Ontem disse que iria fazer um review de Black Bird (ブラックバード). Se vocês procurarem nos sites americanos, vão ver que existe uma comoção sobre o primeiro volume, que além de estar entre os mais vendidos dos EUA, está recebendo muitos elogios. Vamos lá, eu tinha olhado Black Bird logo que começaram as scanlations. Não me empolguei. Com o zum-zum-zum e o 54º Shogakukan Award me senti obrigada a comprar pelo menos o primeiro volume da série.
O resumo da história é o seguinte: Misao Harada sempre pode ver espíritos e demônios (youkais) e tudo o que ela mais desejava é poder ser uma garota normal. Com o tempo, ela passou a fingir que não via nada, mas os colegas a vêem como uma criatura um tanto estranha. Prestes a fazer 16 anos, a quantidade de seres sobrenaturais ao seu redor aumenta perigosamente e eles a agridem, empurram, e praticam outras pequenas violências. Quando faz aniversário, os ataques aumentam e se tornam muito mais sérios. Prestes a ser morta por um youkai que estava incorporado em um colega de escola, ela é salva por Kyo e ele lhe explica o seu “destino”.
Uma vez a cada século, nasce um ser humano cujo sangue pode dar força aos demônios, sua carne lhes dará juventude e vida eterna, e que tomada como esposa (*ou marido, suponho*) fará seu clã prosperar. Kyo, um tengu, youkai alado em forma de corvo, a quer como esposa e não se importaria em deflorá-la ali mesmo se ela não resistisse. As leitoras sabem que ele poderia estuprá-la se assim quisesse e isso já sinaliza que apesar de ter um ar de badboy, o youkai tem bom coração. Ele sara as feridas de Misao, lambendo-as com muito cuidado, e ela o reconhece como um antigo amigo de infância, que também podia ver seres sobrenaturais e sempre a apoiava. Um dia, dez anos atrás, ele se mudou, mas disse que retornaria. Misao se pergunta se ele realmente a ama, ou se a quer somente para aumentar seu poder. Mas não há muito tempo para pensar, pois, a cada duas páginas, um youkai novo aparece querendo tirar uma casquinha de Misao ou mesmo matá-la.
Gostei da leitura, rápida, agradável, simples. É um shoujo mangá bem padrão. A própria autora, Kanoko Sakurakoji, pontua em um de seus freetalks que acha sua série bem comum, mesmo que os elogios saúdem Black Bird como algo notável. Pode ser falsa modéstia, ou pode ser pé no chão. Espero que seja o segundo. A arte de Black Bird é competente, bonita, mas nada de excepcional.
Senti também que o editor (*ou editora*) deu uma segurada na autora, pois em um dos freetalks ela diz que gostaria de fazer um “herói” malvado, mas que não foi possível. Pensei logo nos protagonistas de Shinju Mayu em sua fase hardcore. Para mim, tudo indica que a mangá-ka queria fazer um steamy shoujo – mangá com muito sexo e, às vezes, uma dose de violência sexual que pode beirar o inaceitável – mas não lhe foi permitido. Ainda bem. A decisão foi sábia. O mangá tem momentos muito sensuais, especialmente quando Kyo, o tengu, lambe o sangue da protagonista, mas, não passa muito disso.
Apesar de ter gostado, embora não ache nada excepcional, me pergunto como a autora vai esticar a história já que a coisa parece muito direta: demônios querem Misao, sua vida corre risco constante, e tudo se resolverá, acredito, se Kyo transar com ela. Como a série já vai em mais de sete volumes, será que algo de novo acontece? No segundo volume aparece o irmão mais velho de Kyo, que, ao contrário dele, é muito cavalheiro. No volume #1 há o youkai raposa (kitsune) que deseja a menina e usa de sua astúcia para melar a relação dos dois, deve continuar na série. Há também o colega sem noção que é apaixonado por ela e que não sei se será usado de novo. A autora também introduz o personagem “fofo” que é o pequeno tengu que serve Kyo.
Teremos, claro, um desfile de youkai ao longo da série e nisso a autora vai investir muito de sua imaginação. Aliás, achei muito engraçado quando as colegas de Misao perguntam, logo nas primeiras páginas, porque ela não aceitou a paquera de um rapaz em uma festa. Misao desconversa, mas lembra que o tal sujeito estava possuído pelo espírito de um bebê abortado. Os youkais genéricos agarrados na protagonista, e tornando a sua vid aum inferno são bem engraçados. Imaginação não falta para a autora.
Vocês devem ter notado que tudo parece muito clichê. A heroína é a garota comum – inteligência mediana, classe média, beleza comum, inocente – só não é desastrada, são os demônios que a atiram das escadas e a fazem tropeçar. O herói é o youkai, bishounen, rico e que com suas asas negras a mania de lamber o sangue da moça é uma mistura excitante de anjo e vampiro (*sim, sim, para mim a sugestão é bem óbvia*). O que afinal deu o Shogakukan Award para essa série? Mas o sucesso nos EUA aponta para algo especial, um apelo que tem produzido elogios e boas vendagens.
Como não desgostei de Black Bird, e parece que há um editor segurando firme a autora para que ela não despiroque e vire um soft pornô, pretendo comprar o volume #2 da VIZ. Black Bird é um dos títulos que eu aposto que aparecerá aqui no Brasil em breve, isso se já não estiver licenciado. Enfim, recomendo a leitura se você procura um shoujo maisntream com um pouco de sensualidade. Há scanlations em inglês até o volume dois. Com o licenciamento rápido, a série foi abandonada.
O resumo da história é o seguinte: Misao Harada sempre pode ver espíritos e demônios (youkais) e tudo o que ela mais desejava é poder ser uma garota normal. Com o tempo, ela passou a fingir que não via nada, mas os colegas a vêem como uma criatura um tanto estranha. Prestes a fazer 16 anos, a quantidade de seres sobrenaturais ao seu redor aumenta perigosamente e eles a agridem, empurram, e praticam outras pequenas violências. Quando faz aniversário, os ataques aumentam e se tornam muito mais sérios. Prestes a ser morta por um youkai que estava incorporado em um colega de escola, ela é salva por Kyo e ele lhe explica o seu “destino”.
Uma vez a cada século, nasce um ser humano cujo sangue pode dar força aos demônios, sua carne lhes dará juventude e vida eterna, e que tomada como esposa (*ou marido, suponho*) fará seu clã prosperar. Kyo, um tengu, youkai alado em forma de corvo, a quer como esposa e não se importaria em deflorá-la ali mesmo se ela não resistisse. As leitoras sabem que ele poderia estuprá-la se assim quisesse e isso já sinaliza que apesar de ter um ar de badboy, o youkai tem bom coração. Ele sara as feridas de Misao, lambendo-as com muito cuidado, e ela o reconhece como um antigo amigo de infância, que também podia ver seres sobrenaturais e sempre a apoiava. Um dia, dez anos atrás, ele se mudou, mas disse que retornaria. Misao se pergunta se ele realmente a ama, ou se a quer somente para aumentar seu poder. Mas não há muito tempo para pensar, pois, a cada duas páginas, um youkai novo aparece querendo tirar uma casquinha de Misao ou mesmo matá-la.
Gostei da leitura, rápida, agradável, simples. É um shoujo mangá bem padrão. A própria autora, Kanoko Sakurakoji, pontua em um de seus freetalks que acha sua série bem comum, mesmo que os elogios saúdem Black Bird como algo notável. Pode ser falsa modéstia, ou pode ser pé no chão. Espero que seja o segundo. A arte de Black Bird é competente, bonita, mas nada de excepcional.
Senti também que o editor (*ou editora*) deu uma segurada na autora, pois em um dos freetalks ela diz que gostaria de fazer um “herói” malvado, mas que não foi possível. Pensei logo nos protagonistas de Shinju Mayu em sua fase hardcore. Para mim, tudo indica que a mangá-ka queria fazer um steamy shoujo – mangá com muito sexo e, às vezes, uma dose de violência sexual que pode beirar o inaceitável – mas não lhe foi permitido. Ainda bem. A decisão foi sábia. O mangá tem momentos muito sensuais, especialmente quando Kyo, o tengu, lambe o sangue da protagonista, mas, não passa muito disso.
Apesar de ter gostado, embora não ache nada excepcional, me pergunto como a autora vai esticar a história já que a coisa parece muito direta: demônios querem Misao, sua vida corre risco constante, e tudo se resolverá, acredito, se Kyo transar com ela. Como a série já vai em mais de sete volumes, será que algo de novo acontece? No segundo volume aparece o irmão mais velho de Kyo, que, ao contrário dele, é muito cavalheiro. No volume #1 há o youkai raposa (kitsune) que deseja a menina e usa de sua astúcia para melar a relação dos dois, deve continuar na série. Há também o colega sem noção que é apaixonado por ela e que não sei se será usado de novo. A autora também introduz o personagem “fofo” que é o pequeno tengu que serve Kyo.
Teremos, claro, um desfile de youkai ao longo da série e nisso a autora vai investir muito de sua imaginação. Aliás, achei muito engraçado quando as colegas de Misao perguntam, logo nas primeiras páginas, porque ela não aceitou a paquera de um rapaz em uma festa. Misao desconversa, mas lembra que o tal sujeito estava possuído pelo espírito de um bebê abortado. Os youkais genéricos agarrados na protagonista, e tornando a sua vid aum inferno são bem engraçados. Imaginação não falta para a autora.
Vocês devem ter notado que tudo parece muito clichê. A heroína é a garota comum – inteligência mediana, classe média, beleza comum, inocente – só não é desastrada, são os demônios que a atiram das escadas e a fazem tropeçar. O herói é o youkai, bishounen, rico e que com suas asas negras a mania de lamber o sangue da moça é uma mistura excitante de anjo e vampiro (*sim, sim, para mim a sugestão é bem óbvia*). O que afinal deu o Shogakukan Award para essa série? Mas o sucesso nos EUA aponta para algo especial, um apelo que tem produzido elogios e boas vendagens.
Como não desgostei de Black Bird, e parece que há um editor segurando firme a autora para que ela não despiroque e vire um soft pornô, pretendo comprar o volume #2 da VIZ. Black Bird é um dos títulos que eu aposto que aparecerá aqui no Brasil em breve, isso se já não estiver licenciado. Enfim, recomendo a leitura se você procura um shoujo maisntream com um pouco de sensualidade. Há scanlations em inglês até o volume dois. Com o licenciamento rápido, a série foi abandonada.
6 pessoas comentaram:
Aliás, com seu comentário me lembrei de um comentário muito válido que li recentemente de uma lista de discussão: todos se lembram dos editores que arruinaram trabalhos potencialmente bons de autores competentes, mas ninguém se lembra dos editores que salvam trabalhos potencialmente desastrosos de autores que não sabem quando parar.
Pelos freetalks eu tiro que a autora é bem bobinha e empolgada. E ficou bem óbvio que há um editor "estraga prazeres" mandando cortar coisas. Pelo que senti, os cortes são mais que necessários... ou não devem ter atrapalhado a história.
Mas sabe-se lá o que vem depois. Eu só vi o primeiro e o segundo volume.
Eu li Black Bird e concordo com pratricamente tudo o que escreveu, o que me deu vontade de continuar acompanhando as sequencias.
E, como você, eu também acho que pela forma como está sendo escrito, essa série não tem muito para onde a estória esticar não.
Eu atualmente tô lendo o Black Bird 4, adoro a história! No começo eu fiquei meio receosa, pq era muito parecido com Love Monster (que eu adoro tb) da autora de Mei-chan, mas começei a ver diferenças interessantes!
Espero que vc continue gostando! E quem sabe venha pro Braisl um dia ^^
Sei lá, achei muito clichézão, não me interessou. Pro ano que vem, estou torcendo mesmo é para a vinda de Nodame Cantabile, =)
Pelo o que eu li na sua resenha, Black Bird me fez lembrar desagradavelmente de "Crepúsculo": garota comum que se apaixona por cara mistterioso, que nega a natureza de matá-la, que passa a protegê-la, que não quer transar com ela porque é perigoso...
Estou errada? Crepúsculo me traumatizou seriamente, porque criei uma baita resistência com esse tipo de história.
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