, o jornalista Jorge Salles, militante velho do partido comunista, companheiro e amigo de Marighella, e inspirado parcialmente no jornalista Hermínio Sacchetta, é um exemplo disso.  Ele nunca pegou em armas, era contra a luta armada e não foi poupado.  O mesmo vale par aa esposa e os filhos crianças de Jorge (Jorge Paz), que é inspirado no líder operário Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político pós-AI-5.  Ilda, este é o nome dela, aparece no documentário A Torre das Donzelas (*resenha aqui*) e nada sabia das atividades do marido. Querem um documentário que ilustre melhor o tema?  Sugiro Os Militares da Democracia: os militares que disseram Não.

O segundo ponto importante, Marighella e seu amigo Branco (Luiz Carlos Vasconcelos), na verdade o guerrilheiro histórico Joaquim Câmara Ferreira (Comandante Toledo) não representam o PCB, especialmente, sua velha guarda.  Na cena em que Jorge comunica à Marighella e Branco que o PCB não apoia a luta armada e que eles serão expulsos do partido, isso fica evidente.  A maioria dos guerrilheiros era muito jovem.  Já o PCB acreditava que não havia possibilidade de fazer uma revolução no país, não sem a mobilização das massas, e, algo que não é discutido no filme, a crença quase religiosa que antes de uma revolução comunista precisávamos de uma feita pela burguesia.  Há gente repetindo isso até hoje.  Marighella e seus companheiros e companheiras não queriam e acreditavam que não podiam esperar, além disso, olhavam para Cuba e se enchiam de esperança.

Em relação à narrativa, o filme Marighella não é linear, mas é  muito bem montado, alternando sequências de ação, como o assalto ao trem no início da película com cenas mais intimistas  torturou de a e até de humor.  Porque algo realmente interessante é que há humor em Marighella e ele depende principalmente de Seu Jorge e da sua interação dele com Luiz Carlos Vasconcelos.  É um humor discreto, mas ajuda a humanizar as personagens.  Aliás, um acerto muito, muito grande, é que as personagens não discursam, como é comum em produções históricas brasileiras.  Se você lê minhas resenhas, já deve ter visto este comentário várias vezes.  As personagens conversam, falam de coisas sérias e de amenidades, bobagens até, eles parecem gente de verdade, ainda que sujeitas a situações extremas.  Incluso aí o vilão maior do filme, o delegado interpretado por Bruno Gagliasso.

Não entendi por qual motivo não usaram as personagens históricas com os seus nomes reais, já citei vários exemplos, mas, enfim,  Bruno Gagliasso no filme é o Delegado Lúcio do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e da OBAN (Operação Bandeirantes), que está no filme, mas não é citada nominalmente.  Pois bem, Lúcio é o famoso Delegado Fleury, um agente do regime fundamental para o massacre da guerrilha urbana, mas, também, envolvido com os esquadrões da morte comuns, corrupção, extorsão e, bem, quando ele não foi mais útil ao governo, foi eliminado.  Aliás, há uma cena muito boa na qual o delegado, uma personagem muito arrogante e segura de si, enfrenta um dos representantes do governo norte-americano (Charles Paraventi) e é ameaçado meio que nessa linha, um dia, ele pode não ser essencial. 

Eu li algumas críticas e comentários de gente se espantando com o desempenho de Gagliasso, são pessoas que certamente nunca o viram atuar nas telenovelas.  Sabe o desprezo pela teledramaturgia nacional?  Pois é... Desde muito jovem, Gagliasso se especializou em compor tipos e ele se entrega com muito empenho aos seus papéis que podem ser desde o jovem esquizofrênico, passando pelo adolescente gay no armário, o caipira espertinho e, agora, o delegado sádico, porém muito inteligente.  Não pintam Lúcio como psicopata, um caminho fácil, mas um estrategista que, sim, tem prazer no exercício do seu poder que inclui, claro, torturar, intimidar e matar.  Infelizmente, uma das poucas frases clichê do filme está na boca da personagem, ele diz ao norte-americano que o "Brasil não é um país para principiantes.".  Poderia não estar lá.  Outro ponto interessante seria mostrar um tiquinho da relação de Lúcio com a filha criança, porque, bem, o monstro também tem família.  Ela até aparece, mas é muito rápido, a menina não tem falas.

Já a relação de Marighella com o filho é central para a trama.  Um dos flashbacks do filme é 1964, o protagonista ensinando o filho a nadar na praia e lhe fazendo uma promessa.  Eles iriam se rever.  Marighella manda o menino para Salvador e o garoto vê o pai sendo espancado e preso.   Acompanhamos parte do dia-a-dia do menino e as pressões que ele sofre por ser filho do inimigo nº1 do Regime.  Achei problemática, no entanto, que o menino tenha afrontado um professor dizendo que "foi golpe, não, revolução".  Sei que é mais uma das cenas para falar do presente, mas veja o quanto o filho de Marighella era visado e o que poderia acontecer com ele por causa disso.  

Lembrei de uns iranianos comentando no Orkut uma cena de Persépolis, quando a protagonista enfrenta uma professora e uma pessoa escreveu algo como "Se a gente fizesse algo assim naquele momento do regime, nossos pais nem iriam encontrar o nosso corpo.".  Pois é.  Em dado momento, o Delegado Lúcio coloca um policial para espioná-lo.  Já Marighella grava fitas contando o quanto ama o filho e lhe passando parte das suas experiências e conselhos.  As fitas são uma boa invenção do filme, aliás.  A película também optou por tornar o filho do protagonista mais jovem, em 1964, ele já tinha 15 anos.  

O que me enervou e eu vejo como problema do filme é que Marighella, tão experiente, tão responsável, tenha colocado em risco o filho, o amigo, Frei Henrique (Henrique Vieira), a si mesmo e outros, para encontrar com o filho na Bahia.  Ele havia repreendido Jorge por fazer o mesmo, por ir ver a esposa e os filhos.  Pareceu-me que o objetivo era humanizar ainda mais o protagonista, algo que já estava mais que consolidado.  Se eliminassem esta parte, o filme seria ótimo e ficaria uns 25 minutos menor.  Também foi problemático Marighella ir visitar Clara às vésperas de sua morte.  Sendo ela companheira do guerrilheiro, o inimigo nº1 do regime, ela estaria sendo vigiada.

Muito bem, me pareceu um tanto abrupta, também, a mudança de espírito de Marighella, de alguém que diz em dado momento que não tem tempo para ter medo, que vê na luta armada um meio não somente legítimo, mas necessário, em alguém que perde a esperança em relação a este instrumento.  A meu ver, mesmo que sem condenar Marighella e seu grupo, o roteiro tentou criticar a opção pela via da violência que, em dado momento do filme passou a assumir para si um viés de terror contra os agentes do regime.  Por exemplo, a ação da ALN com o MR-8 (Movimento 8 de Outubro), o sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, uma das mais impressionantes da época, é tratada como um erro por Marighella, que não tinha participado de seu planejamento.

Se esse tipo de reação é importante para mostrar o quão fragmentado eram os movimentos contra a ditadura, me parece mais um caminho para condenar a opção pela luta armada, meio que como uma resposta às sensibilidades contemporâneas.  É o olhar de hoje, de quem sabe como a história terminou, sobre os eventos do passado, meio que tentando moralizá-los.   Há até a ênfase de que, agora, o regime iria massacrá-los.  Mas já não estava antes?  É bonito o discurso na cena da morte de Humberto (Humberto Carrão), mas é outro exemplo de como o filme parece querer negar o valor da luta armada. Inclusive com a desgraceira que se segue. O fato é que guerrilheiros preferencialmente não devem ter família, precisam mudar de aparência e nome.  No filme, somente Marighella usa algum disfarce.

Claro, é importante saber quando recuar, mas Marighella e outros fazem esse salto de compreensão de forma muito abrupta no filme.  Como ponto curioso, há a resistência de Bella em se deixar tutelar pelo líder, ela se recusa a abandonar a luta.  De qualquer forma, qual seria o caminho?  Havia algum?  Como resistir a um Estado que tinha os meios de repressão e controle da informação nas suas mãos?  Aliás, uma das partes mais interessantes do filme, das que mais gostei, é quando eles mostram a tomada da rádio e a leitura do manifesto à nação.  O rádio, mais que os jornais, ou a TV, era o meio de comunicação mais efetivo da época e ainda tem muita importância em nossos dias.  Porque uma discussão que atravessa o filme inteiro é de como a censura estatal impedia que o povo pudesse se informar e aderir a revolução.  Aliás, o delegado compreende isso e usa a imprensa contra os guerrilheiros, ao apresentá-los como criminosos, terroristas, facínoras, enfim.

Foi bem legal, ainda que tenha se afastado um tanto da história.  A transmissão tinha sido pela manhã, mas, no filme, acabou aparecendo interrompendo um jogo de futebol importante.  Olha, se Marighella tivesse posto seu manifesto no ar interrompendo um jogo de Santos, Palmeiras, Coríntias, porque aconteceu em São Paulo, não ia ter revolução, nenhuma, não.  Se interrompesse uma novela, ou o Carnaval, também iria dar problema.  Muita falta de consideração com o povo trabalhador!  Iria é ter quebra-quebra.  OK, OK, liberdade poética.

Estou chegando ao final do meu texto, porque se eu estou cansada de escrever, vocês devem estar cansados de ler.  O filme é bom?  É, sim.  A Valéria viu problemas nele? Sim, e dissertei o quanto pude sobre eles.  Recomendo o filme?  Muito.  Poderia ser mais curto?  Com certeza.  A parte da visita ao filho poderia ser cortada e tudo que vem depois da morte de Marighella precisava ser repensada, porque me lembrou o filme Munique (*não resenhava filmes nessa época*), que tem uma barriga no final da película.  Complicado isso.  Eu fecharia com a personagem de Bruno Gagliasso e os dizeres "Justiça & Verdade" atrás dele.  Mas eu não fiz o filme.  E, fechando com amenidades, Seu Jorge, Herson Capri e Luiz Carlos Vasconcelos estão muito charmosos no filme.  E a cena de Herson Capri se arrumando lentamente para ser preso foi excelente e olhando o delegado de Gagliasso de cima, foi maravilhosa.

E, sim, a redatora desse texto tem lado, é o da democracia, a que nós temos, no momento, é a burguesa, que está sob ataque.  Não acredito que precisemos de heróis e heroínas, mas, com certeza, temos vilões, os monstros de verdade, como faço questão de explicar para a minha menina desde que ela tinha uns dois anos de idade.  E vejo que estamos correndo o risco sério de perdermos o mínimo que temos de direitos civis, trabalhistas e outros.  Espero mesmo que não cheguemos à encruzilhada dos militantes dos anos 1960.  Pegar em armas, ou não?  Mas enfrentamos problemas semelhantes, a alienação da maioria da população em relação ao que realmente deveria importar, a justiça, alimentação, educação, um salário digno para todos e todas.  E isso não está somente na boca dos comunistas, ou nas palavras do Marighella do filme, mas na Bíblia que uns e outros dizem quer deveria guiar esta nação.  É isso.  Filme muito, muito importante e que merece ser assistido.

Se vocês quiserem complementar Marighella com outras obras, recomendo: O que é isso Companheiro?, concorreu ao Oscar, não é um bom filme,talvez precise rever o filme, mas é sobre o sequestro do Embaixador Norte-Americano; Batismo de Sangue, que trata especificamente dos frades dominicanos envolvidos com os grupos de resistência, aliás, não vi o filme ainda; e a minissérie Anos Rebeldes, que faz um painel maior do período inteiro a partir de um olhar de classe média carioca, com personagens que discursam (*infelizmente*), mas que é, ainda assim, muito bom.  Outras três sugestões de documentários, além dos que estão no corpo do texto, são O Dia que Durou 21 Anos, sobre a participação dos Estados Unidos no Golpe de 1964; AI-5 O Dia que não Existiu, autoexplicativo; e Os Advogados contra a Ditadura: Por uma questão de Justiça, que mostra como a ditadura obstruiu o direito ao acesso à Justiça e perseguiu, prendeu e torturou mesmo os advogados.

1 pessoas comentaram:

Excelente resenha, Valéria!

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