segunda-feira, 18 de março de 2024

Editor da revista Betsufure explica por qual motivo temos mais adaptações de shoujo para dorama do que para animação

O Manga Mogura trouxe o resumo de uma entrevista com a editora da revista Betsufure.  Não sei se é a responsável pela revista inteira, ou por um número de títulos, em especial.  O MM não colocou editor-chefe, então, imagino que seja editor mesmo.  São somente três parágrafos, mas é importante deixar essa informação registrada aqui:  Segue o texto traduzido do post o que está entre colchetes é comentário meu:  

Informações interessantes de uma entrevista recente com uma editora de mangá da revista de shoujo mangá Bessatsu Friend:

- A razão pela qual os mangás Shoujo são mais frequentemente adaptados como live-action do que anime é que os cineastas precisam de um certo número de filmes de romance dentro de um ano para atender à demanda do mercado para assistir em datas [especiais], etc. [Há demanda de mercado, as agências querem vitrine para seus idols e é mais barato fazer dorama do que fazer anime.] Além disso, essas histórias oferecem papéis adequados para jovens atores bonitos. Além disso, os orçamentos de anime são mais altos, portanto, mais adequados para histórias Shounen e os cineastas/responsáveis ​​são mais frequentemente homens. [O mercado de shounen mangá é mais amplo, os custos de se fazer uma animaçã0 são maiores, e a maioria dos responsáveis pela execução e escolhas são homens.  Logo, para apostarem em um shoujo anime, eles precisam ter certeza de que vai dar certo, porque já está funcionando muito bem como livro, mangá ou game.]

- Os mercados Shoujo estrangeiros não são importantes/considerados na criação de obras. A continuação do mangá será decidida após o lançamento do volume 2 no Japão. As vendas internas são geralmente o principal fator decisivo se uma obra é cancelada ou não. [E isso vale para todas as outras demografias.  Não é coisa só de shoujo mangá.]

- De acordo com esta editora, o shoujo mangá está em desequilíbrio no momento com muitos trabalhos focados em romance, mas é isso que está vendendo melhor. Esta tendência tem ocorrido nos últimos 10-15 anos e acredita-se que seja causada pelo terremoto de Tohoku e pelo desejo de ler histórias mais fáceis de digerir após a tragédia.  [O sofrimento alimenta a necessidade de escapismo, mas será realmente que o gênero romance, que deve ser romance escolar, cresceu tanto assim?  Afinal, desde meados dos anos 1960, é o gênero dominante dentro do shoujo mangá.]

Logo em seguida, comentando o post do Manga Mogura, alguém postou o link de uma entrevista feita com uma editora da revista Betsufure, Mayu Nakamura, profissional responsável por alguns títulos.  Ela é longa, talvez, eu traduza.  O link está aqui.  Eu traduzi somente a opinião (*porque é opinião*)  de Nakamura sobre o que diferencia shoujo de shounen e seinen.  Com certeza, ela deve estar usando shoujo para englobar josei, também:

Manga Passion: O que pessoalmente mais lhe agrada em trabalhar com shoujo mangá? O que você diria que é o apelo desse tipo de mangá?

Nakamura-san: Na minha opinião, o que distingue os mangás shoujo dos mangás shounen e seinen é que eles abordam e retratam o eu interior de uma pessoa. Por exemplo, o ambiente social após o nascimento e o crescimento, os problemas familiares, etc. são desenhados como se você estivesse se colocando no lugar da pessoa. Acho que os leitores veem as pessoas dessa forma e, portanto, acham isso interessante. Portanto, também acho que o shoujo é um segmento onde a personalidade de cada manga-ká aparece com força e as emoções dos personagens são retratadas com cuidado. Fico feliz quando a visão de mundo do manga-ká toma forma e eu posso refletir a visão de mundo dos artistas de uma forma que agrada aos leitores da mesma era moderna. É por isso que acho que o apelo do shoujo manga reside na estreita colaboração com o manga-ká. É difícil explicar.

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