domingo, 9 de julho de 2017

Quando a gente pensa que já viu de tudo...


Espero que apareça alguém aqui para me dizer que essa imagem é uma brincadeira, não uma reinvenção da nossa boa tradição escravista.  Sim, era muito comum, em alguns lugares deve ainda acontecer, que se trouxesse meninas do interior para "estudar"  nas cidades. A meninas, muitas vezes era isso mesmo, uma criança,  vinha, fazia trabalhos domésticos não remunerados para alguma família de classe média,  em muitos casos, nem ia à escola, motivo do "favor", usava roupas de segunda mão de alguma criança da casa. Em alguns casos era sexualmente abusada. Agora, vem essa história de "moradia compartilhada". 

Em tempos pós-golpe (*sim, é  assim que vejo a coisa, para que  não sabe*), com o enfraquecimento dos direitos trabalhistas, não seria surpresa que ainda houvesse alguém  inventando novas formas de burlar o que de legislação ainda nos sobre. Daí,  esse novo nome para serviços de babá e doméstica.  Enfim, alguém me diga, por favor, que fui trocada e que isso aí,  não é real.

2 pessoas comentaram:

Infelizmente, é real:
https://m.extra.globo.com/noticias/brasil/mulher-causa-polemica-ao-oferecer-moradia-em-troca-de-servicos-domesticos-21570613.html

Ano passado, quando eu morava em Brasília conheci uma menina que estava nessa situação. Era lá na octogonal e a gente se encontrava de noite na quadra esportiva do bloco. Ela veio do interior do nordeste, não lembro qual estado, com um casal e as filhas pequenas do casal,e tinha 22 anos na época. Em troca da moradia ela tomava conta das meninas. A "proposta" era de que ela vinha para estudar numa faculdade aqui, mas acabou nem estudando um ano porque não tinha tempo! Ainda mais absurdo era que nem chave da casa ela tinha! Um dia nos fomos assistir filme juntas e chegamos meio tarde. Como todos na casa já estavam dormindo ela ficou trancada do lado de fora! E não é só Brasil. Existem programas de intercambio cujo sistema é semelhante a esse. Você viaja pra fora e se hospeda na casa de algum casal que se voluntária. Existem casos deles tratarem a intercambista como doméstica ou babá, sem pagamento, só em troca da moradia e alimento.

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