terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Ventos de Mudança - Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 1)


Ainda não sei se postar isso aqui vai dar certo, mas acabei de terminar o curso de roteiro de HQ do SENAC e desencavei uns textos antigos. Histórias ou livros ou sei lá que nunca terminei. É uma história longa e tenho alguns capítulos escritos. Já dei para alguns colegas lerem, fiz, refiz, ao londo de anos e a maioria dos contos têm mais de dez anos. Estou enrolando tanto por quê? Poderia abrir um blog novo (*foi a sugestão do Alexandre*) para postar minhas histórias, mas não quero ter que gerenciar mais um site. Vou postar aqui mesmo. Se as pessoas se interessarem, comentarem, continuo. E acredito que possa é ser um incentivo para corrigir e terminar os capítulos que faltam. Mas confesso que estou meio sem graça de postar.

Do que se trata essa história? Bem, ela se passa em um mundo pseudo-medieval, com reinos em guerra, e um grupo de jovens que precisa cumprir uma missão. Se gostarem do início, explico mais nos próximos posts. Não se trata de um texto refinado, recebi influências, trabalhei e trabalho com elas, alguns textos foram feitos e refeitos algumas vezes. O original deste primeiro capítulo é de 1998 e comecei a trabalhar nesse universo quando tinha 12 anos. É isso. Quem quiser comentar, sugerir, criticar de forma educada é bem-vindo. Se ninguém falar nada, engaveto de novo, porque não vale a pena.^_^

“Outro Inverno estava começando e, mais do que nunca, as esperanças daqueles que tinham fé no cumprimento das profecias pareciam esmorecer... No entanto, os ventos invernais, naquele ano, não traziam somente o frio e a neve, traziam, também, surpresas inesperadas que ressuscitariam os sonhos de liberdade...”


Ventos de Mudança
Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 1)


O vento frio do início do Inverno tornava a cavalgada ainda mais penosa e, por isso, avistar as muralhas da cidade era um alívio pois, lá dentro, além dos portões, haveria um teto, uma lareira crepitante e sopa quente. Seria o primeiro descanso real em duas semanas de viajem! Para Alan, no entanto, a visão da imponente cidade trazia terríveis recordações... Pois, alguns anos antes, ele cruzara aqueles mesmos portões, como prisioneiro, junto com sua mãe e irmã. Naquele dia, descobrira o significado de algumas palavras como traição; desonra; morte; e sua infância feliz, assim como sua família, chegaram ao fim. Seu pai, Estevão XII, Duque de Brier, acusado de conspirar contra o Rei, recusou-se a fugir, pois cria que sua inocência seria comprovada e não desejava que o nome de sua família fosse manchado... Suas esperanças, no entanto, foram frustradas por um plano bem arquitetado pela nova Rainha e um certo cavaleiro vindo do reino de Green, Richard, chamado por todos de “Evilblood”, e com a covarde conivência de Louis, Marquês de Mülle, irmão caçula do Duque. Assim, seu pai foi preso, humilhado e condenado à uma morte infame para qualquer nobre: a forca.

Alan, sua mãe, irmã e irmão mais velho deveriam atravessar o canal e se abrigar na Corte do tio onde estariam protegidos. Só que foram capturados por Richard que atirou seu irmão mais velho de um desfiladeiro à beira mar, garantindo, assim, que não haveria nenhum Estevão para herdar o Ducado de Brier como ocorrera por doze gerações consecutivas. Sua mãe, grávida, foi condenada ao emparedamento, mas antes a obrigariam a assistir à execução do marido. Conhecida por sua coragem e autocontrole, permaneceria impassível como sempre, se seu corpo, não resistindo à terrível pressão e aos maus tratos recebidos, não tivesse abortado a criança que carregava, fazendo com que viesse a falecer logo em seguida. Alan e sua irmã, Elaine, sobreviveram “Para evitar uma guerra com o Reino de Green...” como o rapaz não se cansava de pensar. Depois de doze gerações, a segunda casa do reino estava destroçada e, quem ostentava o título e possuía as terras, que por direito, agora, seriam suas, era um estrangeiro: Sir Richard! Mas todos eles, a Rainha, Richard, seu tio Louis, todos... Todos eles não se cansariam de esperar por sua vingança, pois Alan acreditava do fundo de sua alma que sua vida deveria ser devotada a vingar sua família e recuperar a honra e as terras que, por direito, lhe pertenciam. “Nem que eu morra depois disso!”, pensou por fim.

Michael, Conde De Sayers, tutor de Alan desenvolvera a capacidade de adivinhar os pensamentos do rapaz e, pelo seu olhar, conseguira captar perfeitamente o que ia dentro dele. O próprio Michael havia escapado quase que milagrosamente de destino semelhante ao do pai do rapaz mas tivera seu único filho retirado de si como um penhor, junto ao Rei, de sua fidelidade. Era um dos poucos sobreviventes da antiga nobreza, e tinha esperança de ver o jovem príncipe Eduardo no trono o mais rápido possível, no entanto, sabia que antes disso ele mesmo teria uma missão a cumprir, sendo que a parte mais difícil dela seria manter seu pupilo longe de encrencas e vivo para cumprir seu destino... Era uma tarefa quase impossível conhecendo o gênio temerário do rapaz, mas para isso contava com a ajuda de uma pessoa muito especial...

Flora, sua “sobrinha”, a pessoa em questão, era a única que conseguia arrancar Alan de seus sonhos de vingança. Sendo dona de seu coração e sua “boa consciência”, exercia sobre ele um domínio tão doce que o rapaz parecia nem se aperceber disso, ou se percebia, não se incomodava nem um pouco. A menina, que estava deslumbrada com a cidade, pois nunca estivera em uma, percebeu o olhar de seu tio e entendeu que deveria cavalgar ao lado do rapaz.

— Alan, mal posso esperar para rever Konrad! Meu tio disse que ele também será armado cavaleiro junto com os outros. Ele vai ficar tão bem em uma armadura brilhante e em um cavalo branco, não acha? — O rapaz olhou para ela, desperto repentinamente de seus sonhos e seus olhos transmitiram toda dor que sentia, pois ele, também, gostaria de ser armado cavaleiro mas, com certeza, no que dependesse da Rainha, nunca teria essa honra — Claro que você ficaria bem melhor num cavalo negro ou castanho e com uma armadura cor de aço como a que titio deixou que você vestisse, lembra?

— Claro que sim, e será provavelmente a única armadura que vou usar durante muito tempo!

— Ora, esse não é o Alan que eu conheço! Você me prometeu que iria ganhar um torneio em minha honra e eu pretendo cobrar esta promessa, ouviu? Não pense que vai fugir de suas obrigações, Senhor cavaleiro! — Falou isso simulando um ar ofendido que obrigou Alan a sorrir.

— Ah, sim, vou ganhar um torneio para você um dia, pode ficar tranqüila, só creio que não será esse. — E entrando na brincadeira — Konrad não me perdoaria se lhe roubasse a honra no dia mais feliz de sua vida... Me permite fazer essa concessão, Minha Dama?

— Não sei... só se comportar direito e não sair do meu lado durante todo o tempo!

— Todo o tempo, mesmo? — Perguntou com um pingo de malícia na voz

— Ora, não seja ousado, Senhor Cavaleiro, ou não cavalgarei mais à seu lado nem permitirei que me dirija a palavra! — Fingiu-se de ofendida mas não pode evitar que o rubor lhe inundasse as faces.

— Oh, não, Senhora, seria como se me roubassem o Sol! — Falou e os dois explodiram em risadas, o que fez com que o Conde se tranqüilizar-se pois suas crianças estavam bem. No entanto, companheiros inesperados se aproximavam e o Conde percebeu tratar-se da comitiva do Marquês de Mülle.

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12 pessoas comentaram:

Olá!

Muito corajoso isso.
Tem que publicar sim!

E internet quebra um galhão!

Mas o ruim de ler aqui, é que a postagem fica apertada e o texto já e longo por sí (porque foi pensado em outra mídia).

Se você quiser publicar somente em blog, divide os capítulos (sabe aqueles capitulos curtos do Machado?). É só uma sugestão.

Se pretende apenas obter opiniões, eu acho que seria melhor postar em outro blog para tem mais espaço para o texto.


mas pública sim!!
:O)

Concordo com o Ronaldo.

Tem que publicar sim.

O texto é bom. Não úma obra-prima revolucionaria, mas dentro do que foi criado e proposto esta bom sim.

Nada de projetos na gaveta. Agora é a hora de coloca-los a vista.

Olá valéria, sou o Jonatan, daquela vez do Maid Café lembra? da ultima vez nós não nos entendemos muito bem rs.

Bom seguinte, eu achei bem interessante o texto, é leve, uma linguagem fácil e gostosa de ler, mas acho que deveria colocar em capítulos curtos como falaram, e também seria uma boa colocar no "nyah fanfiction", lá tem um espaço para colocar originais e afins.

Muitos que vão olhar (por não ter um costume de ler (ou não)), vão achar o texto gigantesco. Mas acho que estão perdendo um belo texto. Por conservar ele por tantos anos, você deve ter corrigido ele até dizer chega né? rs


Mas continue! estamos inquietos para a continuação!!

:'D até.

Ainda não li o texto, Valéria, mas uma sugestão que eu faço é colocar a postagem deles no esquema de um parágrafo + link de "Leia mais" embaixo.

Não sei se dá pra fazer isso nas configurações do blog, mas há sites com tutoriais explicando. Um dos que eu uso é esse:

http://templatesparanovoblogger.blogspot.com/

Gostei da sua historinha mesmo o corpo dela não tendo a ver com HQs.

Muito boa a história, gostaria que continuasse a posta-la :D

Obrigada pelos comentários, pessoal!

Eu vou postar um pedacinho por semana. Só o primeiro capítulo já tem muito material, por assim dizer.

Gabriela, obrigadão pelo endereço deste blog. A idéia do resumo do post não dá para usar, porque faria isso com todos os posts e eu acho chato, mas vou tentar outras ferramentas. :D

De resto, esta primeira pare é uma introdução de personagens. Como anguns notaram, a coisa é bem superficial mesmo. Espero que pelo menos divirta. Depois, a depender da curiosidade, eu posto fichas de personagens, porque eu tenho isso arquivado... E o character design também.

Jonatan, obrigadão por voltar. E desculpe qualquer coisa mesmo.

Abraços!

Gostei do jeito que está..

..é mais pratico, consegui fazer uma leitura rápida e prática!

Não mude nada!

Boa sorte!

Em Aguardo...

Valeria, gostei da sua iniciativa. E apoio muito.

Cerca de uns três anos atrás eu também publiquei uma história num blog e a receptividade foi boa, mesmo sendo o blog atrelado a uma área de pessoas não muito ligadas em literatura, no caso era uma comunidade onde se podia abrir blogs sobre games, só que eu resolvi abrir um blog de história, só pra contrariar. :)

Antes de ver os comentários aqui eu até iria dizer que embora seja sempre melhor publicar textos curtos (sobretudo de literatura) na net eu pensava que, como aqui no Shoujo Café você já tem o costume de colocar vários textos longos, isso não seria necessário visto que o pessoal já estaria acostumado. Pelo jeito me enganei e literatura assusta mesmo, não tem jeito.

Eu gostei da sua história, especialmente da terceira parte onde a ação começa de fato. Eu geralmente não costumo escrever muitas descrições e muitos contextos no que escrevo. Gosto de explorar os personagens através de suas atitudes ao invés de estabelecer um cenário formal.

Vou acompanhar o desenvolvimento da história.

Paulo "netiteve" Fabian

OI valéria!
Eu ainda não li tudo mas pelo que já vi é uma história interessante ^^

Só que ler em um blog pode causar algumas complicações pelo espaço pequeno.

Você poderia postar em sites de fanfics e depois colocar o link aqui para acessarmos ^^

Existe dois : O Fanfiction.net ( que é em ingles mas é o maior do mundo.) e o NyahFanfiction (o maior brasileiro ^^) e colocar na sessão originais.

Okay~?

Mas não pare de escrever ^^

bjs ^-~

Oi, Valéria!

Antes de mais nada, Feliz Aniversário (atrasado)!

Bem, vim aqui por causa do e-mail lá na tomodachi do(a)? Sett.

Você sabe que eu sempre gostei dessa sua história, tanto que tenho os capítulos que você nos passou guardados até hoje.

A sua iniciativa de postar aqui foi muito legal. Espero que dê o retorno merecido e, assim, você continue a escrever mais capítulos. Quem sabe um dia não vire um livro?

Bem, parabéns pelo seu trabalho e estamos aguardando as outras histórias!

Bjs

Aline, obrigada mesmo!

a história é basicamente aquilo que vc leu anos atrás. Só acrescentei umas poucas partes e venho revisando o texto.

Espero conseguir fechar tudo.

Beijos!

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