terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Revista CREA fala do boom dos mangás sobre maternidade



Parece que uma das “modas” no Japão hoje são os mangás sobre maternidade. Não deixa de ser curioso que isso ocorra exatamente em um momento de decréscimo nos nascimentos e mulheres resistindo ao casamento e à maternidade compulsória. Trata-se de propaganda inconsciente ou consciente? Ou será que são mangás que mostram os prós e contras? A verdade é que eles estão inundando especialmente as revistas para mulheres adultas e falam de gravidez, parto, e cuidado com filhos pequenos.

Me pergunto isso, porque uma pesquisa recente do governo japonês com 3 mil pessoas apontou que 60% dos japoneses não vêem necessidade em ter filhos, 38,7% dos homens e 46,4% das mulheres, não vêem necessidade em procriar. Quando o recorte é por idade, 63% dos que estão na faixa dos 20 anos e 59% dos que estão na faixa dos 30 anos não querem ter filhos. Pena eu não ter como traduzir tudo, pois acredito que o resultado seria muito interessante para homens e mulheres por faixa etária. De qualquer forma, há outro dado importante (*e que pode ou não refletir a realidade, afinal, falar é fácil*): 55,1% d@s entrevistad@s dizem se opor à idéia de que “o marido deve trabalhar fora e proteger a família”. Isso representa avanço de 3% em relação à última pesquisa oficial.

Voltando à revista CREA, segundo o Comic Natalie, ela traz um dossier “Mãe todos os dias” (Mainichi Kaasan – 毎日かあさん) com os mangás que abordam a questão da maternidade, traz a opinião de 300 homens sobre a questão. Há entrevista com as mangá-kas Saibara Rieko, autora do mangá Mainichi Kasan e Risa Itou autora de Oi Piitan!! (おいピータン!!), ambas jovens mães, pelo que entendi. Há ainda um artigo listando e comentando vinte mangás sobre maternidade com destaque para Yumi Unita, Q-Ta Minami , Shunji Enomoto e Akiko Higashimura . Agora, o que eu não entendi foi a escolha da capa, afinal, por que colocar um bebê branco de olhos azuis?

3 pessoas comentaram:

Preparar para uma possivel onda imigratória, talvez?

Hm... não. Acho muito difícil.

Na hora que eu vi a capa, também estranhei o bebê, bom saber que não fui a única a notar isso.

Pois é, parece que não é só por aqui que um bebê loiro de olhos azuis é um "sonho de consumo."

E essas taxas no Japão são alarmantes, para um país em que ser egoísta é considerado um ato tão mau quanto o Japão, não querer ter um bebê é uma bela revolta.
Pois é, parece que imigração é a solução, os japoneses podem se preparar para novas levas de dekasséguis, coreanos e chineses quando a econômia melhorar um pouco.

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