sábado, 25 de outubro de 2008

Kentarou Miura desenha capa de Sangatsu no Lion



Sangatsu no Lion (3月のライオン) é o mangá seinen de Chika Umino, autora de Honey & Clover (ハチミツとクローバー ) e Kentarou Miura é o autor de Berserk (ベルセルク). A autora já está desenhando uma capa comemorativa para Berserk e, agora, o ANN anuncia que Miura fará o mesmo pelo novo manga de Chika Umino. O traço dos dois me parece tão antagônico que fica difícil imaginar o que pode sair dessa brincadeira. Mas, enfim, está valendo. ^_^

A Young Animal, revista na qual os dois publicam, está dando de brinde uma coleção de ilustrações assinaddas pelos dois autores, além de de 10 conjuntos de taças de aço inoxidável (*deve ser coisa ao estilo "medieval" de Berserk*) e 100 cartões comemorativos de biblioteca (*não sei do que se trata isso*). Falando em Honey & Clover, se não fosse essa crise econômica imprevisível, eu apostaria que este mangá pintaria aqui no Brasil em 2009. Como pode efetivamente já estar licenciado, é esperar para ver.

17 pessoas comentaram:

Estou louco para ver como ficarão essas capas. So li um volume de berseker mas achei-o interessante.

H&C apesar de ter assistido somente ao anime e o dorama(jp), me apaixonei. Ainda não li o manga, mas espero que seja melhor que o anime (será que é possível?)e que venha o mais rápido que puder.

Nossa, essa "troca de gentilezas" entre os dois autores é mesmo bastante interessante e inusitada! A Umino-sensei é a autora do mangá shoujo mais vendido de todos os tempos (se não me engano), e o Miúra-sensei é simplesmente um gênio. Ele idealizou Berserk quando ainda estava no colegial, e começou a publicá-lo quando tinha apenas 23 anos. A história segue até hoje, quase 20 anos depois, e quem leu sabe que se trata de uma obra extremamente coesa e complexa, tanto em termos de traço quanto de enredo... Enfim, a Umino-sensei pode ser novata no seinen, mas está fazendo parceria com um dos autores mais brilhantes do gênero. Isso é que é ter moral, né? ;)

Bem, os dois shoujo mais vendidos de todos os tempos são Hanadan e Nana. A depender do critério eles mudam de ordem. Hachikuru é josei, bem vendido, mas loge de estar no topo.


Eu fiquei pensando bobagem com esta parceria, afinal, volta e meia mangá-kas se casam, normalmente com grande prejuízo para as esposas.

Pois é Valéria, eu também pensei isso... O que me surpreenderia pois pelo que sei o Miúra-sensei é bastante recluso e completamente obcecado pelo seu trabalho com Berserk. Bem, só pelo fato de que ele tem dedicado, desde a juventude, a vida dele toda a uma única obra... Mas por mais "macho" que o mangá seja, eu não diria que Berserk apresente uma visão de mundo machista ou que deixe as mulheres em segundo plano. Mas enfim, no Japão é mesmo normal as mulheres deixarem de trabalhar após se casarem... :( Torço para que seja só abobrinha da nossa cabeça, mesmo.

Exatamente por ser "normal" é que as mulheres têm casado menos e a mortalidade está maior que a natalidade por lá. Enquanto não mudarem esta política de gênero, o destino do Japão é mergulhar em uma crise demofgráfica, fora outros sintomas mais complicados.

No mais, Berserk é machista, sim. Pode não ser no mesmo grau que outros mangás, mas é algo que atravessa a série.

É, a situação no Japão é realmente complicada... Tenho amigas japonesas que moram aqui em Londres e que não querem nem pensar em voltar, justamente porque sabem que voltar significaria perder a liberdade.

Bem, Berserk é ambientado na Idade Média, uma época em que as mulheres eram extremamente reprimidas. Mas mesmo assim o autor mostra uma série de personagens femininas que batalham e tentam sobreviver num mundo de dominação masculina, cada uma à sua maneira. Claro que o mangá não é focado nessa questão, nem nunca se propôs a isso, mas eu acho as mulheres de Berserk bastante interessantes, ainda que muito diversas entre si. ^_~

Liv, vou discordar de novo. ^_^

1) Berserk é uma pseudo-Idade Média. Há mais de imaginação do autor do que de fidelidade histórica, fora, claro, que ele cruza Idade Média com outros períodos históricos, como século XVI e XVIII, manifestos na idementária. O líder dos falcões fica totalmente Oscar quando vestido para bailes e situações "oficiais".

2 )Minha área é Idade Média e essa generalização a respeito das mulheres é um estereótipo. Idade Média é ruim, lá é que as mulheres eram abusadas e reprimidas, então o autor pode colocar todo e qualquer absurdo que parece historicamente correto e isso é um erro. Aliás, se a IM é que fosse o lugar da repressão, não teríamos casos como o de Eloá e tantos outros que vêm acontecendo no Brasil e no mundo.

Ah sim, isso é verdade. Berserk é ambientado num mundo fictício, que mistura várias referências, mas ainda assim dá pra ver que a inspiração principal é a Europa medieval.

Bem, é uma obra escrita por um homem e para homens, então não dá mesmo pra exigir um ponto-de-vista feminino ou feminista.

Ainda assim, as personagens femininas de uma maneira ou de outra são bem construídas e verossímeis. Cada uma delas, à sua maneira, tenta seguir os próprios sentimentos e enfrentar as limitações da sociedade em que vivem.

Eu gosto do fato de, por exemplo, a personagem feminina principal ser uma mulher que resolveu tomar as rédeas do próprio destino e se tornar uma guerreira, conquistando uma posição de liderança dentro do grupo e o respeito tanto do protagonista quanto do antagonista.

Nada me irrita mais do que o padrão de protagonista feminina shounen/seinen, aquela mulher boazinha e frágil que não tem personalidade própria e só está ali para dar apoio moral ao herói. Ou então mulheres que nem a do mangá Sanctuary, que só servem para reforçar a dominação sexual dos "machos alfa".

Nesse sentido eu acho que Berserk se aproxima mais de obras como Lobo Solitário, que mesmo não tendo a condição feminina como foco, ainda assim apresentam personagens femininas fortes e significativas pra história.

Não li Berserker todo, estava acompanhando pela internet. Aí meu namorado, que tb lia o mangá e estava na frente, me contou de umas cenas de estupro que aparecem lá adiante. Que elas se prolongam por páginas e páginas, com detalhes, e que a impressão que ele teve foi que o autor estava se deliciando com aquilo.

Pra mim foi o suficiente pra não ler mais o mangá. Balde de água fria, perdi toda a vontade.

Bem, eu não leio Berserk. Através das imagens, a minha percepção foi a mesma da Gabriela, mas eis que meu marido que também deplorava o mangá, passou a ler e contar a história para mim. Enfim, ele aponta a alta carga de violência, mas diz que o autor tem controle da história e que tudo parece fazer sentido dentro do contexto, isto é, ele não coloca as coisas gratuitamente.

É claro, que o que aconteceu com a Casca, destruiu a personagem, mas esta dentro do esperado para a série. No mais, o machismo é muito menor, exatamente por estar dentro do contexto, do que em um Death Note, por exemplo.

Eu vi as capas.
http://d.imagehost.org/0591/Berserk_33_Manga.jpg
Parece brincadeira. XD

Muito se falou aqui sobre o estupro da Casca e tal, mas parece que esqueceram que alguns mangás shoujos também possuem esse tipo de cena, vide Hot Gimmick em que a intenção de um personagem é violar a protagonista.
Eu acho que Bersek cumpre bem o papel a que se propõe, mantendo sua história interessante e coesa. Agora, o que houve com a Casca foi o pico da mudança do antagonista, que antes a tratava com carinho. Além de matar seus companheiros, ele destruiu a mulher que sempre esteve ao seu lado com o ato mais brutal que se pode cometer. Bersek é e sempre foi violento, a cena de estupro ineflizmente passou um pouco da medida. Não acho que o autor estava se deliciando, acho que o que ele realmente visava era destruir a imagem do antagonista e motivar todo o ódio do Gatts por ele.

Acho que a Casca não foi destruída como personagem, pois nada disse que ela não pode se recuperar. Acontece que depois de uma barbárie dessa é complicado manter a sanidade ou a calma. =P

Isso me lembra de uma fic (um tipo de fanfic original que li) em que a protagonista era estuprada pelo mocinho, engravidava dele, rejeitava o amor do seu melhor amigo e, no final de tudo, perdoava o mocinho que a estuprou e se casava com ele. Apesar da história ser escrita por uma mulher, não deixa de ser machista.

Muito se falou aqui sobre o estupro da Casca, não, eu alei do estupro da personagem. Quanto à violência nos shoujo mangá, procure por sua boca diz não e você vai encontrar a minha opinião bem definida. Estamos falando de Berserk, portanto, não generalize com esse papinho mole de "E os shoujo mangá". Fora isso, ninguém desqualificou o mangá, simplesmente estamos comentando as nossas impressões, prós e contras.

Eu até gostei das capas, afinal o Griffith sempre pareceu um tanto feminino.

Com certeza Berserk é um mangá com cenas de conteúdo fortíssimo, tanto na questão gráfica em si quanto na crueldade das situações. O autor não poupa ninguém; vale lembrar que o próprio herói foi estuprado quando era criança (e a cena do estupro dele também foi bem explícita, embora curta) e o antagonista teve que agir como garoto de programa pra bancar o próprio sonho. Como já foi falado, a cena do estupro da Caska foi extremamente cruel, mas isso fez parte de um contexto. E, vale ressaltar, NÃO FOI ESTUPRO CONSENTIDO, como acontece em alguns outros mangás. Tanto é que depois ela ficou do jeito que ficou.
Enfim, não é um mangá feminino ou feminista, mas como a Valéria mesmo falou, não é tão machista quanto outras séries do gênero. Eu particularmente acho que o autor conseguiu criar umas personagens femininas muito boas.

Alexandre, eu também acho que é uma brincadeira entre amigos. :)

Bem, como confio quase 100% no gosto para mangás do meu marido e sei que o olhar dele para questões de gênero é quase tão afiado quanto o meu, aprendi a ver Berserk com outros olhos.

Mas quando citei o caso da Caska, não foi para dizer que o estupro não fez sentido, mas que o desdobramento foi a destruição da personagem... Destruição da sua sanidade. Não acho que ela vá se recuperar, não.

No mais, analisando de acordo com as Bedchel Rules, Berserk se qualifica: tem pelo menos duas personagens femininas (*na história ao mesmo tempo*), que conversam entre si e não necessariamente sobre homens. ^_^

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