domingo, 28 de maio de 2017

Concurso de light novels no Japão bane heróis adolescentes, mundos alternativos e protagonistas mulheres


Estou com essa matéria do Sora News aberta faz alguns dias aqui, bem, a Kadokawa está investindo em uma linha de light novels (romances curtos) para adultos que são "cool" (*legais, antenados, enfim*).   A editora percebeu que um número cada vez maior de adultos está consumindo anime e muitos deles são derivados de light novels, daí, para participar do concurso, que paga um prêmio de 300 mil ienes (*quase 9.500 reais*), você pode escrever uma história de qualquer gênero, PORÉM não pode usar nem protagonista adolescente, nem a idéia de outro mundo (*isekai*).  Não sei de onde eles tiraram que adultos não gostam desse tipo de ingrediente, ou, talvez, queiram forçar os autores a buscarem caminhos não convencionais, de qualquer forma, a matéria apresenta outro impedimento que nem aparece em destaque no título, o protagonista PRECISA ser HOMEM.

Sei lá, o que os promotores do concurso esperam que seja seu público, mas por qual motivo mulheres não podem ser protagonistas?  Herói tem que ser homem, é isso? O público que eles almejam é tão seletivo assim que rejeita até uma mulher protagonista, ou os promotores do concurso é que são uns babacas machistas?  Enfim, só para vocês terem idéia das coisas que andam inventando.



Alita é protagonsita e não existe para dar fanservice.
ATUALIZAÇÃO: Algumas pessoas estão comentando no Facebook que não é machismo excluir a mulher protagonista, que seria uma forma de evitar fanservice.  Olha só, se você quer evitar fanservice, bastava fazer uma regra para essa questão.  Simples, né?  Agora, não sei o que se passa na cabeça das pessoas, talvez seja o material limitado que consomem, que as faz acreditar que mesmo em shounen ou seinen a função de uma mulher protagonista é dar fanservice.  Vamos pensar fora da caixinha? Alita, os mangás da Kaoru Mori.  Não há fanservice, ou é tão sutil que, bem, é irrelevante.

Outro ponto, são as regras, os parâmetros. Não há machismo, são só regras. Regras são neutras? Ora, pessoal, ninguém precisa ser conscientemente machista em uma sociedade que é machista e patriarcal, a coisa está entranhada.  Não se trata de ficar planejando ações para obliterar o progresso das mulheres, simplesmente, a coisa é estrutural.  Daí, se eu crio um selo adulto e estabeleço que não quero mulheres protagonistas, estou partindo do princípio que elas não servem para a função (*salvo para dar fanservice*), ou que o leitor (*homem?*) só se interessa por protagonistas masculinos, ou por mulheres fanservice. Acredito que é subestimar a audiência masculina, sabe?  Além de machismo é burrice.

3 pessoas comentaram:

Mundo alternativo e adolescentes já tem muito mas muito mesmo, esse banimento é corretíssimo. Já banir protagonista feminina é patético, dá pra contar nos dedos da mão as obras que não são shoujo, josei ou Moe que possuem protagonistas femininas.

Mulher não serve pra ser protagonista?
Deixa a purpurina da saias da Sailors te cegar meu amigo. Ou os babados da Sakura te ofuscarem.
Ou as magias das GMR te vencerem. Ou a Giganta fêmea de Love Complex te pisar.

Se é ruim só eliminar, acho sem sentindo qualquer uma dessas restrições, a história deve ser criada a partir da criatividade do autor, "capar" o que ele pode pensar é burrice!

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