A Folha de São Paulo de hoje trouxe uma matéria sobre o sucesso dos livros para celular e de como estilisticamente eles se assemelham aos mangás. Nada profundo, mas serve como material informativo em nossa língua. Ela fala que o primeiro bestseller do gênero Deep Love de Yoshi, da adesão do público feminino, e, claro, que muitos críticos dizem que livro de celular não é literatura... Well, a mim parece mais o espanto diante de uma nova mídia do que um julgamento do real valor do material que é bem variado e deve apresentar vários níveis e objetivos diferentes. E eu falo como alguém que realmente acha espantoso se ler livros em celular. De qualquer forma, recomendo Deep Love mangá que é mais acessível para nós porque foi traduzido por vários fansubers, em especial Ayu no Monogatari. A série também teve dorama e as imagens que coloquei no post são dos dois volumes de Ayu no Monogatari, do livro e do dorama. A série continua em shoujo mangá - não sei se em celular - e está no volume 9.
Livros para celular viram hit no Japão
Obras com estilo literário dos mangás vendem milhões e ganham versões em papel e adaptações nas telas
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para os enamorados do papel, tradicional suporte dos livros, pode parecer bizarra a perspectiva de acompanhar um bom texto em uma minúscula telinha de 160 caracteres. Mas, para a jovem geração que ganhou a alcunha de "tribo do polegar" por sua familiaridade com aparelhos portáteis (celulares, joysticks, iPods etc.), a novidade é apenas um passo lógico na evolução das coisas: literatura, agora, é lida nas telas de telefones portáteis.
Como de hábito quando o assunto são fenômenos tecnológicos, a novidade dos livros para celular estourou primeiro no Japão – e "estourou" é o termo adequado para descrever como um mercado inexistente há cinco anos passou a faturar US$ 82 milhões (cerca de R$ 147 milhões) até o ano passado, com estimativa de chegar a US$ 200 milhões (R$ 358 milhões) neste ano, segundo dados da maior operadora de celulares do Japão, a NTT DoCoMo.
O primeiro best-seller do gênero, "Amor Profundo", do autor conhecido apenas como Yoshi, fez tamanho sucesso nas telinhas que foi publicado como um livro tradicional (vendendo 2,6 milhões de cópias) e gerou adaptações para cinema e TV. Histórias de autores populares, como Mica Naitoh, são baixadas para os celulares 160 mil vezes por dia, em média. Cinco dos dez livros de ficção mais vendidos no Japão no primeiro semestre deste ano começaram como obras para os portáteis, com vendas médias de 400 mil cópias.
Público feminino
As editoras japonesas chutaram para todo lado antes de acertar a veia deste mercado.
Primeiro foram oferecidas versões de autores já famosos, sem sucesso - o público dos "keitai shosetsu", como são conhecidos os livros para celular no país, não eram leitores tradicionais que migraram para outra plataforma, mas a geração acostumada ao ritmo rápido, curto e direto dos mangás, as HQs japonesas, sem muitas tramas paralelas ou caracterização dos personagens.
A segunda tentativa foi com a pornografia, também com resultados pífios, pois os leitores de celular eram em sua maioria garotas adolescentes e mulheres de seus 20 e poucos -as mesmas que lideram o envio de mensagens de texto.
Hoje em dia, a máquina está bem azeitada. Mistério e romance vendem bem: o estilo das histórias é bastante cru e inexiste qualquer avanço sobre a psicologia dos personagens. "Love Sky", um dos best-sellers atuais (1,3 milhão de cópias), trata de um garoto que tem câncer e termina com a namorada para poupá-la do sofrimento com sua doença.
Não por acaso, muitos acadêmicos e críticos japoneses afirmam que os livros para celular não merecem ser classificados como literatura.
Livros para celular viram hit no Japão
Obras com estilo literário dos mangás vendem milhões e ganham versões em papel e adaptações nas telas
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para os enamorados do papel, tradicional suporte dos livros, pode parecer bizarra a perspectiva de acompanhar um bom texto em uma minúscula telinha de 160 caracteres. Mas, para a jovem geração que ganhou a alcunha de "tribo do polegar" por sua familiaridade com aparelhos portáteis (celulares, joysticks, iPods etc.), a novidade é apenas um passo lógico na evolução das coisas: literatura, agora, é lida nas telas de telefones portáteis.
Como de hábito quando o assunto são fenômenos tecnológicos, a novidade dos livros para celular estourou primeiro no Japão – e "estourou" é o termo adequado para descrever como um mercado inexistente há cinco anos passou a faturar US$ 82 milhões (cerca de R$ 147 milhões) até o ano passado, com estimativa de chegar a US$ 200 milhões (R$ 358 milhões) neste ano, segundo dados da maior operadora de celulares do Japão, a NTT DoCoMo.
O primeiro best-seller do gênero, "Amor Profundo", do autor conhecido apenas como Yoshi, fez tamanho sucesso nas telinhas que foi publicado como um livro tradicional (vendendo 2,6 milhões de cópias) e gerou adaptações para cinema e TV. Histórias de autores populares, como Mica Naitoh, são baixadas para os celulares 160 mil vezes por dia, em média. Cinco dos dez livros de ficção mais vendidos no Japão no primeiro semestre deste ano começaram como obras para os portáteis, com vendas médias de 400 mil cópias.
Público feminino
As editoras japonesas chutaram para todo lado antes de acertar a veia deste mercado.
Primeiro foram oferecidas versões de autores já famosos, sem sucesso - o público dos "keitai shosetsu", como são conhecidos os livros para celular no país, não eram leitores tradicionais que migraram para outra plataforma, mas a geração acostumada ao ritmo rápido, curto e direto dos mangás, as HQs japonesas, sem muitas tramas paralelas ou caracterização dos personagens.
A segunda tentativa foi com a pornografia, também com resultados pífios, pois os leitores de celular eram em sua maioria garotas adolescentes e mulheres de seus 20 e poucos -as mesmas que lideram o envio de mensagens de texto.
Hoje em dia, a máquina está bem azeitada. Mistério e romance vendem bem: o estilo das histórias é bastante cru e inexiste qualquer avanço sobre a psicologia dos personagens. "Love Sky", um dos best-sellers atuais (1,3 milhão de cópias), trata de um garoto que tem câncer e termina com a namorada para poupá-la do sofrimento com sua doença.
Não por acaso, muitos acadêmicos e críticos japoneses afirmam que os livros para celular não merecem ser classificados como literatura.
3 pessoas comentaram:
Olha, não sei se pode ser classificado como literatura, porque nunca li, mas morro de curiosidade de ler Koizora e até Deep Love, acho muito legal o fato dos japoneses poderem ficar lendo livros pelo celular em qualquer lugar que estiverem e tal, e é mais acessível tanto pra quem quer ler como pra quem quer escrever e tem talento pra isso, mas não tem chance de revelar, porque muitas vezes as próprias adolescentes escrevem as histórias e colocam nos sites de celular, Koizora, por exemplo, é a história da autora. Mas até por isso, por não serem escritoras profissionais, podem surgir histórias bobas e mal escritas, mas também não impede que tenham histórias boas, que revele bons escritores, eu acho legal XD.
Eu também tenho muita vontade de ler Koizora e Deeplove em formatos de livro. Mas eu não acredito muito nesse negócio de Koizora ser uma história real. Hoje em dia, uma parte consideravel dos livros adolescentes no Japão são vendidos como "histórias reais" (desde o boom Densha Otoko, que é obvio que é falso e não real) e, pelo que li de Koizora, duvido muito que alguém tenha vivido um dramalhão tão novela mexicana na vida real. Japão não é um pais de hits espontaneos e acredito que teve uma equipe de marketing por trás de Koizora e que n foi 'do nada' que o livro virou o maior best-seller do genero desde DeepLove (como isso é vendido)
Alguém sabe a tecnologia usada para escrever livros para celular?
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