Zutaboro Reijou wa Ane no Moto Konyakusha ni Dekiai Sareru (ずたぼろ令嬢は姉の元婚約者に溺愛される) ou Betrothed to My Sister's Ex estreou no dia 5 de julho. Trata-se de uma série derivada de light novel, a autora é Tobirano com ilustrações de Murasaki Mai. Já o mangá, que é publicado na revista GauGauMonster é de autoria de Nakakura Chikage. Aparentemente, é mais uma série de cinderela e noiva substituta, algo que está em evidência desde quando Watashi no Shiawase na Kekkon (わたしの幸せな結婚) estava fazendo um sucesso avassalador. O anime foi anunciado em julho do ano passado. O ponto de partida da história é o seguinte:
"A filha do meio de um barão empobrecido vivia sob a sombra da irmã, nada na casa era para ela. Seu cabelo é cheio de bolas de pelo, ela não tem um único vestido de qualidade e tudo o que tem são roupas esfarrapadas de trabalho. Sua irmã chamou a atenção de um nobre rico, mas morreu a caminho do casamento. Por conta disso, Marie foi enviada como noiva substituta no lugar de sua irmã, porque o barão não conseguiu devolver o dote, que já tinha sido dado pelo conde. (...) Uma linda e feliz história de amor sobre a filha de um barão falido e um conde charmoso."
O mocinho, o Conde Kyros, se apaixona por Marie, logo que a conhece e demonstra isso, o que destoa da média. Só que ele não sabe o nome da moça, sabe que ela é filha do barão Sharedan e que o nobre falido teem duas filhas. Em sua casa, Marie é tratada como criada, humilhada todos os dias pela mãe e pelo pai, obrigada a vestir roupas velhas e, mesmo em sua festa de aniversário, recebe um vestido que, segundo Kyros lhe dirá mais tarde, parecia ser de freira ou de viúva. Além de todo o trabalho doméstico, ela ainda tem que fazer o trabalho de escritório do pai, seu único pequeno prazer é ler livros. E ela é apaixonada pela República de Ipsandros e sabe tudo sobre aquele lugar. Marie é muito prendada, mas sempre repreendida pelo pai e pela mãe, inclusive sendo advertida que uma mulher não deve parecer inteligente ou mostrar que sabe muita coisa.
Ao expressar sua admiração por Ipsandros, país de mãe de Kyros, sem saber quem ele é, ela conquista seu coração. Kyros termina fazendo a proposta para a irmã mais velha da família, Anastasia, por engano, ele não sabe o nome de Marie e ela parecia mais velha que sua irmã loura e delicada. Enfim, Anastasia morre no caminho (*acredito que não, ela deve ter tramado uma fuga para realizar seu sonho de se tornar estilista*) e os pais monstros de Marie decidem mandá-la no lugar da irmã. Motivo? Eles já tinham vendido todos os ricos presentes de noivado. Antes de Marie saber que irá se casar, porém, ela é acusada pela mãe de ter inveja da irmã, ouve que ela é que tinha que ter morrido e quase é morta à pancadas. O pai a salva, não por gostar dela, mas porque ela precisa se entregue em casamento ao conde e intacta.
No caminho, o pai a orienta a ser dócil e obediente e que se deite com Kyros pelo menos uma vez. O pai lhe diz que ele deve mandá-la embora e que, ao voltar para casa, ele e sua mãe a orientariam de como proceder. Acredito que ele espere que ela engravide e possa usar isso para arrancar dinheiro do conde, só pode. Ao chegar no castelo do noivo e depois de ser quase barrada na porta junto com seu pai, ela é reconhecida pela maid-guarda-costas de Kyros, que fica muito feliz por reconhecer a moça por quem seu patrão estava apaixonado. Lá dentro, Kyros está inconsolável, ele acredita que perdeu a mulher por quem se apaixonou à primeira vista, não quer nem ver a noiva substituta, mas ao saber que tinha se enganado, ele fica eufórico e todos começam a se esforçar para que Marie se sinta mais que em casa, que ela se torne a senhora do lugar. Só que ela ouve, antes de estar cara a cara com Kyros, o rapaz dizendo que não queria outra mulher que não fosse Anastasia.
Ela é até aprovada pela mãe do noivo, que parece ser uma mulher impressionante, além de muito bonita, o único defeito que a sogra vê nela é falta de confiança e diz que ela precisa aprender algumas coisas antes do casamento, porque a esposa de um futuro duque precisa entender o lugar que ocupa. Só que Marie foi tão humilhada, que ela não acredita que possa ser amada. Mais tarde, Kyros tenta fazer com que Marie confesse que era maltratada em sua casa, ela resiste, ela se culpa, ela ouviu sua vida inteira que era feia por ter cabelos vermelhos, ter sardas e ser alta como um homem. Em sua família, somente Anastasia a amava e tratava bem. Muito que bem, só que no final do episódio, quando Kyros a pede oficialmente em casamento, ela entra em pânico e diz que não pode aceitar, porque não é digna dele.
Achei esse primeiro episódio bem forçado em certos momentos. O character design e animação são bons, mas faltava alguma coisa e o episódio dois ajudou a adensar a história. O episódio dois começa com dois flashbacks. Em um deles, vemos Kyros procurando por Marie na noite em que a conheceu, porque ao colocar os olhos sobre Anastasia, ele sabe que não foi por aquela mulher que ele se apaixonou. De qualquer forma, ele termina enviando uma proposta.
O outo flashback é do passado de Kyros. Sua mãe era concubina do duque e, como os japoneses muitas vezes montam esses mundos de fantasia que parecem Europa sem atentar para os comportamentos sociais aceitos, o sujeito a leva para dentro de casa. Concubina, normalmente, tem uma casa separada, no Ocidente, não se mistura concubina com esposa. De qualquer forma, a esposa oficial do duque trata muito mal a mãe de Kyros, mas é gentil com o garoto. Ela lhe dá biscoitos e eu até achei que ela fosse envenená-lo, na verdade, é ela que comete suicídio depois de ouvir o marido dizendo que irá deixar os títulos e as terras para o filho com a concubina e lamentar que a esposa legítima só tivesse lhe dado filhas. Há três meninas, mas elas não foram apresentadas.
Depois disso, sem muita explicação, porque o duque jamais aceitaria ficar sem o filho, é dito que a mãe de Kyros partiu com ele para Ipsandros e que ele cresceu lá, entre os comerciantes. Só que, também sem explicação, ele e a mãe voltam e Kyros assume seu papel na sociedade local. Kyros é bem tratado, mas pelas suas costas é criticado por ser filho de uma concubina e por ser de Ipsandros. O povo do reino onde se passa a história considera os habitantes de Ipsandros como bárbaros (*eles são uma mistura de árabes genéricos com indianos*), além disso, há racismo. Kyros tem a pele escura.
O rapaz não quer frequentar eventos sociais, ele sabe que as mulheres nobres do país o desprezam e só se aproximam dele pelo título. Ele será o futuro duque (*o que quer dizer que o pai está vivo*). Um dia, porém, um dos amigos de Kyros (*ele deve aparecer em outros episódios*) lhe fala da festa na casa do barão Sharadon e que a filha do nobre é uma beldade. Só que ele está noivo e não irá. Kyros decide ir e pedir a mão da moça em casamento, afinal, ele precisava se casar e uma moça nobre de uma família falida o consideraria um salvador e seria mais fácil de controlar. Acredito que é daqui que possa sair algo mais interessante dessa história.
Voltando para Marie, desde o episódio anterior, ela não consegue se reconhecer na bela dama que se tornou ao ser arrumada por Mio. Kyros encomendou dezenas de belos vestidos dos mais diferentes estilos e, detalhe importante, o figurino dessa série é acima da média. Há cenas de Marie se olhando no espelho e vendo seu velho eu. Algo meio ridículo é que ela andava descabelada pela casa e mesmo na festa de seu aniversário. As roupas horríveis, sem problema, mas o cabelo poderia ser penteado. No castelo de Kyros, ela sempre está penteada e a maquiagem esconde suas sardas. E, sim, cabelo vermelho já foi considerado uma característica feia e ter sardas não era considerado algo desejável. Normalmente, elas estavam associadas ao tomar sol em excesso e mulher que precisa estar debaixo do sol, normalmente, é mulher pobre, que precisa trabalhar.
O que mais acontece nesse episódio? Kyros tem a certeza de que Marie era maltratada. Ela pede para voltar pra casa e ele não permite. Ela deixa escapar que precisa perguntar ao pai e a mãe como proceder, já que ele marca o casamento para daqui três meses e ela esperava passar somente uma noite com ele e ser devolvida. Ele fica indignado e avisa que, caso os sogros apareçam para visitar, ele quer estar presente, ou que alguém de sua confiança, Mio, provavelmente, acompanhe Marie. E que ninguém pense que Marie é prisioneira, mas, sim, ela está sendo tutelada. No finalzinho do episódio dois, são apresentadas duas maids que vão servir Marie, elas têm caras de serem vilãs. Vamos esperar.
Achei curioso nesse episódio dois como o desejo (*sexual*) é representado. Kyros, que se sente frustrado pela forma como Marie está reagindo e culpado por tê-la feito acreditar que ela seria uma substituta, mesmo sem querer, mandou fazer um dakimakura, aqueles travesseiros que podem ter aparência de personagens e que são de abraçar para dormir, com o nome de Marie. Já Marie, vai dormir, e a cama e sua reação à cama fofinha é uma graça, sonha com Kyros e acorda sentindo calor. eu sei que nada deve acontecer para além de uns beijos, mas é interessante ver que a questão sexual está em cena, mesmo que de forma velada.
De resto, não tinha comentado, já sabemos que eles se casam e Marie é vista de noiva no prólogo do primeiro episódio. É saber o que acontece até lá. Há a misteriosa morte de Anastasia, as maid sinistras, as irmãs de Kyros, que devem aparecer e sei lá o que mais. O problema é que uma série de 12 episódios não vai dar conta da história e os livros ainda estão sendo lançados no Japão. Ah! Um detalhe dos livros que ficou de fora, quando vem o pedido de casamento, há um vestido entre os presente e ele não foi pensado para Anastasia, mas para alguém bem mais alta que ela. Não deveriam ter cortado isso, mas cortaram. Os livros estão saindo em inglês, infelizmente, não em formato Kindle.



























































2 pessoas comentaram:
Interessante o sucesso dessas histórias de noiva substituta... é como se vendessem ao público a fantasia de que mesmo que elas também tenham sido "negligenciadas" e deixadas em segundo lugar social e romanticamente, seus lugares ao sol chegarão. Uma versão feminina do tropo do garoto excluído que se descobre ou se torna importante (Harry Potter, Naruto etc).
Aí, a gente teria que juntar noiva substituta + cinderela. Nem sempre é assim. Acho que a primeira história de noiva substituta que eu vi, não era mangá, mas conto de fadas mesmo e africano, ainda que existam versões europeias. Uma princesa é enviada para se casar, ela está junto com a irmã mais nova e uma criada (*normalmente, não há outras pessoas na comitiva, ou ninguém conhece o rosto da noiva*). A criada consegue se livrar da noiva, ela ou é levada por um ser mágico, ou dada como morta, e intimida a irmã mais nova a confirmar que ela é a noiva e assumir o lugar de criada. Passa o tempo, o casamento acontece, a irmã caçula é extremamente maltratada, mas eis que a farsa é descoberta e a noiva retorna ao seu devido lugar e a criada é punida.
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