terça-feira, 1 de abril de 2014

Só para quem não entendeu...

Houve quem não entendeu a pesquisa do Ipea, ou se negasse a entender, o mais provável.  Afinal, quem gosta de ser incomodado, ein?  Enfim, preciso voltar ao assunto.  Ontem, a Lola fez um post muito elucidativo ontem com os pontos questionáveis da pesquisa, como não respeitar dentro do seu quadro de entrevistados a proporcionalidade entre homens e mulheres na população brasileira.  No entanto, como ela bem pontuou, a pesquisa não cai por terra ou é tendenciosa por conta de alguns problemas.

Aliás, a própria reação  à campanha #nãomereçoserestuprada mostra que a pesquisa se não foi precisa, passou muito perto do nível de machismo que permeia a sociedade brasileira. É muito triste, mas a criadora da campanha, a jornalista Nana Queiroz, e outras participantes, foram ameaçadas de estupro por homens, receberam de mulheres (*ainda que alguns sejam fakes, acredito que, sim, havia muitas mulheres no grupo*) o "tomara que você seja estuprada, sua puta", e coisas do gênero.  A coisa virou caso de polícia, mas pode também se desdobrar em uma saudável discussão sobre a violência contra as mulheres, a legislação sobre o assunto e a questão dos valores machistas que povoam a cabeça dos brasileiros e brasileiras médios.  Sim, há sempre como tentar fazer limonadas dos limões que recebemos.


De resto, queria ter participado do evento, mas foi exatamente no dia do corre corre para viajar.  Como vim para o Rio de CAN (Correio Aéreo Nacional), ligaram para a minha casa 12h20 para me arrumar para um vôo que saia às 15h.  Imaginaram a correria?  Ah, sim!  O que é essa história de CAN?  É  a possibilidade de voar de carona em aviões da Força Aérea.  Qualquer cidadão pode se inscrever em uma base aérea, se houver vôo para aonde você quer ir (*é mais fácil voar para alguns lugares, claro*), e tiver lugares vagos (*carona*), você é chamado e espera.  Pode ser que dê para ir, ou não, ou fique para outro dia.  Demos sorte, fomos chamadas no primeiro dia.  O CAN nada tem a ver com a história de transformar aviões da FAB  em táxi para autoridades e parentes.  No CAN, você voa em um avião que está em alguma missão.  No caso do meu vôo com a Júlia, era um avião levando três brigadeiros de Brasília para o Rio.E lá fomos nós!

Voltando ao caso da campanha, a melhor forma de resolver o problema da cultura do estupro é educando bem nossas crianças.  Infelizmente, não vejo muito esforço nem na educação das crianças pequenas, nem na formação e boa remuneração de professores das classes iniciais. As sementinhas do bem ou do mal são plantadas ali, em tenra idade.  Eu creio que sempre seja possível consertar depois, mas fazer certo é sempre melhor que consertar o mal feito, não é mesmo?  Dêem uma olhada no vídeo abaixo.

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