sábado, 18 de julho de 2015

Filme sobre o Massacre de Nanking não consegue distribuidor oficial no Japão. Particulares bancam sua exibição.


O Massacre ou Estupro de Nanking (1937) é o nome dado a uma série de atrocidades cometidas pelas tropas japonesas, com permissão e estímulo de seus líderes, contra a população civil chinesa depois da tomada da cidade de Nanking.  Os chineses falam em mais de 300 mil mortos somente na cidade e pleiteiam até hoje que o acontecimento seja considerado Holocausto pela ONU.  Assim como outros crimes de guerra cometidos pelo Japão, este passou impune (*os norte-americanos usaram de mão muito mais leve contra os criminosos de guerra nipônicos do que contra os alemães*), sem indenização para os chineses e é negado repetidamente por várias autoridades japonesas, além de omitido em seus livros de História.  Enfim, segundo Asahi Shinbum, uma produção alemã de 2009 sobre o Estupro de Nanking não conseguiu distribuidor no Japão.  Na verdade, o jornal ressalta que nenhuma produção sobre o incidente jamais conseguiu ser lançada comercialmente no país. 

Enfim, o filme em questão mostra a ação de John Rabe, um cidadão alemão, empresário, membro do partido nazista, que foi escolhido por outros homens de negócios e religiosos estrangeiros para mediar a criação de uma zona desmilitarizada em Nanking que permitiu o salvamento de milhares de chineses.  A escolha de Rabe deveu-se ao fato de Japão e  Alemanha serem aliados e suas credenciais do partido nazista.  Nunca tinha ouvido falar de Rabe, mas seu diário foi publicado em 1990, época em que foi descoberto, e foi lançado no Japão em 1997, já a sua casa está preservada e pode ser visitada em Nanking.  A exibição do filme será feita no dia 20 de julho em Tokyo e, depois, nas prefeituras de Shizuoka, Kanagawa e Toyama.  Tudo bancado por voluntários.  


O filme é protagonizado por Ulrich Tukur, conta com autores japoneses, incluindo Teruyuki Kagawa e venceu vários prêmios na Alemanha.  Acredito que não foi lançado no Brasil, mas posso estar enganada.  Segundo o comitê de exibidores, “o filme mostra o que significa ser humano em extremas situações de guerra, e que aos cidadãos [japoneses] deve ser permitido assistir primeiro mesmo quando eles desejam criticar o conteúdo.”.    Já o diretor, Florian Gallenberger, disse que “o filme não tem como objetivo condenar o Japão, nós alemães não temos o direito de acusar ninguém quando olhamos a nossa própria história,” e acrescentou que é importante aprofundr o conhecimento e ampliar as discussões sobre atrocidades como o Massacre de Nanking  e o Holocausto.  Muito justo.  Vou procurer este filme.   

1 pessoas comentaram:

Procurei na Cultura e, aparentemente, o filme não foi distribuído no Brasil - o que aparece no site é a edição americana (dvd) e a inglesa (blu-ray).
Mas fiquei interessada, vou procurar nas locadoras alternativas. ^^

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